sábado, dezembro 29, 2007

p.s.: Não esquecer: não coloque o seu destino e as suas ações na mão dos outros. Não deixe sua vida passar. Ninguém fará isso por vc.

sábado, dezembro 22, 2007

Eh muito bom ficar bebado em ingles!!!!!! haahhahahahahahaha!!!!!!!!!

Em espanhol nem se fala!!! hdsiashdiagsfougasdfouasgfouyasgdfuyasgfoyasdg!!!!!!!!!!!

quinta-feira, dezembro 20, 2007

depois...

de ler um Nelson Rodrigues eu me sinto um pervertido tao ordinario!!! rsrss...

Ouvindo:

Archers of loaf - Warnessed in slums

terça-feira, dezembro 18, 2007

Escrever bebado...

Escrever bebado eh uma arte, sobretudo se o teu teclado esta em espanhol.

Eu to no Mexico, a 2 semanas, mas na cidade do Mexico, na capital, tem duas noites. Eu tenho deixado este blog desocupado por um tempo, nao tenho uma razao racional pra isso, simplesmente naum venho tendo muito tempo, paciencia ou vontade de escrever, o que eh muito estranho pra mim, realmente muito estranho.

Mas eu to vontando hj porque tinha um computador a 3 metros do bar, eu estava no bar, do albergue onde estou hospedado e felizmente os computadores sao muito perto do bar, mais perto do que a minha geladeira do meu computador em casa, uma coisa realmente linda, porque desde que eu escrevo, desde que eu gosto de escrever, o que tem mais ouy menos uns 8 anos, mas naum quero falar de historia natural aki, soh quero deixar meus dedos livres e escrever um pouco de drunk literature!!!! hdsuaihdiashdisahfodysgfousadygfasduy!!!!!

minha mae nao se orgulharia disso, mas eu estou bebado, pela mao de Deus eu estou no hotel, no meu, no certo, mas bebado, li Nelson Rodrigues a tarde toda, pela manha andei pela cidade, conheci uns 3 ou 4 museus, a biblioteca do senado e as tao simpaticas bilbiotecarias de lah, tive um bom dia aki. Ontem at noite fui com um americano, 3 franceses e 2 dinamarqueses (nao parece q eu vou contar uma piada??rsrrs...) pra um antro (balada) de salsa, fechamos uma garrafa de tequila na hora que os dinamarqueses se foram e ficamos muito loucos, fomos de taxi, um fusca, com 5 passageiros e mais o piloto, chegamos no pico e parecia a Sao Joao, soh putas velhos e vagabundos, realmente algo memoravel, entramos no pico e estava apinhado de tiozinhos muito loucos, que dancavam como tal... do caralho... alias, ensinei todo mundo a falar do caralho acho que eh algo necessario quando se esta na america latina.

Chegamos aa conclusao de que a america latina eh o melhor lugar do mundo, nunca fui a outras partes, mas pelo que ouvi dos gringos, nois tamo bein pra caralho!!!!!

A gringaiada eh legal pra caralho, sobretudo depois de umas tequilas, quando consigo falar melhor com eles, conheci alguns quando estava em Cancun e arredores, mas os daqui sao mais animados.

Tentaram me passar a perna hoje, um cara que tah no albergue veio me pedir a minha camera, eu disse que naum podia emprestar e em seguida ele foi tocado do pico filhodaputa mesmo o maluco. Aki eh muito parecido com sao Paulo, em muitas coisas, a malandragem eh a mesma, os pedintes dizem a mesma coisa, como naquela velha musica do Rappa senhoras e senhores estamos aki, pedindo uma ajuda por necessidade, pois tenho irmao doente em casa, qualquer trocadinho eh bem recebido U KNOW??? SHUDAIUHDIAUHDIAHDIAHDISAUHDIAH!!!!!!!!!!!!

Meu ingles eh uma merda, assim como o meu espanhol, mas to me virando raxoavelmente bien, tentei falar frances um pouco, com um americano e ele caiu, achou q eu manjava, mas o problema maior eh a memoria, o gerente do albergue eh brasileiro e eu naum conseguia falar com ele em portugues!!! rsrssrs.... eu tava falando com sotaque de portugal, naum sei pq, mas tava, foi realmente muito estranho.

Naum sei mais o que relatar, soh sei que eh muito bom estar aki, mesmo com um dedo torcido e mole, mesmo de ressaca, alguem sabe como falar ressaca em espanhol ou em ingles??? eu tava tentando explicar, mas foi um parto.

Essa viagem esta sendo incrivel, soh o que eu queria era poder estar com as pessoas de quem gosto aki, todos na verdade, os malditos jovens do reggae, a Lize, a Laurinha, a Paula, o Alex, o Maicol, o Valdek, o Leosandro, o Saldanha e o pessoal do trampo, o Menici, o Otavio, o Murakami, os caras da facu com um paioso em maos!! rfsrsrsrs... tem muito mais gente, como a Patricia, a Dani, a Melina e o Jason, mas eles vem logo pra cah, realmente, eu queria muito estar cercado de amigos aki, to conhecendo muita gente aki, mas ninguem substitui vcs, ninguem!!

As historias daqui eu conto depois, com mais tempo, numa mesa de bar, ou no sofa de casa, e como eu to com saudades de casa... with love...

Joao Pedro de Quadro Moraes.

Ouvindo>

Rolling Stones - Simpaty for the devil
Aerosmith - Amazing, love in am elevator
Pixies - Head on, La la love you, number 13 baby, Gigantic
Interpol - Say hello to the angels, Stella was a dive but she was aways down
CSS - LEts make love and listen Dead from Above
The Cure - Fascination street
Deftones - Bored, Be quiet and drive(FAR AWAY), My own summer

terça-feira, novembro 13, 2007

Amor é ódio.

Angustiado, é assim que eu tô hoje. Ando tendo umas alucinações, uns pressentimentos estranhos, acho que é de passar muito tempo sozinho, e muito tempo sem escrever. A bóia da caixa-d'agua estragou, daí eu peguei todo o equipamento necessário pra uma gambiarra e subi no telhado. Comecei a tremer quando entrei no apartamento abandonado ao lado, parece o sótão do Edward Scissorhands, até o teto quebrado era igual, depois subi por uma escada de madeira velha, ela balançava como se fosse pra isso que ela era feita, balançava muito.

Subi, depois subi na caixa d'água pra chegar do outro lado, de cima da caixa, quando olhei pra baixo e ví o espaço entre os prédios, com uns 8 metros de altura, tive certeza que iria morrer ali. Parece idiota, mas naquela hora eu queria ir embora da minha vida, de tudo que tem nela, as contas pra pagar, as pressões de quem quer que seja, no trabalho, na faculdade, dentro de casa, cercado de cupins e baratas, mas sobretudo de dentro da minha cabeça, por todas as escolhas que fiz e pelas que deixei que fizessem por mim, por tudo que eu não posso ver.

Passei por trás da Caixa, quase pendurado, com o corpo pra fora do telhado, por umas tábuas com limo, olhando no horizonte o céu cinza e pesado do qual vou me livrar em alguns dias, por alguns dias.

Ounvindo:

At the drive-in - Napoleon Solo
Archers of Loaf - Form and File, Slow Worm, Harnessed in Slums, Vocal Shrapnel

sexta-feira, outubro 26, 2007

São Paulo

Adoro essa cidade, tudo ao mesmo tempo, shows em lugares incriveis como o auditório Ibirapuera, bares ótimos, pessoas legais "all around", um festival de cinema maravilhoso (se desse pra conseguir ingressos), mas mesmo assim ótimo, coisas acontecendo o tempo todo... 0 foda é dormir, sabendo q a cidade não vai te esperar...


Adoro esse lugar! Não existe lugar melhor pra se caminhar na garoa fina que tem feito esses dias.

domingo, setembro 23, 2007

Algumas coisas nunca mudam.

Quando me sentia sozinho em Porto Alegre eu costumava lembrar-me de alguma música, estive revendo meus métodos e notei que a maioria das músicas que gosto são feitas por maníaco-depressivos, drogados e desiludidos, e tudo isso por causa de relacionamentos falidos, violência familiar ou social.

Esses não são exemplos muito bons, por isso resolvi parar e escrever um pouco... Mas sobre o que? Depois de algumas tentativas só conseguia escrever sobre sonhos impossíveis, saudades, sofrimento, relacionamentos falidos, problemas familiares, amores não correspondidos ou que terminaram mal, amigos falsos, problemas, confusões... Quando terminei de escrever estava com o rosto ensopado em lágrimas, vi o quanto errei com tantas pessoas e o quanto sofri e fiz sofrer com esses erros. Os erros que não errei doíam tanto quanto.

Deixei tantos sonhos pra trás que agora estou sem, cheguei a um nível de racionalidade que não me deixa ver coisas no meu passado para rir, tampouco coisas no futuro pelas quais lutar, vejo apenas dias cinzentos onde estarei lutando pra me manter de pé, mas pra quê? A Isla de Encanta não estará lá, mas There’s nothing left to loose, só o que me resta é proporcionar alegrias passageiras, fazer alguém rir pra tentar voltar à Neverland. Pra que o mundo precisa de mais um securitário? O sofrimento já não é suficiente?

Nunca esperei muito de um mineiro ansioso e inseguro, e fiz bem, ele nunca irá muito longe, no máximo a Porto Alegre, e de férias, ou entre um sub-emprego e outro, uma decepção, uma lágrima, uma fraude. Talvez algum Alex coloque um agradecimento em seu único CD, talvez alguém do escritório se lembre de mim quando estiver colocando uma etiqueta sobre o meu nome na agenda depois que eu for despedido.
Melhor voltar a cantar.

01/07/2003.

A força do sonho

Tudo poderia ser mais fácil, como num sonho;
Dá pra ser feliz aqui, sabendo que quando cair no sono vai ser tudo melhor;
Num sonho, quando você vai dançar só tocam suas músicas favoritas,
A guria mais gata vai estar de olho em você,
Teus melhores amigos estarão lá, os mais queridos,
Você nunca fica bêbado, mesmo sendo tudo open bar,
Você é confiante, como nunca antes.

Daí você acorda!

Manchado de vinho, duro, sujo, cansado e bêbado.
A Paulista nunca chega,
Uma quadrada ainda quente encosta na tua orelha,
Poucas palavras, ordens; carteira, tênis, mochila, foi tudo!
E o caminho interminável até em casa.

Só queria estar no Guaíba... ou dormindo!
Seria tão bom poder “acordar” antes dessas coisas,
Voltar ao mundo dos às vezes pode significar um rim a menos.
Queria poder realizar aquele outro sonho. Não posso.

Terei que acordar de novo e ver outro dia cinzento como o anterior,
Olho meu cotovelo e vejo meu rosto daqui a 20 e poucos anos,
Quero um pote de mel igual o do Poof,
Ou um gênio pra realizar três desejos,
Virar mangá e pegar a Sakura,
Quero uma quadrada pra furar o Papa-Léguas,
Quero poder acordar antes d’ela me deixar,
Antes do assalto, da demissão, de perder o ônibus, de pegar DP, do tiro... da morte.

04/05/2003

Mais um das antigas...

Ouvindo:
Nirvana - Drain you.

Pegue o trem

Dizem que dpa azar escrever sobre coisas passadas. Essa eu encontrei no meu caderno do segundo colegial, logo depois de perder o emprego na locadora de vídeo. Eu gostava do meu jeito de escrever nessa época, eu era bem grosseiro e desiludido..rsrss... acho que continuo um pouco assim, pelo menos às vezes.

have fun.



Pegue o trem

É tudo tão frágil, o que é bom vai primeiro,
Luta-se tão desesperadamente... Chora-se tanto;
Amigos caem, exaustos. Não tenho forças pra ajudar.
Um bom emprego, um amor, uma estrada livre, onde você não precisa mudar de faixa, ao vivo e em HI-FI; bons amigos, daqueles pra toda hora, família em paz; uma vidinha medíocre daquelas que dá gosto de ver.
E isso é só um castelo de cartas;
Ilusório, irreal, falso.
Dói ver o fogo comer tudo, dói pra caralho.

Por que o passado conta tanto?
Por que aquela lenha esquecida por anos continua a queimar? Continua destruindo;
Ninguém está certo o tempo todo, a não ser o seu chefe preconceituoso e limitado.
Te manda embora sem maiores cerimônias,
Você vira o incompetente, não recebe mais sinceridade dos seus.
Teus “amigos” somem, tua paixão te mente... sobre tudo.
É difícil ver a própria queda, ver tudo desmoronar.

Apenas peque o trem! Procure outra ilha de ignorância e alienação, e tente recomeçar, com novas mentiras.
Só assim conseguirás dopamina e noradrenalina suficientes, em doses diárias.
Viva dessas aparências,
Entre no jogo,
Vire a mesa!

A sinceridade morreu junto com a reengenharia e as lojas de 1.99.
A única verdade feliz é a da TV.
Amor correspondido só se você for um peixinho dourado, com memória de 2 segundos,
Prefiro ser um internauta pervertido,
Sem precisar ser cruel, ou mentir,
Ser sociável e promover um marketing de rede de egoísmo e dor.
Teu sorriso será a tampa do meu caixão,
Corresponder seria pedir mais terra...

Acho que peguei o trem errado.
20/06/2001

Ouvindo:
Archers of Loaf - You and me, Harnessed in slums.

quarta-feira, setembro 19, 2007

E não é assim que funciona?

quinta-feira, agosto 30, 2007

Como decidi virar bibliotecário!?

Essa é uma pergunta que eu ouço quase que diariamente faz quatro anos e meio. Sempre invento um motivo, um diferente, mais adequado a cada situação, obviamente. Pro pai eu falei que era uma profissão estável, rentável e divertida (vocês acham que ele ia comprar só aquela idéia de estável?), subretudo divertida (;p). Pra namorada/pretê/rolo/ ”o que for” falava que era pra ajudar a humanidade, salvar as pessoas da ignorância. Pros amigos falava “tem um monte de mulher de óculos em biblioteca, adoro mulher de óculos, tu ta ligado né!?”, isso já bastava. Mas a verdade esteve escondida até agora. Vou contar logo o porque, quem sabe assim param de me interrogar.

Numa tarde chuvosa, tinha a missão de ir levar qualquer coisa no centro, não sei pra quem. Pois enrolei o que pude, mas acabei forçado a cumprir a missão. Saí da Santos Seguradora na av. Paulista, tomei um ônibus na Consolação e cheguei à Republica com o Sol já se escondendo entre os prédios. Estava calor e o asfalto dourado com o reflexo dos últimos raios de Sol daquela abafada tarde de primavera. Entreguei/busquei o que quer que seja e resolvi voltar à Paulista andando. Não sei o que pretendia na Paulista e nem sei ao certo se não era a 9 de Julho o meu caminho, mas fui. Numa daquelas ruas próximas à 13 de Maio , ou AL. Ribeirão Preto, sei lá, vi uma porta do que parecia uma pequena vila. Era uma portinha de nada e dava pra um corredor longo e cheio de barulhos estranhos, luzes. Resolvi num súbito que eu precisava saber o que se passava por ali e entrei.

Era um muro longo e um portão de ferro, daquelas de bar, com um toldo em cima, do lado dele a porta, de madeira, pintada de verde, aberta o suficiente pra eu me picar pra dentro sem mesmo tocá-la. Assim que entrei cruzei com um senhor, velho já, com calças azuis e um jaleco imundo de tudo. Cruzou por mim sem mesmo notar-me, saiu e fechou a porta. Olhei atentamente pra me certificar que ele não trancaria, não trancou. Quando me virei me vi envolto naquele lugar. Um longo corredor com centenas de portas. Talvez houvesse até corredores paralelos, ou que se cruzassem, sei lá. Não cheguei a ter a chance de notar. Ví que no final do corredor, uns 200 metros de terreno sinuoso adiante, que havia uma outra porta, que com ajuda de Deus haveria de estar aberta.

Então me pus pra andar. Depois de uma ou duas portas, uma aberta, um senhor de calças e sem camisa está sentado contemplando os pés mastigados pela bota que está ao lado, uma cena tocante, de verdade, quase uma foto do Sebastião Salgado, mas a única coisa meio artificial na cena era eu mesmo, meio deslocado daquele mundo dos cortiços do Bexiga. Na próxima porta, que passei tão rapidamente quanto da primeira, sem mesmo dinimuir ou vacilar o passo, vi nessa uma menina ruiva muito jovem, olhando para um relógio, angustiada com alguma coisa, sentada no lençol de grandes e coloridas flores vermelhas que cobria sua pequena cama. No próximo quarto uma janela aberta, um gordo de bigode coloca o cinto e o colete jeans enquanto uma moça chora ruidosamente deitada numa cama.

Isso aumenta a urgência em sair de lá, e eu apertei o passo pra poder ligar pra polícia, ou alguém. Mesmo assim não queria deixar de olhar as outras portas e janelas pelo caminho. A maioria tinha TVs ligadas na novela ou em algum telejornal e pessoas num sofá. Até que eu vejo numa fresta de porta, uma daquelas de alumínio, simplesinha, olho com mais atenção e vejo uma mulher loira, a princípio não conseguia ver mas era muito bonita, toda ela. Estava vestindo um espartilho branco, grandes luvas brancas e o cabelo estava preso com uma tiara, que tinha um véu preso nela. Essa mulher então estica o braço e pega um buquê de lírios, ela está diante de um espelho e se olha atenta, mas tranqüilamente. Em seguida lança o buquê pra trás, na cama, e pega o que parece um grande o luxuoso vestido de noiva. Ela aperta o vestido contra o peito, endireita o cabelo e em seguida o vestido sobre os ombros. Está linda, altiva, completamente dissonante da parede azul desbotada e dos móveis simples ao seu redor, da vila inteira. Ela estava linda, não perdia pra nenhuma noiva da Nossa Senhora do Brasil dos últimos anos, pelo menos não pras que saíram na Caras. Então pelo reflexo no espelho ela me viu parado à sua porta, se virou rapidamente. Quase caí pra trás de susto! Ela veio até a porta, no caminho pegou um papel numa cômoda e ao chegar à porta ela me entregou, era um cartão de visitas, seu nome e logo abaixo “acompanhante”.

Enquanto eu olhava o cartão ela dizia sorridente: “passa outra hora, hoje eu to de folga”. Ela já ia fechar a porta na minha cara quando coloquei a mão parando-a. Quando percebi o que se passava à minha frente, uma “acompanhante” sonhando ao espelho com um casamento que não aconteceu, parei a porta e resolvi tentar puxar assunto. Não sabendo direito o que falar eu lancei o que apareceu a língua: “Você fica linda de noiva, mas você não acha que o seu trampo é a prova cabal que o casamento já nasce falido?” E ela respondeu um tanto mais cisuda: “Você é um bibliotecário por acaso?” Perguntei “por que?” e ela me disse “porque só um bibliotecário ia me ver de lingerie e vir com um papo besta desses”. Hahahahahahaha!!!!!!!! Não, ela não falou nada disso, acabei de inventar.

Na verdade ela disse: “porque só um bibliotecário pra entender o que acontece dentro de mim quando eu me vejo vestida assim”. Minha mão caiu e ela conseguiu fechar a porta. Então um monte de sensações me acometeram ao mesmo tempo, e pensei naquilo até o final do corredor, e depois até o final do corredor da Santo Amaro e até em casa. A sabedoria, não toda ela, não aquela que vai mudar a história da física, mas aquele que as pessoas sentem, pode parecer uma pretensão estúpida querer entender o que as pessoas sentem, querer saber o que as pessoas querem e temem, e se possível colocar no papel. Era aquilo que eu queria, a sabedoria de entender o que as pessoas sentem, escrever com a alma, de quem conhece a escrita, e as almas. Eu quis ser um bibliotecário pra traduzir as almas, e “fornecer acesso” a elas com o que eu escrevo.

Eu resolvi ser bibliotecário por causa de uma puta vestida de noiva.


Ouvindo:
Archers of loaf – You and me, sicklife, wrong, might.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Sorte grande

Durante caminhada pelas ruas de Salvador, Jutahy Magalhães (1929-2000), pai do deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), foi abordado por um homem aparentemente embriagado, que de pronto o reconheceu:
-Ô, senador, me dá uma ajuda aí!
Magalhães tirou um trocado do bolso e entregou ao homem, não sem antes recomendar:
-Vê se não vai gastar em bebida, hein?
O homem contou o dinheiro escasso, olhou para Magalhães e ainda conseguiu ser irônico:
-Pode ir embora tranqüilo, senador. Com tudo isso aqui eu acho que vou comprar é uma casa!

Ouvindo:
Toy Dolls - Keith's a thief.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Sou feinho, mas faço sucesso no Japão! Não só eu!

Na última atualização do contador deste blog eis que noto a presença de um leitor do Japão!! Tenho amigos lá, até uma ex-sogra, mas nunca tinha recebido visitas da terra do zói pequeno. Não sei se é só um mesmo ou mais (de 1 a 10 leitores conta apenas como 1), mas eu sei que tenho colegas lá, pessoas com um interesse comum, que acreditam num mundo melhor, com mais Lealdade, Humildade, Procedimento. Eu estou falando da Torcida Corintiana no Japão, que a cerca de um mês atrás organizou um ato "Fora Dualib"!!!! rsrss...

Antes a gente falava que tinha corintiano pelo Brasil inteiro, bem, acho que vamos ter que refazer essa frase!




Seguindo firmemente em busca de uma diretoria honesta e do milésimo leitor!!! rsrss... talvez até no Japão!

Ouvindo:

House of Pain - shamrocks & shenanigans

terça-feira, agosto 07, 2007

Passageiro

Tem sempre alguém indo embora, morar em São Paulo é sempre assim, sempre tem algo acontecendo, e tudo influi na tua vida, uma hora ou outra, desde uma briga de transito, um velhinho passando mal na rua ou um avião sem freio que entra num posto de gasolina. Nas últimas semanas vi muita gente ir embora, alguns pela primeira vez, alguns que estavam só de passagem, outras se foram pra sempre. A vida nessa metrópole vem se tornando mais complicada a cada dia, pois ao passo que um vai embora, chegam cinco, pelo Tietê, por Congonhas, Cumbica no PS do Grajaú ou pelo Sírio Libanês. E o jeito é ir se apertando, se acostumando, pois não há nada que se possa fazer a respeito, definitivamente. O telefone se transforma num paliativo, um abraço digital, o computador é o portão, a janela, aberta das 9h às 16h e eventualmente aos finais de semana.

Vejo da minha janela, a de casa, as pessoas passando apressadas, de lá pra além, com casacos grossos e olhando para o chão, incomunicáveis, numa urgência que só vendo. Agora entendo o Chico Buarque quando ele disse que no Rio todos se sentem como artistas, mas em São Paulo todos, mesmo os artistas como ele se sentem como operários, parte de uma massa cinza, indistinta, correndo entre os prédios espelhados e as pichações desvendadas pela lei Cidade Limpa. E as pessoas se vão, correm por seus destinos, se desvencilham da grandeza viciante da cidade das chuvas geladas, no medo de topar com os frutos da nossa própria pressa e desatenção.

Com o tempo nos acostumamos a dar adeus, a ver as pessoas partindo e levando partes nossas mesmo a contragosto, vemos acontecer e ficamos assim, meio cão sem dono, por um tempo, cada vez menos tempo, até que não nos damos ao trabalho nem de ir até a rodoviária, ou até a porta. Pensar no que foi feito de errado é um desperdício, depois de feito não adianta mais, mas não nos furtamos a fazê-lo, em vão, já que as respostas são quase sempre inconclusivas, e perguntar pode ser ainda pior, pois a resposta dificilmente fará bem.

Sentir-se desesperadamente só numa noite fria não é um privilégio aqui, abraçar é, cantar e se olhar no espelho limpo de si, esquecer um pouco da doença e do medo, tentar se livrar desse jogo morto, do gerenciamento de performance, das notas, de devolver aquele cotidiano do qual se arrependeu em não ter conquistado, pois agora vê, e só agora, que também gosta de como isso soa.

E te sentes condenado por esta sorte do avesso, esse sentimento blindado de costelas a vibrar, depois de tanto íntimo depois tremer ao falar, não conseguir falar, fugir disso, como no dia do apagão, como na hora da valsa, da chuva e da festa, um pouco pior agora, com vergonha, com tanta dela, agora sem conseguir se ser, se estar, se permanecer, mas só se continuar, num fio cada vez mais tímido de ser, de sentir.

Cada vez mais isso me parece tolo.

Ouvindo:
Norah Jones – Rosie’s lullaby
Belle & Sebastian – This is Just a modern rock song

MDH: Preciso recuperar o “do it yourself” que existiu em mim.

segunda-feira, julho 30, 2007

Segunda-feira gelada da porra...

You are the only person who's completely

certain there's nothing here to be into

That is all that you can do

(...)

quarta-feira, julho 18, 2007

Crítica musical intertemporal

Artista: Killing Chainsaw
Álbum: Slim Fast Formula
Música: Passion
Ano: 1993

Hoje em dia a maioria das tribos urbanas paulistanas se acham o “creme de La creme”,desde os enfadonhos e úmidos emos, os indies e suas calças xadrez em meados dos anos 90 até os óculos de armação grossa em 2000 e as atualíssimas camisetas listradas, os fritos das raves e os ganguestá rapper; todos acham que são a tribo mais descolada. Se o tempo de sucesso fosse o critério eu acredito que os indies venceriam, pois conseguiram manter certa dignidade por mais de dez anos, mas existe uma tribo, esquecida no passado, que foi gloriosa em seu pouco tempo de vida.

Se você falar para um adolescente hoje em dia que você é “auternativo”, (a resposta padrão dessa tribo às indagações era “sou alternativo, curto... som auternativo...”), o moleque vai rir de você, ou coisa pior. “Já faz 20 anos que o alternativo morreu” é o que ele dirá, afinal é o que parece a esta nova geração. Na verdade o alternativo morreu a pouco, por volta do ano 2000, com o final dos Pin Ups sendo como uma última flor na lápide. Mas os alternativos eram um pessoal de visual meio largado e dark, algo entre o punk, o gótico, o grunge e o ainda nascente britpop. As preferências desse grupo de elementos, um grupo bem difuso, desde os pés de barro do Parelheiros que iam pro madame satã no fim dos anos 80, os andarilhos da “baixa” Bela Vista, Bexiga, Móoca, Armênia, até algumas figurinhas carimbadas das artes e da publicidade (*). Dentre estes, havia um grupo que se destacava por freqüentar as noites mais exclusivas e de melhor música ao vivo que São Paulo já teve, eram bandas como Garage fuzz (ainda hoje, vivos), Dominatrix (que criaram e difundiram o gênero riot girrrll no país), Pin Ups (alguns dos arranjos mais eficientes e maior presença de palco que São Paulo e o rock nacional já puderam presenciar), Dog School, Street Bulldugs, Okotô, Againe e finalmente, o Killing Chainsaw.

A banda durou pouco, cerca de 5 anos, lançou o discos independentes e excursionaram com passagens inclusive pela Europa, geralmente em festivais de verão. A música a seguir era uma das mais festejadas, ou devo dizer mais “de foder” do show. Uma das músicas mais puxadas para o grunge mais comercial que a banda fez, o que explica o fato de a música ter sido a escolhida para o clipe da banda na MTV. Diferente de hoje, o preço de produção de um vídeo semi-descente era estratosférico, basta pensar que uma câmera de mão caseira custava cerca de 25 salários mínimos (2000 reais pela menina e o s.m. a 79 conto, dados de 93), sem falar na dificuldade de editar aquelas fitinhas na própria câmera(ou o custo de passar tudo pra VHS); hoje uma câmera que grava em DVD custa uns 6 s.m., você pode editar no computador e difundir pela internet, você nem da MTV precisa mais. Os caras eram verdadeiros heróis da resistência, e da dedicação à causa auternativa, e faziam um som da porra.

Como estou tendo problemas em inserir o vídeo aqui, acessem pelo link aqui, vale a pena!


(*) Os primeiros indies surgiram em meados dos anos 90, eles surgiram dos alternativos, apesar de se dizerem apenas contemporâneos dos mesmos. Eles eram formados sobremaneira de estudantes e profissionais de jornalismo e publicidade, um pouco mais limpos e bem-reputacionados que os alternativos, eles acabaram de desligando do grupo como uma dissidência mais “sofisticada”, e esta busca por sofisticação posteriormente os dividiu em dezenas de castas. Muitos alternativos acabaram virando indies, dentre os mais influentes inclusive.

Ouvindo:

Alternativo, curto som alternativo... (dêmodê mas sucinto, como deve ser.)

P.s.: Desisto de editar esse texto, toda vez que eu tento ele se apaga todo.

terça-feira, julho 17, 2007

Paranóias!

Durante os primeiros dias na nova casa eu consegui manter certa arrumação, até por algumas semanas, sobretudo até que os malditos jovens do reggae decorassem o caminho, porém seria uma injustiça colocar a culpa apenas neles, das duas taças eles quebraram apenas uma, o travesseiro foi um vacilo causado, sobretudo pela minha morosidade em fornecer a infra necessária a uma reunião descente, mesmo eles sendo conhecedores dos gargalos estruturais e financeiros desta nova gestão, mas eu poderia ter pensado melhor e passado mais algumas vezes na caçamba dos brindes e certamente aquele acidente poderia ter sido evitado... mas esse é um problema latino-americano, afinal o Kichner deixou a Argentina ficar sem luz nem calefação no pior inverno dos últimos 80 anos, todos em São Paulo compram carros assim que sobra uma grana e contribuem assim para a crescente morosidade do trânsito da grande cruz (chega a ser poético o fato de São Paulo ter o formato de uma cruz, pelo menos eu acho, mas sobre isso eu falarei outra hora), sem falar no Rio e em Caracas que estão virando cenários de Counter Strike.

Voltando ao lar. Dia desses decidi dobrar minhas roupas que se acumulavam num canto do meu quarto e eis que descobri que elas estavam sobre um foco, não, uma colônia, pra falar a verdade era todo um continente de cupins. Os cupins em si não me pareceram um problema à primeira vista, afinal os montinhos de serragem pelos cantos da casa não eram novidade alguma, o problema maior eram os vermes, o certo seria chamar de larvas, mas a aparência e a quantidade eram tão negativamente impressionantes que o nome vermes me veio logo à cabeça (não, não existe paralelo lógico que justifique esta sentença). Tive nojo a princípio, depois fiquei revoltado pensando ter esquecido alguma comida por ali, mas logo essa versão foi refutada devido à quantidade de seres entre as roupas, mochilas, caixas e papéis que se misturavam no canto do quarto. Passei por volta de três horas removendo os vermes das roupas, papéis, etc. Depois disso, na falta de algo mais apropriado, joguei cândida nas criaturas e comecei a procurar outros focos pelo resto da casa, achei apenas alguns elementos perdidos vagando pelos cantos, colados em algum pano ou madeira. Depois de me livrar deles e da comida dos últimos dias eu pude ir pra rua tomar um ar e pensar no que fazer aos próximos dias. Posso dizer com certeza que desde aquele dia ando meio desassossegado em passar muito tempo em casa, quem dirá de dormir.

No sábado fui à forra, comprei três litros de querosene, passei o dia muito louco, me senti um pouco Stálin por algumas horas, e foi um pogrom daqueles, ao fim do dia eu estava chamando Jesus de Genésio, um pouco pelo genocídio, um pouco pelas outras refeições desperdiçadas, um pouco por inalar querosene horas a fio e principalmente por saber que eles estavam à minha volta esse tempo todo, em todos os lugares, e ainda devem estar... babando por vingança.

Entre outras dezenas de assuntos pendentes, outro que tem me tirado o sono por esses dias é a minha orfandade temporária. Hoje à noite eu estarei oficialmente sem pai nem mãe. No final de semana recebi a solidariedade de alguns parentes, dizendo o que era de se esperar, que eles estão aí pra qualquer bronca, o que em suma quer dizer: “se quiser filar uma bóia aqui de final de semana a gente te recebe.” A reunião de família foi daquelas inesquecíveis, famílias “finas” como a minha são divertidíssimas, você pode chegar à lombra e com a marofa que for que ninguém nunca vai te julgar/recriminar, pois estão todos (ok, até existem exceções... as crianças) devendo, pode ser algo de hoje, de ontem ou de 1999, mas nos demos sorte que estava nublado, afinal, merda no Sol fede. Gosto da minha família, quando estou com eles me sinto apenas mais um.

Toda essa finesse tinha um agravante, um noivo novo na área, um da igreja, boa família até que se prove o contrário, estudioso, boa gente, e depois de sábado posso dizer, um cara firme, pois a família adora uma piada em cima dos novos agregados e ele se saiu bem de todas.

Sábado com vermes, domingo com os Moraes, segunda-feira de volta à labuta, numa indústria farmacêutica (vide caso Vioxx, já dá pra se ter uma idéia)!!!! Hahahahaha!!! Qual vai ser a da terça-feira, o Senado?? Haja remédio pra enjôo...

Voltando aos problemas pra dormir. Minha relação com os meus pais sempre foi muito boa, sobretudo com a minha mãe, que pra mim parece uma encarnação viva do Sidarta. De uns tempos pra cá, progressivamente minha relação com o meu pai vem ficando meio distante, não sei exatamente se aconteceu algo prático que me tirou do seu “circulo de confiança” ou se ele simplesmente acha que eu me enchi dele, o que eu tento mostrar que não aconteceu, sem muito sucesso. O que sei é que ele está distante, insensível às minhas demandas, sejam elas quais forem. Um “você precisa de alguma coisa?” seria maravilhoso, mas um “como você está?” seria realmente divino, mas acho que essa pergunta não deve rolar pelo menos até eu conseguir pôr internet em casa pra falar com ele pelo Skype.

Ouvindo:

Killing Chainsaw – KC71R3, Payable Hole, Passion, To have colors, Chiken Legs, Did I step on your foot?, The woke of Jo.

Yeah Yeah Yeahs –Miles away, Gold lion, Graveyard, Hyperballad, Let me know, Machine, Our time, Shot down

Fiona Apple - Extraordinary machine (ninguém viu...)

P.s.: Quanto à família, exagerei um pouco, um pouco.

terça-feira, julho 03, 2007

Quem é você?

Algumas pessoas são realmente assustadoras, hoje tomei café com um cara muito, mas muito doido. Como parte do Coffee Project eu fui até o refeitório da empresa lá pelas três da tarde, eu havia terminado o post anterior e atendido uns maletas (sempre com um sorriso no rosto, como nos tempos de bartender) na biblioteca e estava precisando de um reanimador, desci pela escada pra dar um gás e fui pro refeitório, chegando lá eu dou de cara com o Nelson, um figuraça que trabalha na área de responsabilidade social da empresa.

Eu acho incrível como o trabalho do cara é marginalizado dentro da empresa, depois de participar como voluntário numa das empreitadas do Nelson eu fiquei louco por uma vaguinha na equipe dele, mas como a equipe é só ele e mais um cara tive que me contentar com uns voluntariados aqui e ali. Depois da minha última pisada de bola com o Nelson sempre que ele me encontra num corredor ou elevador vem logo me repreender, o que costuma ser um pouco constrangedor, mas algumas vezes é até divertido. Dessa vez não foi diferente, ele me fez uma careta e gritou pro refeitório todo ouvir “vem tomar um café mano!”. É, ele me chama de mano, mas não, ele não é um mano, o cara tem lá os seus 50 anos, mas fala e ri como se tivesse 16. Fui até as garrafas térmicas e pensei com carinho no cigarro que eu pretendia fumar enquanto saboreava o café, sentado sob o Sol, vendo as estagiárias pra lá e pra cá, depois pensei bem e como eu já faço isso pelo menos uma vez a cada dia, resolvi tomar o café com o Nelson, o mais perto do Hunter “Patch” Adams que eu já tive a chance de conhecer.


E foi aí que veio o susto, mal me sentei e ele já começou a me perguntar sobre a faculdade, porque eu escolhi ser bibliotecário, como eu descobri a profissão, porque eu era tão calado, mais um monte de coisas uma em cima da outra como um tornado. Não sei se pela posição dele na empresa, pela idade ou se pela qualidade e velocidade das perguntas eu comecei a gaguejar e a titubear nas respostas, fiquei nervoso, sem saber onde por as mãos, tomei o café fervendo só para ganhar tempo para a próxima resposta e depois dessa já não tinha mais café e eu comecei a vacilar mais e mais, foi um momento realmente muito tenso, a vontade que eu tinha era de me levantar e sair, quis que o meu telefone tocasse mas nada, as perguntas se sobrepunham e ele parecia cada vez mais ansioso por respostas e eu me vi sem elas, pela menos sem respostas que pudessem satisfazer a ele, ou a mim.


Depois das perguntas veio a psicanálise, então o Nelson começou a me descrever como eu era aos seus olhos, com a mesma empolgação com que ele me inquiria agora ele falava sobre quem eu era, na sua visão um livro fechado, alguém que se esconde sob uma pilha de livros para não ser visto, não ser julgado, confrontado, assim como ele estava fazendo e exatamente assim como eu estava me incomodando. Ele declamava a respeito da minha timidez como se me conhecesse a anos, sempre muito bem referenciado, “no dia que eu te conheci na biblioteca, você fez aquela cara...”, “quando voltamos do treinamento de informática você não abriu a boca...” e mais uma dezena de vezes em que eu fiquei quieto, ou falei baixo, ou fiz cara de que queria falar e não falei, em suma, todas as vezes que eu encontrei com ele, ou quase todas. Eu me senti despido, invadido mesmo, mas não pelo que ele dizia, pois disso eu já sabia, pelo menos em parte, mas pelo fato de ele ter me visto meia dúzia de vezes e ter me sacado tão facilmente, a forma como ele falava era intimidadora, intensa, sempre numa postura de ataque, ele falava de forma gentil, era como um abraço, mas extremamente ameaçador, como eu já havia ouvido de umas poucas pessoas na vida.


Depois ele se descreveu, assim como eu fiz agora, com mais palavras, muitas mais, sempre sorrindo presunçosamente, mas com razão. Por alguns minutos, talvez até por algumas horas, eu quis ser como ele, intenso como a laranja mecânica de 74, quis ter esse poder de confundir e clarear, um brainstorm 18 horas por dia, com ânimo e boas intenções vazando pelos poros, a energia de um garoto de 7 anos e a firmeza de um senhor como é sua atual apresentação. Não fico decepcionado porém em saber que este não sou eu, sei que tenho minha couraça, assim como ele tem sua própria, ou você acha que alguém fala tanto à toa? Falamos sobre isso também, eu sei que escolhi uma vida de sombras, resultados pouco palpáveis e pouca visibilidade, julguei isso quando escolhi ser quem sou, minha profissão, meu lar. Uma das grandes escolhas da vida é mesmo esta, como se proteger, se manter à salvo das perguntas que não se quer responder.

Ouvindo:
Sonic Youth: Shoot, Wish Fulfillment, On the strip, diamond sea, superstar
Radiohead: Planet telex, high and dry, fake plastic threes
Deftones: around the fur, the boys republic
Sergio Reis: Menino da porteira ;)
Chico Buarque: Meu menino, Construção, Com açúcar e com afeto

segunda-feira, julho 02, 2007

Um beijo de adeus.

Just because you're paranoid
Don't mean they're not after you...



Se conhecer, deixar o outro conhecer, se entregar, receber, dar valor, reconhecer, dar, esperar, perguntar, calar, pedir, aceitar, lutar, correr, fugir, ouvir, tentar, querer, ter, perder,estar, levar, se assustar, admirar. Olhar para si, com completude, distanciamento saudável; compreender o passado, olhar para frente, querer mais do futuro, do presente. Subjugar as derrotas, apreciar os passos pra diante, dar outros mais. Não é preciso ser discreto o tempo todo, nem mesmo recomendável esta tensão, esse nervosismo todo; a culpa já é mais difícil de deixar pra trás, mas seria sábio atentar mais ao próprio arbítrio. Não queixar-se das dores e solidões tão bem planejadas e a tanto aguardadas.


Muitas vezes é difícil dizer quem se é, do que se gosta? Querer tanta coisa ao mesmo tempo, afinal, as referências são muitas. Ser verdadeiro consigo, com os outros. Não dá pra ser tudo pensado, fica realmente ruim assim, todos os excessos são assim, depender aprisiona, mas algumas liberdades são solitárias, então a gente finge, sonha com um encontro casual, se faz desejável, ao lado seus CDs preferidos, a roupa que você gosta. Não acontece, pois somos reféns da cidade, é uma tortura cognitiva, a provação visual que te subtrai qualquer certeza, num café ou num atravessar de rua, a mesma rua que lembra você e que me põe a cantar aquela velha música, e então já sou outro, diferente do segundo anterior, e você já é aquela imagem sorridente de um domingo que já passou, você não é mais essa, e a certeza se esvai novamente. E repito a mesma piada tentando voltar lá, mas não é você quem está na minha frente, é só um vento frio de um inverno que já dura um ano, e pensar que em um ano eu reaprendi a andar, e tantas quedas se fizeram para isso, e as cores se alternam lá fora, e eu estou com aquele vento no rosto, ele nunca me fez gritar assim, como nos tempos em que eu conhecia aquela estrada tão bem.


Tenho essa distração naturalmente má, que me mantém alheio a toda a demanda, toda vontade externa, e também às internas, talvez por falar demais, ou talvez apenas por dar de ombros com tudo isso, preocupado com mais uma idéia idiota pra salvar as crianças do Afeganistão ou os filhos bastardos na China, eu seria muito mais útil na ONU do que na Zona Sul de São Paulo, ou mesmo na minha própria vida. Cuido dela muito pouco, talvez a idéia de um milhão de dólares seja mesmo esta, a consciência de si, da vida, seus ciclos.


Rajneesh já dizia que não se compreende a vida sem se compreender a morte, e se você teme a morte, vai acabar temendo também a vida. Cuidar da vida então não quer dizer a mesma coisa que “preservar a vida”, que é outro conceito, e eu não quero acabar dentro de uma lata de conserva, como o milho. Cuidar não é isso, cuidar é como trocar a roupa de cama, mesmo que não se tenha dormido nela. Cuidar é como elétron, não nêutron, cuidar para que não morra, com uma fissão, como uma bomba de elétrons, matando tudo em volta, pois essa energia existe em nós, ela só precisa de um vacilo, um ímpeto, um pouco de coca ou uma noite mal dormida.


Como me conhecer quando sou tantos, aqui, ali, com sono, com a Lua em Vênus, sem cigarro, devendo, querendo, bêbado, com frio, com medo, depois de um sorvete de chocolate, antes de uma luta, mentindo, com trabalho para fazer, com os amigos, de sapato, com cuidado, com medo, contigo. Cada segundo é um recorte, uma página, cada dia é uma história inteira, cada frase uma sentença, uma entrega, um protocolo entregue e não arquivado, os vôos e os ventos que sopram um monte de ficção pra lá e pra cá, uma história com muitos réus, poucas testemunhas e sem um roteiro definido.



Ouvindo:

Ray Charles: Alone in the city, If i give you my love, Don't Put All Your Dreams In One Basket
Interpol: PDA, Say hello to the angels
Hives: Die, all right!
Björk: Play dead

quarta-feira, junho 27, 2007

Errata...

A crisma lá em Minas não foi em Carmo de Minas, foi em Dom Viçoso.

Desocupado e insone, pensando no bem da cidade...

Zona Sul é o invés,
O stress concentrado,
Um coração partido por metro quadrado.

(...)

Zona Sul é o cotidiano difícil,
Mantenha o proceder,
Se não manter ta fudido...



O que você faz quando você não tem o que fazer mas também não consegue dormir? Tem acontecido bastante comigo e eu tenho algumas manias para passar esse tempo ocioso, a mais freqüente tem sido o Freecel (preciso apagar essa merda do meu computador!), porém muitas vezes fico ouvindo música, tomando vinho, lendo, normalmente tudo ao mesmo tempo mesmo. Porém dia desses parei para pensar nos problemas da cidade, e comecei a pensar em soluções para estes. Não sou urbanista nem nada, mas como o sono não vinha acabei escrevendo isso que está aí embaixo. Eu tinha passado pela Teodoro no dia que escrevi isso, acho que por isso resolvi começar por esse tema.

Plano para incentivar a formalização do comércio na cidade de São Paulo.

Criar a Secretaria Especial de Incentivo à Formalização de Micro e Pequenas Empresas que visa oferecer gratuitamente aos camelôs e ambulantes (que devem ser cadastrados) assessoria jurídica, contábil e administrativa de graça via ONGs, professores e alunos das universidades públicas, além de pessoal contratado, para que estes montem suas lojas/oficinas.
Oferecer descontos tributários – isenção de impostos por 10 anos por exemplo (como se dá às grandes indústrias para que elas se instalem aqui ou ali, vide caso da fábrica da Ford, que recebeu isenção de impostos como IPI e IPTU por 15 anos para instalar a fábrica na Bahia, por um margem limitada de novos empregos, especialistas dizem que cada emprego criado nessa fábrica custou cerca de 1.5 milhão de dólares em isenções fiscais).
Listar os prédios públicos inativos ou com potencial subutilizado, além de prédios abandonados ou com dividas impagáveis de impostos passiveis de desapropriação e oferecer o espaço nesses prédios a estes novos empresários a um aluguel subsidiado. Fazer uso misto desses prédios, usando-os também como moradia para os ambulantes sem teto. Dar vantagens a estas novas empresas financiando o processo pelo qual esta nova empresa possa se tornar um representante oficial/prioritário de marcas e produtos detentores de marcas protegidas por copiright. Os prédios têm que receber a infra-estrutura necessária ao funcionamento das lojas, financiados pela União e pelas próprias empresas que têm o objetivo e interesse de acabar com a pirataria, por meio da Fiesp, AMCHAM, BRITCHAM e por aquelas associações gringas de proteção à propriedade intelectual (se eles querem acabar com a pirataria eles precisam se coçar também).

Passar uma lei tornando ilegal o comércio ambulante num prazo de 4 anos para quem não tiver as adequações necessárias (as oferecidas no programa). Depois de 4 anos a secretaria passa de “incentivo à legalização” para abertura de novas empresas e fiscalização / punição do comércio ambulante.

Criar um padrão e licenciar para estes novos empresários quiosques para a venda de lanches e balas nos pontos de ônibus, estações de metrô e locais onde estes já atuam, pois se eles estão lá é porque existe uma demanda, e ela vai continuar a ser explorada, legal ou ilegalmente.
Fazer uma campanha com a população esclarecendo porque é melhor comprar dos vendedores cadastrados e não dos ambulantes ainda ilegais, explicar que os impostos que eles passaram a pagar vão virar melhorias na vida deles próprios, explicar ainda que com isso eles estarão deixando a cidade mais bonita e com uma melhor qualidade de vida para todos.

Combater a pitataria e a falsificação nas fontes produtoras e distribuidoras.


__________________________________________________________________
Não ficou lindo, mas já é melhor do que reclamar das calçadas cheias da Teodoro ou do Largo 13.
Ouvindo:
POD: Southtown
Chico Buarque – Atrás da porta

sábado, junho 09, 2007

Pé na estrada.



Estou na estação rodoviária do Tietê, esperando meu ônibus pra Minas Gerais, ouvindo Björk (no auto-falantes da estação mesmo e não no meu diskman) e comendo um pão de queijo, porque afinal de contas, estou indo pra minha terra natal, a terra do pão de queijo e do doce de leite com água mineral e guaraná Mantiqueira... mistura boa né?? rss...


Meu feriado está agitadíssimo, não que eu tenha feito algo de útil, mas estou andando feito um camelo, ou correndo, como foi o caso ontem. Várias ligações, pessoas me procurando, eu procurando pessoas, sensações diversas, sorrisos ininterpretáveis, a vontade de escolher qualquer onibus e apenas partir... indo pra onde der na telha... seria legal... mas deixa pra lá, fica pra próxima.

(...)

Depois de mais algum tempo naquela cidade com o amanhecer mais cinzento da face da Terra eu parti, pela Dutra, rumo à minha terra-natal. Eu observava atentamente o caminho verdejante do Vale do Parnaíba deixando pra trás uma variedade indescritível de paisagens, e não olhei pra trás durante todo o percurso, como se aquelas casinhas e fábricas e andarilhos misteriosos fossem a personificação do meu passado, o qual eu quero deixar para trás de uma vez por todas, como as casinhas perdidas nos vales entre as Serras do Mar e da Mantiqueira, pois quando pegar esta estrada em meu caminho de volta, essas casinhas serão como se nunca tivessem estado lá, pois estarei alheio aos teus anseios.

Depois de incontáveis paradas em cidades cada vez mais uniformes e pitorescas eu chegava no início da tarde à cidade onde nasci e vivi meus primeiros anos. Eu via a cidade não com a segurança de um íntimo, de um filho daquela terra, mas sim com a curiosidade de um turista, como se as lembranças que tenho desse lugar tão querido fossem apenas fotos num folder de agencia de turismo.

Logo na primeira avenida já pude perceber que nem tudo mudara por lá. Uma moto caída, um carro de polícia, sirenes ligadas e quase uma centena de pessoas em volta. À medida que eu subia a rua, podia ouvir os comentários relativos ao acidente se propagarem como uma gota num lago, criando ondas de “notícia” onde pela primeira vez eu pude surfar, o que confesso, é uma experiência curiosíssima. E a qualidade dos comentários subia a cada esquina, tinha desde fofoqueiros explicativo-descritivos, especialistas de diversas áreas, um médico falando sobre as suturas que ele já colocou em acidentados de moto, um fofoqueiro-jurista, discorrendo sobre as implicações legais da queda, sociólogos tentando explorar o modus operantis de uma amostragem populacional a fim de provar que a nossa sociedade está infestada de sociopatas, hipsters e punks que não estão nem aí pra vida alheia, os fofoqueiros-economistas que discutem sobre como a indústria automobilística lucra com os motoristas imprudentes que se estabacam no chão, os bibliotecários que ficam tentando analisar e catalogar todas as informações ao redor, entre mais uma infinidade de fofoqueiros típicos de cid... bem, de qualquer lugar.

Logo atravessei a cidade e cheguei ao hotel Solaris, onde minha mãe me aguardava. A recepcionista do hotel era certamente uma bruxa Wicca, acabei de lembrar disso. Um banho e um almoço depois chegava o taxi que me levaria praquela que seria a experiência mais esperada do feriado, ser padrinho de crisma na cidade onde eu fui criado, Carmo de Minas, provavelmente a experiência mais root que eu terei na vida.


Depois de passar numa estrada em perfeitas condições construída pelo futuro candidato à presidência pelo PMDB (um sorvete pra quem adivinhar quem é!?) nós chegávamos lá, uma típica cidade do interior, a igreja, a praça, o coreto, o bar e as crianças brincando, tudo como deveria estar em uma cidade de 400 habitantes. Na igreja, impecavelmente decorada para a ocasião, nem sinal de movimentação, nada além de lâmpadas de natal piscando em volta de uma imagem de Nossa Senhora. Os apóstolos me olhavam curiosamente, com intimidade semelhante à das crianças lá fora, pois não os devia ver onde quer que fosse, há tanto tempo quanto não via aquelas crianças.


Depois de cerca de uma hora de atraso, a praça começa a se encher e antes que eu pudesse tirar a máquina fotográfica do bolso a cidade toda já estava entre a escada da igreja e o carro do prefeito que vinha trazer a personalidade do dia, o bispo. Pela primeira vez eu via um desses fora do tabuleiro, e agora posso dizer, é igualzinho, de longe parece feito de marfim ou mármore italiano, mas quando se chega perto dá pra ver que é de barro, bispo Diamantino era o nome desse, muito parecido com o santíssimo padre, porém mais ressecado.


Depois de abençoar um maço de santinhos do prefeito lá vinha ele, carrancudo como o cargo recomenda, seguido por uma multidão de 400 pessoas. Depois de certo empurra-empurra com a chegada de bispo Diamantino, o Chicó pode tocar a flauta mág... não, essa é outra história... Logo todos se acomodaram e começou a ladainha. Lá pelos quarenta minutos da terceira hora de palavrório, com um “para que sejamos verdadeiramente filhos de Deus reconheçamos nossos pecados e peçamos perdão” e mesmo um ou dois “pois ele nunca desprezou um desgraçado em sua miséria” e uma canção cujo refrão é “tende piedade de nós, só vos sois o Santo, só vós, o Senhor, só vós, o Altíssimo, com o Espírito Santo na glória de Deus pai...” acaba a punição, os crismados vão, abraçam e beijam o anel de Diamantino, o bispo de barro e estão todos livres para voltar à pecaminosa noite de Minas Gerais, cheia de pinga e de “fogo mineiro”. Mas o taxista nos esperava, tínhamos que ir.


De volta ao hotel da Senhora do Lago eu continuava de queixo caído com aquela cena de filme do Mazzaroppi, toda a cerimônia tinha o cheiro do nanquim de Frans Post quando chegou a Pernambuco junto de Nassau no início século XVII, tinta velha que depois de morar em São Paulo por 19 anos eu já não fazia mais idéia de que ainda era usada.

Ouvindo:

Interpol - Say hello to the angels.

sexta-feira, maio 25, 2007

Mimosos e mimados

Não costumo colocar textos dos outros aqui, mas este é sensacional.

Mimosos e mimados

NELSON MOTTA

RIO DE JANEIRO - Quando se ouvem os diálogos gravados entre parlamentares, funcionários, assessores e lobistas com a turma da Gautama, tudo soa parecido com o pessoal do tráfico, do movimento, armando suas paradas e se defendendo dos X9 e dos "alemão".

A diferença é que a linguagem dos bandidos do morro, criada para enganar a polícia e o pessoal do asfalto, é muito mais rica e colorida que a da turma de gravata e crachá. Mas são todos droga malhada do mesmo sacolé.

Quando os traficantes perguntam "do preto ou do branco?", é como se fossem empreiteiros e políticos combinando "é estrada ou ponte?"; "é emenda ou aditivo?", "é carro ou caneta?".

Curiosamente, tanto uns como outros jamais falam em propina -não são otários, otários somos nós-, sempre usam o código "fazer um agrado". Além de "chefe", talvez seja a única expressão usada igualmente pelas duas tribos, tão diferentes nas linguagens e tão parecidas nos objetivos.

Outra diferença é que as vítimas dos bandidos do morro são indivíduos e estabelecimentos comerciais, enquanto as quadrilhas da Esplanada roubam o dinheiro suado de todos nós e deixam um rastro de impunidade que abala a fé na democracia e nas instituições.

Como os bandidos são mimosos, os que recebem os mimos vão ficando mimados, têm prisão especial, foro privilegiado e liminares, enquanto o pessoal do short e chinelo fica em cana. Mas quem comete um crime mais grave? Quem vende droga proibida a um adulto ou quem rouba toda a coletividade, geralmente em Estados miseráveis?

Ainda sonhamos com o dia em que o Supremo Tribunal Federal mandará um parlamentar para a cadeia, pela primeira vez em toda a sua história, enquanto sustentamos os mimosos, mimados e intocáveis.

Folha de São Paulo, 25.05.07.

quarta-feira, maio 23, 2007

Play dead

Os últimos dias têm passado com um gosto estranho, um gosto que me é bem familiar, algo parecido com tristeza, ou com saudade, mas com um toque de solidão. Talvez seja mesmo um pouco dessas coisas, mas tenho a nítida impressão de não ser nenhuma delas, é diferente, não é localizado, não são momentos, já que ainda sinto momentos de solidão, não com tanto pesar quanto em outros tempos, pois a solidão já não me parece tão problemática quanto em outros tempos, hoje pra mim ela é como um estado que só depende de mim modificar, mas mesmo sair dele, mudar este estado de solidão não tem sido pra mim uma busca constante, uma busca importante, acho que com o tempo aprendi a curtir minhas solidões, mesmo elas não sendo mais tão curtas quanto foram antes, pelo menos nos últimos anos.

A tristeza tem se feito presente em muitos momentos, não que eu tenha o costume de cortejá-la, mas ela vem mesmo assim, o que me resta é sentí-la de uma forma branda, pois apesar de não quere-la, ela é válida, porém não mais que isso. A tristeza vem sempre pra confundir, isso já aprendi, às vezes ela própria já chega confusa, misturada à raiva, revolta, vingança, vergonha, culpa, solidão. Mas quando ela é o prato principal ela se faz entender, e muito bem, ela dói como uma luxação muscular, é como se o seu tórax estivesse deslocado, e tudo que tem lá dentro tivesse saído do encaixe e estivesse se apertando contra as costelas, parece que a gordura do coração se transformou numa pasta pegajosa e cheia de grãos de sal grosso que ficam arranhando e grudando a cada lento e profundo espasmo desse coração que nessas horas mostra toda a sua fraqueza, te envergonhando ante a todo o seu sistema linfático, sem falar na fraqueza, no desânimo, na confusão de memórias umas se sobrepondo às outras em imagens que, quando fecho os olhos estão sempre lá, me espiando como as faixas da via Dutra, uma diante da outra, todas diante de mim, me desafiando a atravessá-las.

A saudade é um sentimento estranho, normalmente ela é pintada como coisa pontual, como um teorema, diz-se que se você sente saudade, há de ser de alguém ou algo, outros a desenham assim como pintaram os outros, condicionada, porém nem sempre saudade de pessoa ou coisa, mas também de tempo, espaço, condição. Para mim não é assim, de-de-definitivamente, pra mim a saudade é só ela, completa em si, um sentimento solo, por si só compreensível, independente. Acabamos por vezes atrelando-a como que instintivamente a alguém, ou algo, mas a meu ver, este não é o nascedouro da saudade, mas sim seu depósito, sua foz.

A saudade se diferencia da dor ou da solidão por não ser necessariamente um sentimento sofrível em si. Não a vejo nem mesmo como um sentimento negativo, já que pra mim nem sempre o é. A sensação de saudade me é muito particular em relação a outras, vejo a saudade como um incômodo, como se às minhas costas se acendessem centenas de luzes, como aquelas das árvores de Natal, e atrás da minha cabeça existisse uma grande e cintilante estrela, dourada talvez, e talvez porque nunca consigo velas, nem as luzes ou mesmo a estrela. No meu estômago fica um motorzinho com uma vibração e – Não posso dizer com certeza – mas um barulhinho, como o de um motor de geladeira, bem suave, porém inegavelmente perceptível. É essa coisa toda que me faz querer eleger alguém que me está distante -- tão distante que este pudesse ter dado a volta no mundo todo e pudesse estar bem atrás de mim – eleger este alguém e clamar para que este venha ao meu encontro para me dizer se as luzes e a estrela atrás de mim são tão cintilantes e belas quanto em minhas fantasias, para que enfim eu possa desligar este motorzinho que vibra na minha barriga e não me deixa dormir.

Mas tanto a vibração quanto a curiosidade com relação às luzes não são em todo sensações ruins, eu sempre os senti assim, angustiantes, mas isso num tempo em que eu era infinitamente mais ansioso, mais nervoso, mas não agora. Agora a saudade tem se feito como uma companheira, uma que mantém minha imaginação viva, buscando o desenho e o brilho para a estrela que eu sinto que está aqui, logo atrás de mim, mas que eu nunca pude ver.

Mas vejo o que sinto agora e que tenho sentido nos últimos tempos e isso é um pouco do que falei até agora, mas não é nada disso. É uma sensação maior que todas estas e que me toma de assalto em momentos de vacilo, ela está sempre lá esperando eu piscar, é uma sensação estranha, ativa, viva, interior, comunicativa, mas o que ela quer comunicar não depende dela ou de mim, e fico esperando por isso como um afogado nos segundos finais antes do pulmão se encher de água e o cérebro parar, segundos estes que pra mim estão durando já algumas longas semanas.

Esta sensação, esta espécie de adeus, de despedida, como se uma parte de mim maior do que qualquer mudança ou aprendizado, maior do que qualquer tarefa, uma parte maior que eu, estivesse se desprendendo, como a parede de uma falésia, se despedaçando e se desfazendo no mar.

É assim que me sinto agora, sinto um grande pesar, um vazio que eu desconhecia, sinto como que prestes a me ver partir, não sei se o que sinto é morte, mas esta espera vem preenchendo um segundo a mais de cada dia meu, cada dia que passa, vejo que a hora de encarar esta sombra chega, e não há nada que eu possa fazer a este respeito.

Ouvindo:
Björk - Play dead, The anchor song
Interpol - NYC, Obstacle 1, Stella Was A Diver And She's Was Always Down

Vendo:
Jean-Michel Basquiat Untitled (Black Tar and Feathers) 1982

sexta-feira, maio 11, 2007

Os novos rumos da informação.

Não é de hoje que as grandes empresas dos principais setores econômicos, em todo o mundo, estão passando por um processo de fusões e aquisições sem precedente na história. Na área da informação, seja ela científica ou jornalística, a coisa não é diferente.

Existem rumores sobre a negociação entre a Thomson Corp. e a Reuters (ver post anterior), que se for realizada, criará a maior empresa mundial de informações financeiras do mundo, com cerca de 34% do mercado, desbancando assim a Bloomberg que detêm 33%. Além disso, a compra da Dow Jones, dona do Wall Street Journal pela News Corp., comandada pelo magnata das comunicações Rupert Murduch (FOX, SKY, DirecTV, My Space, New York Post, etc) já parece certa. Sem falar na compra da DoubleClick pelo Google ou a expeculação sobre a compra do Yahoo pela Mirosoft.

Muitos especialistas em jornalismo, ONG sobre a liberdade e transparência da imprensa além de empresários do setor vêem com apreensão este movimento que não parece ter hora pra parar, pois segundo eles, estando as grandes empresas de comunicação, informação e entretenimento todas em poucas mãos, a manipulação de informações pode se dar de forma muito mais abrangente e com muito mais eficácia. É só ver o caso da União Soviética ou de Cuba, onde a falta de fontes alternativas de informação criou uma população manipulável, que não tinha porque duvidar do que dizia-lhe a imprensa oficial.

Numa relação direta, a Fox e toda a News Corp., durante as últimas eleições presidenciais americanas foi largamente acusada de favorecer George Bush, não veiculando notícias negativas sobre a guerra do Iraque, fazendo vistas grossas quanto aos problemas econômicos americanos, entre outros. "A Fox News dá duas versões de cada informação: a do presidente e a do vice-presidente", ironizava o humorista Stephen Colbert em abril de 2006.

Porém do outro lado da moeda, porque sempre tem outro lado, surge a internet 2.0, também conhecida como Web Colaborativa e os blogs ganham força cada vez maior com ajuda de ferramentas da web 2.0 como Digg e Rec6 (no Brasil). Alguns anos atrás os blogs eram dados como o futuro do jornalismo, as empresas jornalísticas em todo o mundo começaram a encaixotar seus planos de crescimento e contar os dias para o esperado fim, então no início da década veio a bolha da internet e os grandes jornais viram que seu "papel" aínda era relevante.

Na semana passada um repositório de blogs, o Digg.com, foi impedido judicialmente de publicar posts de blogs que contivessem um código de programação que é a chave para quebrar a proteção contra cópias de filmes em alta definição dos HD DVDs. Porém, horas depois de cumprir a ação juducial e excluir posts de blogs que contivessem o tal código, uma legiao de bloggers invadiu o site com milhares de publicações contendo o mesmo código, ou então apenas protestando contra a decisão do site de tirar o conteúdo do ar, em poucos dias a informação havia se espalhado por toda a blogsfera mundial e ganhado sites e mais sites, foi uma verdadeira revolução proletária na internet, os usuários comuns lutando pelo seu "direito" de copiar filmes livremente. Isso dá uma noção do poder que a web 2.0 deu ao usuário comum, já que depois desse levante, o Digg desistiu de suprimir o tal código.

O futuro dessa batalha é difícil de prever, de um lado temos as grandes corporações ficando cada vez mais fortes, hegemônicas e abrangentes, e do outro, temos um usuário da informação com cada vez mais canais de comunicação, com ferramentas que dão a cada pessoa a chance de se expressar e ser ouvida por uma gama cada vez maior de pessoas, via web 2.0. Rupert Murduch é dono do MySpace, o Google dono do Blogger, a Microsoft quer comprar a Yahoo!, será que um dia eles vão tentar nos calar? Será que um dia eles vão ter esse poder, como o Grande Irmão do 1984? No dia em que os jornais, os provedores e portais de internet, os buscadores, fabricantes de hardware e desenvolvedores de software, os canais de televisão e rádio estiverem todos nas mesmas mãos, como parece que não vai demorar muito a acontecer, nesse dia vamos ter que voltar pras tochas e pras praças, pois vai ser tudo o que teremos em mãos.

terça-feira, abril 03, 2007

Veias, artérias e capilares.



A estrada é mesmo um lugar onde eu me sinto bem, adoro ver as faixas passando por baixo do carro e se perdendo sob os caminhões que vêem atrás, é como a minha memória recente, logo ela some, depende da distância entre o meu rabo e o nariz de quem quer pasasr por cima de mim. Sentir o vento a 160km/h na sua cara, mesmo que seja por uma frestinha da janela é ótimo, ver a serra da Cantareira ficando pra trás, São João do Miriti, Magé, Resende, a divisa dos estados e em seguida Aparecida, Taubaté, São José dos Campos, Santa Clara... eu viveria disso, ultimamente tenho pirado em como deve ser a vida de um caminhoneiro, ou então de um pescador... afinal de contas, eles trabalham em 2 dos lugares que eu mais gosto nessa vida, o mar e a estrada... viajei bastante a respeito e acabei chegando à conclusão de que deve ser como ser ginecologista, você tem que ser profissional, não dá pra ficar brisando quando você está lá a trabalho.

Duque de Caxias, lugarzinho estranho, gente mal encarada em tudo que é canto, muito calor, muito fedor, estrutura nenhuma e uma biblioteca desenhada pelo Niemeyer que custou 20 milhões de reais bem no centro da cidade... dá pra entender? Eu trabalho com bibliotecas, acho elas importantes, mas aquilo é um disparate, algo realmente disproporcional... nessas horas dá pra entender porque o Rio é o que é, e está como está.

Na volta pra São Paulo eu suava loucamente na estrada, olhava para os lados querendo absorver tudo, sentir tudo, queria lembrar da estrada, o que foi estranho, eu não havia viajado depois de terminar o "On the road", do Kerouac, numa parada pra comprar água em Santa Isabel desci do carro num pulo e fui saltando até uma padaria, quando me joguei sobre o balcão da padaria me toquei que eu estava agindo feito um maníaco, parecia um drogado falando e suando e pulando feito um doente, eu estava realmente alterado e naquela hora foi como se o Dean Moriarty tivesse baixado em mim... não sei se foi a estrada ou as horas ininterruptas na frente do computador, mas eu estava empolgadíssimo com a estrada, a estrada.

Chegando na cidade eu comecei a me acalmar, pegamos o corredor norte-sul, passamos pelo clube de regatas Tietê, Pinacoteca, Estação da Luz, Anhangabaú... coloquei na KissFM esquanto o carro passava sob o tunel e o barulho parecia a intro de 100%, por causa do tunel, quando saímos à luz do entardecer do centro da cidade, dando de cara com a praça da Bandeira e o terminal começa a tocar Fascination Street do the Cure, enquanto passávamos pelo Cambridge e os prédios iam se fechando à nossa volta e os viadutos passávam sobre nós como teias e o baixo ficava cada vez mais alto e a noite caíndo e a música subindo numa escalada vertiginosa até que eu desci do carro na frente da FGV... então desci do carro e subi até o BH pra tomar uma Heiniken e comer um pão de queijo... vendo a Augusta pela enésima vez eu pensei no quanto gosto dessa cidade, pensei no quanto eu pertenço a ela e em toda a nossa relação... eu estava em casa de novo.

Ouvindo:

The Cure: Fascination Street
Deftones: Be quiet and drive

segunda-feira, março 26, 2007

Adorei, marofa nunca mais!!! hahahahaa!!!

Software promete efeito de drogas por meio de sons
23.03.2007

São Paulo, 22 de março de 2007 - A virtualização da realidade anda atingindo níveis de sofisticação nunca antes vistos na Internet. Depois da nova coqueluche do Second Life, mundo virtual onde pessoas reais criam personalidades alternativas para lá "viver", uma outra empresa promete oferecer simulações de sensações específicas como sono, euforia e relaxamento, além dos efeitos "recreativos" de drogas como maconha e cocaína, por meio de sons que sincronizam as ondas cerebrais do usuário.

Esse é o objetivo do "i-Doser", um software criado pela i-Doser Labs, empresa que se auto-intitula "líder na tecnologia de Ondas Cerebrais Binaurais" e que oferece o internauta a oportunidade de experimentar drogas virtuais.

Para se ter uma idéia do que isso tudo representa, na homepage do i-Doser há uma seção dedicada a descrever um de seus best-sellers: o CD "Recreational Simulations 1" (Simulações Recreacionais 1). A mídia seria uma "coleção de 4 doses": maconha, peiote, ópio e cocaína. "Cada faixa de áudio contém nossas batidas binaurais avançadas que vão sincronizar suas ondas cerebrais para o mesmo estado de uma 'dose recreacional'". E tem mais: "Mixado aos nossos pulsos sonoros avançados estão sons de fundo suaves de uma paisagem sonora para ajudar a induzir seu cérebro a um estado de mudança de humor como euforia, sedação e alucinação".

Curioso? Então basta acessar o site do i-Doser e baixe o programa gratuito. Ele vem com com duas "doses" grátis - nem um pouco "recreativas", por sinal. Mas você pode comprar suas doses ou um CD inteiro pela bagatela de R$ 40 no próprio site. Mas já vou avisando: eu usei e não me bateu "onda" alguma.

http://www.i-doser.com/

Lesson 2 - Taking decisions and being with migraine!

Imogen Heap - Oh me, oh my

Quiet now in sleepy dreams
To me it seems the only time to be
Just me
Bombarded by the phone, in my own home
Can't get the space that I need
And how I need it, yeah

Oh me, yeah, oh my
Oh me, me, me, me oh my
Oh when I look
When i look at my life
Oh me, oh my

When i look at my life, yeah lalala
Crowded by the city, all around me
Need some silence from the loud
And noisy crowds ...


Escrever algo espontâneo é uma tarefa meio complicada, pelo menos pra alguém como eu, pouco espontâneo, quer dizer, bem, assim... não sou tão chato assim, mas durante essas últimas semanas eu tenho me entretido muito com as idéias e dilemas que rodam na minha cabeça como se fossem a malha metroviária de Londres, uma loucura. Nunca estive em Londres, mas outro dia depois de ser abastecido por um amigo de informações sobre a cidade eu fui dar uma pesquisadela básica, google earth/maps, wikipédia, uns blogs e acabei achando o lugar bem interessante, bem mais do que os dilemas barulhentos e confusos que colidem a cada instante dentro da minha caixa craniana.

Estou me preparando para mudar algumas coisas na minha vida, estou nessa fase de transição que mais parece uma Câmara de Reflexão Maçônica - não sei porque estou aqui e nem pra onde vou - estou com aquela maldita vela na mão e olho em volta, aquelas frases amedrontadoras escritas nas paredes, tentando me convencer a dar a volta e correr para dentro do útero da minha mãe... e o bode fedorento, a caveira humana entre os vermes no canto da sala, as espadas, os capuzes, realmente muito encorajador... As mudanças vão acontecer, mas quais e quando, só Deus sabe, na verdade elas já estão acontecendo, aos poucos, onde elas vão parar? Onde eu vou parar? sem perguntas, por favor...

Tenho rodado por aí esses dias, fico querendo falar, mas não sei direito como começar, ou pra quem falar...

Ouvindo:

Blur - charmless man.

quinta-feira, março 08, 2007

Um dia especial...

Se você nasceu rachada, parabéns pelo seu dia!!!!



Estes são os votos inaceitáveis de um humilde blogueiro.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Melhores shows da minha vida...

Não está na ordem, não exatamente...



Curitiba Pop Festival - Pixies.



Deftones - Via Funchal - São Paulo - 10/02 - Peguei o vídeo do Rock in Rio por causa da qualidade, mas o show daqui foi melhor...





Weezer - Curitiba Rock Festival - Muito bom!!!!



Teenage Fanclub - CPF - Curitiba




Mudhoney - Olimpia - São Paulo - Do caralho...



Iggy Pop - Campari Rock - São Paulo - O Diabo veste calças justas...



Echo and the Bunnyman - Credicard Hall - São Paulo - Duas apresentações inesquecíveis.



Meu primeiro show fechado - Green Day - Via Funchal - No século passado.



Korn - Credicard Hall - São Paulo - O bate cabeça mais nervoso de 2002.



Dominatrix - Sesc Pompéia - Muito tempo atrás, muito bom show...


Tá bom né, tô com sono, preciso ganhar o pãozinho de amanhã... boa semana.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Segunda-feira é um saco

Principalmente quando as coisas não funcionam, e numa segunda-feira elas dificilmente funcionam.

http://www.youtube.com/watch?v=pjG49EgXQUI

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Kate - parte I

Quando saí do trabalho aquela tarde, na Biblioteca Municipal de New York, eu estava realmente estafado. Meu trabalho fora o mesmo de todos os dias, descobrir o que a América anda lendo e comprar um exemplar, mas o que me cansava não era o excesso de trabalho, de forma alguma, o que me aborrecia na verdade era a minha rotina. Naquela tarde percebi que não fazia nada de novo a semanas, como que num clic notei que minha vida havia se tornado à prova de excitações, ou mesmo de surpresas.

O outono gélido com suas noites silenciosas de outubro tinha o poder de tranferir pra mim seu tédio e chatice com uma força irresistível. Peguei o metrô e fui direto pra casa, um minúsculo apartamento no Queens. Peguei as correspondências e subi as escadas abrindo-as, contas, contas, contas, propaganda, a New Yorker e uma carta, na hora pensei ser engano, já que eu não recebia uma carta desde que minha mãe faleceu dois anos atrás de férias em Frisco. Entrei em casa e dei de cara com a caixa de papelão ao lado da escrivaninha, suspirei, como sempre fazia ao fita-lo, eram os originais de todos os meus livros inacabados que permaneciam enclausurados naquela caixa desde que saí do Brooklin, cerca de 4 anos atrás. Não escrevi uma página desde que saí do Brooklin.

Sentei-me na minha poltrona e olhei a carta de novo, era do Ed Donkel, um velho amigo do meu pai que depois da morte do velho, quando eu tinha uns 13 anos, fez o que pode pra minimizar minha perda, um grande cara ele. Na verdade não nos falávamos desde que eu saí do Alabama, nas cartas minha mãe dizia que ele sempre perguntava de mim, até ir pra Denver poucos meses antes de ela morrer.

Na carta ele dizia que estava bem em Denver, perguntava se eu já tinha um daqueles carrões que aparecem nos intervalos do Super Bolw, diz que pegou meu endereço com minha mãe antes de sair do Alabama e me pede um favor. Eu tinha me esquecido de citar, ele sempre foi ótimo em pedir favores também. Ele me pede pra ver como anda a filha dele, a adorável Kate, pois ela estaria aqui ou em New Jersey e não vinha mais atendendo as ligações dele. O Big Eddie era um cara legal, merecia o esforço, mas a Kate merecia mais ainda, que garota adorável, fomos criados como irmãos até eu ir pra universidade. Ela sempre soube que não era bem fraternidade o que eu sentia por ela, e ela administrava isso muitíssimo bem, tanto que eu nunca consegui nada com ela, porém nunca me ofendi ou magoei com as doces negativas dela, realmente uma bela garota, de muito tato. Talvez Kate fosse o que faltava pra animar meus dias frios na costa leste, e talvez até as noites.

Eddie deixou algumas pistas na carta, como o último endereço que ele tinha, no Bronx, de onde as cartas estão voltando, o telefone que ela não atende mais, o nome completo, como se eu não soubesse e o n° do seguro social dela; acho que com isso eu poderia encontrar uma pessoa na maior cidade do ocidente, afinal, tudo o que acontecia na cidade acabava chegando na biblioteca, mais cedo ou mais tarde.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Agora sim começou o ano...

With all of my might,
With all of my might I do this.
It's a waste of my time to pursue this.
I'm so full of self-indulgence to think that you'dlike this song.




Já fiz 22, já rolou o show do Deftones, minha chefe voltou e semana que vem tem carnaval... agora a roda vai começar a girar!!!!

E por falar em roda, que show foi aquele!?!?!?! Putaquepariuessaporra!!!!!!!!!! Quebração total, o melhor vocal do mundo, o melhor batera da Califórnia... fodaço!!!!!!!!! Olha o set list das crianças:

•Korea
•Knife Prty
•Back To School
•Feiticeira
•Digital Bath
•Be Quiet And Drive (Far Away)
•My Own Summer
•Around The Fur
•Nosebleed
•Engine nº9
•Beware
•Passenger
•Bloody Cape
•Hole In The Earth
•Xerces
•Rats Rats Rats!
•Bored
•Minerva
•Root
•7/Birthmark/Words
•Change (In The House Of Flies)
•HeadUp

Faltou pouca coisa, quase nada na verdade, mas foi ótimo assim mesmo.

Meu aniversário... bem, não teve festa, pelo menos não uma que eu pudesse chamar de minha, mas até que deu pra curtir, em um dia recebi mais scrap do que eu tinha antes de apagar geral... tô até com preguiça de apagar tudo de novo...


Tô sem assunto, boa tarde e bom carnaval!


Ouvindo: Sublime - Wrong way, Abril 29, 1992

terça-feira, janeiro 30, 2007

I've been tired!!!!!!!!!

Came in from a rainy Thursday
on the avenue
thought I heard you talking softly

I turned on the lights, the TV
and the radio
still I can't escape the ghost of you

What has happened to it all?
Crazy, some say
Where is the life that I recognize?
gone away

But I won't cry for yesterday
there's an ordinary world
Somehow I have to find
and as I try to make my way
to the ordinary world
I will learn to survive

Passion or coincidence
once prompted you to say
"Pride will tear us both apart"
Well now pride's gone out the window
cross the rooftops
run away
left me in the vacuum of my heart

What is happening to me?
Crazy, some say
Where is my friend when I need you most?
Gone away...

(Como eu não achei vídeo da versão que eu gosto dessa música, vai outra, mais fofinha...)



Como pode, a pessoa esquecer a senha do blog em 20 dias!?!?!?! hahahahaha... Fiquei tanto tempo pra abrir isso aqui que já esqueci tudo o que eu pretendia escrever!!! hahahahaa...

Só lembro que meu aniversário tá chegando, o show do Deftones tá chegando, minha habilitação vai chegar logo depois, agora só falta Jesus voltar mesmo!! rsrss... delícia de tarde quente da porra!!!!!!!!

Minhas perturbações mentais são realmente algo que mereceria um estudo clínico, estou todo animado, do nada, não aconteceu nada, absolutamente, pelo menos nada que a meu ver seja motivo pra isso, coloquei pra rolar Sade pra ver se sossegava o facho um pouco, mas nada, até ela e aquela choradeira toda estão me parecendo divertidas... Quero descobrir o que houve, se eu aprender a dominar esse troço que me deixa animado desse jeito, não vou nem precisar da terapia, nem de chocolates, pois eu também não comi chocolates agora!!! hahahahahaa... O foda é que tenho uma sensibilidade tão aflorada que provavelmente nunca vou saber, dificilmente sei o que acontece, me corto, arranho, tenho dores de barriga, de cabeça, hematomas, chifres e nunca sei o porque, nunca sei o que aconteceu, acho que é por isso que eu sou tão solidário ao Lula, eu sei o que ele tá dizendo quando ele fala que "não sabia de nada", eu não sei nem o que se passa embaixo da minha pele direito...

E o Corinthians, começou o ano ganhando, conseguiu segurar o Nilmar... Vida besta da porra!!!!

Bem, de resto é isso, quando eu descobrir o que fazer pra comemorar o aniversário eu aviso, mas como eu ainda não sei... No Deftones? Bem, quero curtir o show, de preferência da grade, sem respirar, cara a cara com o Chino, pra ele gemer bem na minha frente, então, conhecendo as pessoas que vão no show, acho que vou ficar sozinho por lá.

Ahhhh.... O AlekyezZº me deu uma dica ótima um dia desses, uma rádio digital chamada WOXY, o URL é: http://www.woxy.com/, vão lá, é indie mas sem muita viadagem, pelo menos não sempre.

Agora sim, é só.

See ya!


Ouvindo:

Sade - Pearls
Archers of Loaf - Wrong, web in front
The blow - parentheses (muito fofa!)

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Smooth Operator

"But when she knew how to walk she knew
How to bring the house down
Can't blame her for her beauty
She wins with her hands down..."

(...)

"Try show her a better way
She'll say you don't know what you've been missing
And by the time she blinks you know she won't be listening
Reach for the top she said
And the sun is gonna shine
Every winter was a war she said
I want to get what's mine"



Algumas coisas costumam ir e vir na minha vida, o que pode ser bem interessante sob um ponto de vista antropológico/filosófico/espiritual mas que, aqui de dentro é um saco... Sentado no piso do ônibus lotado ontem, passando pela Paulista escura e cheia de gente eu pensava nisso, ouvindo essa música, e via o quanto é bom ter chaves para trancar certas portas.

Dia desses me pergutaram pela enésima vez porque eu não fui pra "Isla de Encanta" quando me surgiu uma chance, e talvez eu nunca tenha tido uma resposta que me satisfizesse, até porque dificilmente fico satisfeito com as decisões que tomo. Mas a vida ensina, todo dia ela ensina, e é aquilo né, ou você tropeça e levanta ou o cara de trás vai e te pisa. Não sei qual seria minha decisão hoje, mas sei que tem algumas cólicas que não quero sentir mais, dores que não são mais bienvenidas.

Tenho um carinho enorme por São Paulo, reclamo muito, me chateio muito com ela, mas gosto, o pouco que entendo sobre ela me faz querer o bem dela, tenho vontade de abraçar a cidade, tenho vontade de ser tão dela quanto as vezes acho que sou, que não sei se é muito ou pouco, mas sei que é sempre bom... São Paulo é especial pra mim, se é que dá pra colocar assim, especial... como deixar tudo isso pra trás, como simplesmente sair de um lugar que você conhece e gosta, conhece as "suas" principais ruas, afinal cada um de nós tem suas favoritas, como deixar o BH, o Frevo, o Funhouse, o Thenossauros, o HSBC Belas Artes, o Ibirapuera, o Bogas, o Benedito Calixto, o escadão da Gazeta, os amigos, os amores, a família, as bibliotecas, o Teatro Municipal, a Paulista, o bauru, a pizza, o nhoque, o yakisoba, as lojas de conveniência, a conveniência, as lembranças boas, os vacilos, as lojas de CD, as livrarias, o corinthians... sei que muito disso já não é como nas minhas lembranças (o corinthians que o diga), sei que tem coisas chatas pra caralho aqui também e sei aínda que o importante é guardar com carinho essas recordações, mas sair daqui vai doer, vai doer pra caralho porque a cidade é especial pra mim, muito, mas acho que meu tempo aqui está se acabando e que eu vou ter que começar do zero com outra, talvez não exatamente do zero, mas tenho a impressão de que nunca uma cidade vai ser pra mim como Sampa tem sido durante todos esses anos.

As coisas vem e vão, em ciclos que mesmo inconstantes são sempre cíclicos, um dia o corinthians vai voltar à velha forma, um dia minha coceira na cabeça vai voltar, um dia aquela música vai me tocar de novo, um dia as coisas darão certo novamente, como quando se pega onda, é preciso esperar a hora certa pra dropar, a água sob os seus pés não vai ser a mesma da onda anterior, mas nem por isso o mar não age de forma cíclica, e se você tiver paciência, virá uma onda como aquela, talvez até melhor.

Algumas coisas são especiais nessa vida, e o que torna elas especiais não é um valor estético ou monetário, mas sim o que elas deixam encrustado em nós, algo que é só delas...



Ouvindo:

Hateen - Danger drive
Husker Dü - Could you be the one, Don't wanna know if you are lonely

domingo, janeiro 07, 2007

Deep fealing..

Viver... sentir... é disso que se trata isso tudo afinal, muita coisa por aqui é vista, sentida, tem muita coisa sendo sentida, a vida é essa, a vida é agora... é agora... tsc... por que tudo é sempre tão urgente? Por que é tudo tão forte por aqui.

Satisfação com quem se é, isso é difícil de quantificar, qualificar, afinal, como saber o que sentir se não se sente, com esse coração quadro-a-quadro, essa dor constante que é como uma microfonia que passa pela boca do estômago e que não te deixa pensar, não dá pra saber muito sobre nada, apenas querer, ouvir e fechar os olhos esperando que tudo passe. Mas não passa. Fecho os olhos bem apertados, rangendo os dentes e fechando as pernas com toda a força, espero que isso se vá, mas não foi antes, e essa esperança de liberdade é matadora, simples assim, matadora.

Que merda é essa que se sente assim, de uma hora pra outra, que te faz achar aquela pessoa um raio de luz numa hora, mas depois, quando voltam as cólicas e a cabeça parece estar sendo esmagada pelo crânio, nada mais faz sentido, um rolo compressor, um que me faz desfalecer, um que me deixa fraco como um bebê faminto, faminto daquele sentimento que não me acomete mais, uma parede de concreto que só me deixa sentir o que é diabólico, sentir o que me faz mal, e a dor sobresai, roda livre desse muro que eu quero derrubar a qualquer custo, um muro de fenobarbital 120mg, construido por anos, que me enfraqueceu a ponto de me transformar em uma coisa do meio pra baixo, com sangue escorrendo pela testa, com vozes na cabeça, colicas e apagões, é como uma sina, uma cortina de cinzas cobrindo a minha pele e me lembrando sempre disso, um demônio que causa o que não pode ter, e eu ouço que quando acontecer eu vou saber, e isso faz parte constante dessa impotencia, dessa punição, a esperança de um dia saber, um horizonte que nunca chega, e que só vai chegar quando eu conseguir me mover novamente.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Nice year!!!

Uma coisa eu lembrei hoje apenas, com relação às metas para 2007... ser mais objetivo!!! hahahahaaa... tinha me esquecido completamente disso, fiquei enrolando e esqueci. Agora sim, eu acho que minhas metas estão ok.

Acabei nem fazendo listinhas de "o melhor de 2006"... até queria fazer, vim pro computador tentando pensar nisso, mas minha memória não é suficiente pra essas coisas, eu acabia colocando o Mudhoney como disco do ano!!!!! hahahahahaha... E tem outra, não fui a muitos shows (Porém esse eu sei, o melhor foi o Millencolin, depois ... bem, sei lá, New Order... viram, isso nunca iria funcionar), não comprei muitos CD's, aínda mais CDs novos, contemporâneos, acho que do ano passado só o Deftones mesmo, que por sinal, já é o show do ano de 2007, pelo menos pra mim, não saí muito (CB e Inferno são as minhas baladas do ano, disso eu lembro), não comi em lugares diferentes, quer dizer, devo até ter feito essas coisas, mas é como eu disse antes, minha memória não vai muito bem.

Entrei numas de falar o que dá na telha esse ano, um amigo me ligou pra tomar umas e eu já lancei "tô em Boituva, vou entrar no elevador agora, depois nos falamos..." hahahahaa... ele não é tão amigo assim, mas acho que exagerei, nem sei se tem algum elevador em Boituva, na verdade nem tenho muita certeza de que boituva é um nome de cidade válido. Mas agora é assim, esse negócio de pensar no que falar é muito desgastante, daí acabo falando qualquer coisa ou então falando a verdade mesmo, o que é até mais engraçado às vezes.

Agora eu entendo o que um amigo meu dizia pra mim sempre, aínda acho ele meio exagerado, mas ele sempre me dizia que pra uma amizade firmar mesmo, pra vc poder falar que o cara é teu truta mesmo, só depois de uns 10 anos. Dez anos é coisa pra caralho, se alguém que eu conheço a 8 falar que eu sou um colega eu mando tomar no cu, mas sei lá, algum fundamento até tem. Ontem eu estava num bar com este aí dos dez anos e com outro cara que eu conheço a uns 14, estavamos sem muito dinheiro e nada de realmente interessante acontece na vida de nenhum dos três a pelo menos uns 2 meses e mesmo assim passamos horas rindo, falando sobre toda qualidade de merda, futebol, mulher, o piercing da Karina Bacchi, trabalho, carros, video-game, musculação, filmes B, amigos (colegas né... não vamos confundir as coisas) que casaram, outros que vão ter filhos, outros que não sabem se tem filhos, outros que saíram do armário, planos pra 2007, listinhas de coisas boas e ruins de 2006 (não sei o que houve, de ontem pra hj esqueci qse tudo), tunning, muai-thay, televisão, praia, drogas, bebidas, ou seja, nada de muito profundo, só fofoquinhas e baboseiras, e foi ótemo!!! É incrivel como se pode falar qquer coisa pra alguém que te conhece a 10 anos, ou como você pode mesmo não falar nada, só beber e curtir o momento... acho triste quando a corda arrebenta antes dos 10, e ela quase sempre arrebenta, mas a vida é assim, tem vezes em que não é pra ser, ou parecia que era pra ser uma coisa e acaba virando outra. Só sei, isso eu sei mesmo, é que eu adoro meus amigos, mesmo os que eu não conheço a 10 anos, na verdade tem gente que a gente acaba de conhecer e já fica intimo de cara, nem precisa de muitas apresentações e palavrórios... éééé...

Tô gostando desse ano, não mudou muita coisa na verdade*, mas esse climinha de esperança que não vai chegar nem no carnaval é legal, é como uma nuvem de sussego, uma tranquilidade que parece inabalável... durante o resto dessa semana pelo menos.

Quando saio do trabalho, praticamente todos os dias tem chuvido, eu saio e está tudo bem, daí 50 metros depois começa a garoar e quando eu menos espero começa a cair agua de verdade. Isso já vem desde o ano passado (*não mudou muita coisa na verdade), queria saber se isso é algum sinal...

Algumas coisas nunca mudam, nunca mesmo, pelo menos não sem um pouco de trabalho em cima. Estou quase terminando de organizar a biblioteca, estou morto, no fim do dia meus braços pesam mais do que eu, mas tô gostando do resultado, já consigo até achar as coisas lá. Não tenho costume de ser pró-ativo, na verdade detesto desde a palavra até as pessoas que acham que são isso, o que quer que isso seja, mas tô tendo que me coçar agora, afinal, eu sou a única pessoa na empresa que sabe o que é uma bilbioteca, e a única que se importa com aquela, falei com a minha chefe não mais do que 3 vezes sobre o que fazer com o acervo e coisas assim (não que eu não tenha tentado mais), o resto do povo lá não tá nem aí, daí eu tenho que correr atrás de cada cretinice por lá, desde pedir pra limparem o chão até colocarem o ramal que no site da empresa diz que é da biblioteca na mesma, a impressão que eu tenho é que ninguém sabia que tinha uma biblioteca lá, e egora eu vou ter que mostrar pra eles, é, agora sim eu posso dizer, pró-atividade é um saco, mas dá resultado.

Não tô afim de falar do Rio, não acho que vá valer a pena, afinal, já tava na hora de a guerra civil começar, aqui com o PCC, lá com o CV, esses malucos são nada mais que o resultado de tudo o que se plantou nesse país roubando, desrespeitando, se fazendo de surdos, de cegos, entrando em seus jatinhos e tentando passar desapercebidos entre os gritos de horror e fome, por muito tempo achei que o fato de quem faz barulho serem os traficantes ou os ladrões deslegitimaria o ato em sí, mas quem são os traficantes senão os excluidos, um dia alguém ia ter que se fazer ouvir, e eu acho ótimo que eles estejam conseguindo. Roubar toner de impressora, fazer gato de água, protestar na rua contra os aumentos do ônibus (quase 30% quando a inflação do periodo foi de 6% é injustificável, não tem o que falar), essas coisas todas não adiantam mais, o jeito é partir pra ignorância mesmo, o foda é que carioca vacila até nisso e fica matando gente inocente, gostei mesmo foi daquela mina na Bahia que tentou matar o ACM Neto, se isso virasse rotina, alguém catar pedra no Maluf, atirar no FHC, cuspir no Aldo Rebelo, fazer igual o Edward Norton no Clube da Luta e estorquir o chefe, se essas coisas ficassem mais rotineiras, aí sim esse país ia pra frente, tá na hora da tal "furia negra" ressucitar de uma vez por todas.


Ontem assisti "Chasing Amy", um cláááásico de um dos meus diretores favoritos, o Kevin Smith. Não é lá um filme tão criativo, mas o Banky (Jason Lee) está hilário, mais machista e idiota do que nunca, ele, assim como o Jay, o Holden (não o do filme, o do Catcher in the Rie), o Sal (On the Road) e o Hommer Simpson são ótimos personagens nos quais se espelhar e chupinhar um pouco de personalidade, e boas piadas, claro. Este filme fala comigo muito de perto, a história me é bem famíliar, não que eu tenha me apaixonado por uma lésbica (elas costumam trocar de lado depois de me conhecerem) - Apesar de que pela Joey Lauren Adams eu faria um esforço -mas esse negócio de ficar louco de amores e depois jogar tudo de lado por motivações estúpidas ou ao menos incomuns, beirando o idiotismo, isso eu conheço bem. O lance de ser caipira, não se conhecer bem e se ver inadequado, despreparado, impotente, isso me é bem familiar também, mas agora isso são águas passadas, não tenho mais tempo pra pensar nessas merdas mais!!!! (quem vê até acredita né!? ;) ...)



Outro dia ví a Joey num filme, não me lembro qual agora, e achei que ela estava enorme de gorda, mas procurei fotos recentes dela e ela está bem agora, com 38 e ótima, parece até alguém que eu conheço (-7).

Estou definitivamente sem telefone em casa, depois das chuvas purificadoras do final do ano passado ele morreu de vez, não dá pra ouvir nada nele nem gritando, e o pior é que ando sem grana e não coloco créditos no celular faz uns 6 meses, assim sendo... estou praticamente fora de serviço, a não ser por almas caridosas que ligam pra celular mesmo com o fim da promoção da TIM e a volta das tarifas absurdas.

Agora sim, cansei, vou dormir porque meu couro está bem gasto já por hoje, bom final de semana pessoas!

Ouvindo:

Lynyrd Skynyrd - What's your name, I'm a country boy (hahahaa... né?), Saturday night special, Sweet home Alabama (é, comprei um CD deles mesmo)
Sade - Smooth operator, Jezebel, Love is stronger than pride, Paradise, Pearls, No ordinary Love (é, comprei tbm... rssss...)