tag:blogger.com,1999:blog-185923362024-03-13T01:37:18.455-03:00The life is that, the life is now!João Pedrohttp://www.blogger.com/profile/15643099663118451524noreply@blogger.comBlogger110125tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-47395335815506511662014-03-27T14:29:00.000-03:002014-03-27T14:34:42.663-03:00Epidemia Esquizofrênica – Compre On Line!<div style="text-align: center;">
<a href="http://store4301023.ecwid.com/simple-store#%21/%7E/product/category=0&id=34088481" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img alt="capaJP" class="alignnone size-medium wp-image-306" src="http://joaopedromoraes.files.wordpress.com/2014/01/capajp1.jpg?w=208&h=300" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Epidemia Esquizofrênica: Uma década muito
louca em São Paulo é um livro estonteante, com o ar de pessoalidade de
um blog, descrições cinematográficas e uma agilidade de quem não
consegue conviver com a angústia muito tempo. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Com uma linguagem cheia de
ginga e o uso indiscriminado de referencias pop, inclusive citando a
trilha sonora de quando alguns dos contos foram escritos, esse é um
livro para ler com o MP3 ligado e com um marca texto, mas que não deixa
de ter seu sentido em si mesmo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">João Pedro Moraes coloca uma paixão
desenfreada nas linhas, fala das agruras da vida como se fossem lições
inevitáveis, canta São Paulo e seus pontos nevrálgicos como quem sabe do
que está falando. <span style="font-style: inherit; line-height: 1.625;">O
lançamento no aniversário da cidade foi uma homenagem justa, que fica
clara do título à introdução e que se mostra por todo o livro, que
explora o cotidiano dos personagens mais marginalizados dessa cidade
cada vez mais dicotômica. </span><span style="font-style: inherit; line-height: 1.625;">Mas
não os traz como uma visão indiferente e terceirizada, o livro te
coloca na pele dessas pessoas que são quem faz São Paulo funcionar,
mostrando que eles não são apenas números e uniformes, mas pessoas que
amam e sofrem, com a intensidade de quem não tem nada a perder. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-style: inherit; line-height: 1.625;">Desde
o início o autor deixa claro o que está posto, é a visão de um jovem
periférico da zona sul de São Paulo sobre a vida na cidade, sobre as
relações, sobre os medos e angústias de quem não se importa com o que os
outros vão pensar porque já tem problemas o suficiente. É uma
provocação contemporânea, divertida, uma literatura marginal que não é
nem engajada nem “proibida”, mas apaixonada, urgente, realista e lúdica
como seu cenário principal, a cidade que nunca dorme. Misturando
romance, aventura e humor, Epidemia é um livro de leitura fácil, que
diverte desde o adolescente até um senhorzinho mais liberal. </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><span style="font-style: inherit; line-height: 1.625;">Pode-se
dizer que é um retrato da juventude Zona Sul que foi surrada pela vida
nos anos 1990, agora revisitada, mais ligeira e pronta pra dar o troco
em forma de arte, como muitos daquela época estão dando agora nos saraus
periféricos, batalhas de MCs e nas capas de revista. E João Pedro
Moraes parece vir pra ser mais um desses caras da Sul que vai causar!
Vale conferir.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">E ai? Tá afim de enlouquecer?</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Ponto de venda exclusivo:</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><b> LIVRARIA DO ESPAÇO, NO ESPAÇO UNIBANCO ITAÚ DE CINEMA,</b> na Rua Augusta, 1660.</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span>
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Em breve outros pontos de venda…</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">On line:</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><b>Pay Pal </b>ou<b> PagSeguro – boleto, cartão de crédito, débito em conta ou transferência bancária</b></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Rápido, prático e com entrega garantida em até uma semana.</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Mas se você tá proibido pela patroa de ir
pra Augusta ou não confia em internet e acha que essas coisas não dão
certo é só me mandar um e-mail para elavaiserminha@gmail.com com o teu
endereço e a quantidade de livros que eu te passo o número da conta para depósito.</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Para comprar via PayPal ou PagSeguro mesmo clique na foto do livro no início do post ai aqui embaixo.</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://store4301023.ecwid.com/simple-store#%21/%7E/product/category=0&id=34088481"><img alt="capaJP" class="alignnone size-medium wp-image-306" src="http://joaopedromoraes.files.wordpress.com/2014/01/capajp1.jpg?w=208&h=300" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://store4301023.ecwid.com/simple-store#%21/%7E/product/category=0&id=34088481"><img alt="" class="aligncenter" src="http://joaopedromoraes.files.wordpress.com/2014/02/venda2.jpg?w=500&h=150" height="150" width="500" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br /></span></span></div>
João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-18141171151873347402014-03-27T14:15:00.006-03:002014-03-27T14:15:44.661-03:00nulla die sine linea<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estava chateado, não estava claro exatamente o porquê, quer dizer, o porquê sim, mas era estranho o como aquilo funcionava na minha cabeça... Era uma partida perdida, de inicio, não ia dar pé, lembrei de quando quase me afoguei no Caribe mexicano, aquilo sim seria um final glorioso. Lembrei também de quando terminei com a Kelly e ela vinha chorando com suas calças brancas atrás de mim pelas ruas do Paraíso num balé de abraça, beija, rodopia, chora, pliê, grita, abre os braços, fecha os punhos, ajoelha, juras de amor enquanto eu tentava convence-la de que aquilo era o que restava pra nós depois dela adquirir uma asma alérgica de ciúmes das caipiras do meu cursinho e de os tempos de sexo louco pelos becos terem acabado era só aquilo que restava, dançar. Tinha acabado, era fato, mesmo toda aquela paixão à <st1:personname productid="la Lua" st="on">la Lua</st1:personname> de Fel não poderia mais nos manter juntos. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
D 57 – Rogério Sganzerla – Colégio Mackenzie, blá blá blá...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
D58 – Equipamentos de áudio e som Phillips instalados em cinemas brasileiros.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acabaram os envelopes, preciso de álcool e pedir pra ela raspar umas ferrugens...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Volto, engulo seco, cadê o estilete? ... “será que dá pra ver na minha cara assim...” no foyer toca Desafinado, na flauta, Desafina na flauta é muita falta de sacanagem. “My life is to live in solitud” eu lembrava, o Sinatra com aquele portuguesinho safado de buteco aprendido com o Tom, o maior dos safados de buteco. Lembrei das noites no Brooklin dançando nu com Laura, o Sinatra, o Jobim, o Ray Charles, éramos como um corpo só, mesmo com toda minha inabilidade eu rodava minha princesa até caírem pétalas do céu, da lua cheia direto para nossa cama. As horas passavam rasgadas pela agulha da vitrola e nos amávamos como ninguém nunca amou nesse mundo, como que nem tivesse um mundo trás da porta manca. Da janela à minha frente, por entre as persianas, dá pra ver a lua querendo-se cheia, fazendo sombras sinistras com os arames das pastas, doida pra levar minha alma.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
D 74 – FIBICI 1967</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Lembrei da outra noite, deitado no ponto de ônibus do Conjunto Nacional, olhando pra lua ainda magrinha lá, nem frio não fez pra me desviar do meu pesar. Deitei lá pra esperar, é claro, quem não viria. Só me ponho a esperar quando sei que não vem, se é certo que vem chego depois, pra desmentir amiga falsa e horóscopo de jornal. E quando chego fico atento pra ver se era pra ir mesmo ou se vem bronca. Quando é pra ir é fácil saber, quanto mais dente... mas nessa noite não tinha dente, não tinha olho, não tinha nem bronca pra deixar quente logo, nem isso, e a cabeça voada no raio na noite insípida de um dia desses sozinho querendo achar caroço em suco de manga... #monumentalfail. E nem tem mais como rasgar foto nessa vida, e até nisso fico lembrando... puta merda. #moiô</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
D 1205 Roman polanski – O bebê de Rosemary – Roteiro traduzido por... (não era pra estar aqui, mas ok)</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um cigarro, água, água, água, continua o cigarro... esfriou rápido, tem até um nevoeiro bem de leve. Os vultos sobem e descem do G4, parece que ninguém tem pressa, só eu... olha pra porta A, porta B, porta A, a lua ta lá, a diretoria acesa... dá um vazio gigante, é fome, muita, cigarro, água e café não dão mais conta. Como outro dia, em 2004, no escadão da Gazeta, tomando esporro, daquela vez tinha sido uma paulada na perna e as solas dos pés queimadas por ter a idéia genial de atravessar das Rendeiras até a Joaquina decalço a uma da tarde, em dezembro... tomei umas 3 horas de esporro, foi lindo, dramático, do fundo mesmo... hoje em dia as coisas não mais amenas, certamente. Certamente eu não faço mais tanta merda, quer dizer, faço, mas os tempos são outros, graças a Jah!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
D 75 – Foto do Paulo Emílio <st1:personname productid="em Buenos Aires." st="on">em Buenos Aires.</st1:personname></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
D 71lh0 d4 put4 – Cai o estilete, abaixo. Cai o celular, lapiseira, isqueiro, cigarro, sangue. Um cortinho de merda e um monte de sangue. Lembro de Floripa enquanto vou pra copa. Aquilo sim era sangue, jorrava meeesmo, minha canela rachada no meio e eu com dor no peito. That tipical. Naquele verão eu tinha esperanças, não que não tenha agora, mas naquele... abria minha caixa de e-mails todo dia procurando, e acabei encontrando. Dois anos depois outro corte e um jantar ao qual eu não deveria ter faltado, afinal de contas, não se deixa sua mulher solta numa mesa cheia de artistas plásticos franceses, isso é burrice, não tem o que dizer. O Paulo Emílio me daria um “pedala” se já nos conhecêssemos, já que ele é entendido nesse negócio de artistas e de franceses. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ah é, acho que não falei dele aqui ainda. Meu chefe, o fantasma que tem acalmado minhas noites de estudos sobre o cinema brasileiro, sobre a vida em rede, sobre as ciências da informação e sobre a alma humana, a começar pela minha, nem sempre tão humana, mas sempre rasgada, escancarada, rei do bafão, descendo a Augusta a 120 bpm com a cara molhada e o olho inchado desse tersol que não passa, dessa vergonha que não se decide, dessa coragem gaga, desse torpor permanente. Paulo é o nome perfeito pro meu guia, pois quem não me conhece sempre acaba me chamando de Paulo, João Paulo. Sei lá, acho que o Paulo ficaria satisfeito, talvez não tanto com o trabalho, que vai bem sim, apesar dos que acham o contrário, mas acho que ele gostaria de ver o quanto se vive naquele lugar, quanta paixão é colocada lá e que aos pouquinhos vai eclodir num nó de caminhos tão intenso que ele se confundirá entre as almas. A paixão não me erra, me arremata, chicoteia, me esmaga. Tudo vai, as pequenas, os trabalhos, as escolas, os colegas, os amigos, mas a paixão fica em mim, eu vivo de paixão e feijão, das coxas, das mesas fartas, da caixa de entrada bombando, das idéias postas, dos abraços, ônibus cheios, palavras grosseiras, roupa de ontem, de gozar juntos, de rir demais... vivo de viver muito, tem gente que vive de viver bem, mas qual a graça de se viver só o bom? Que graça teria morrer no Caribe se eu não fosse da Sul?</div>
João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-19457715188574761282012-12-20T14:06:00.001-02:002012-12-20T14:12:57.366-02:0024.09.2006 e as paranóias daqueles tempos.<br />
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Um pensamento, um único pensamento momentâneo e
aparentemente inofensivo pode ser aquele que vai mudar tudo, um questionamento,
uma pessoa que você encontra na rua, um lugar que te vem à memória, uma música,
um palavra, um cheiro, uma sensação, é tanta coisa que não dá pra descrever,
não dá pra tentar juntar tudo e, sobretudo, não dá pra manter as rédeas sobre
tudo o que se passa entre nossas orelhas. </div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Tenho vivido dias muito tensos, cheios de vida e de morte,
facas, aranhas, pessoas queridas, lugares que me trazem lembranças, situações
que me trazem lembranças, lembranças que me alegram, outras nem tanto,
garrafas, louça pra lavar, coisas pra pagar, procurar, procurar, procurar, pôr
os pés no chão e deixar a mente voar (Where is my mind?) quando necessário, ver
gente, fugir de gente, querer e não conseguir, chorar, chorar, socar, chutar,
chorar, doer, doer, doer, o sofá de couro branco, pés de metal, as taças de
água, o churrasco, a fome, o jejum sem fome, o vazio, o se encontrar, o
preencher, procurar, procurar, os erros, a burrada, a escolha, a decisão, o
silêncio, o método alemão, o silêncio...</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Conviver, fugir, estar, silenciar, correr, caminhar, jogar bola,
não jogar, perder, perder, perder, conviver, superar, chorar, muitas idéias,
outras propostas, capacidade, duvidar de si, corrigir o outro, querer, querer,
matar, morrer um pouco, querer abraçar o mundo, fugir daqui, sair daqui,
desespero, promessas vãs, credito, descrédito, vergonha, mentira, dadaísmo?
Não, definitivamente, realismo fantástico, ilha da fantasia e da pizza, da garoa,
da miséria, da fome, do descaminho, muita gente, periferia interminável, centro
belo e sujo, e o resto? Eu quero, tenho medo mas quero, pior que isso não deve
ser.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Os jornais, as revistas, os famosos, os amigos, perdi a peça
de um amigo, o show de outro, vou à exposição de um, mas e a outra? É longe,
fora daqui, queria ir, mas o meu dono não deixa, algumas dependências são eternas,
algumas forças indestrutíveis, algumas barreiras intransponíveis, alguns
segundos irretocáveis e outros quando não se sabe o que dizer são f... Tente
alegar embriaguez, nervosismo, o que seja, é tudo verdade mas é tudo
desculpinha, a explicação não merece ser proferida, está feito, desfeito, dito,
pensado, foi, faz diferente ou corre e se afunda de vez, mas não se explique,
um dia terei essa sabedoria.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Quero um lugar onde eu não seja refém da verdade!!!! Refém
do passado, dos dedos em riste, das risadas, da pena, do julgo, dos atos, das
palavras que eu disse, mas já não acredito, das que eu acredito mas não quero
usar, das que eu ouço e não quero acreditar, ou não quero retrucar, ou não
quero ouvir.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Não quero mais acreditar em profetas pessimistas, quero
acreditar na evolução, constante. Quero acreditar na capacidade de perdoar,
aprender, superar-se, quero acreditar na capacidade de acreditar, acreditar no
suspiro, no gemido, no cheiro, nos olhos, quero acreditar no que é dito
enquanto a boca cala, no que é dito sem permissão, quero me permitir falar, me
permitir terminar a frase, me permitir atender ao telefone ou mesmo a permissão
de desligar, quero ser mais livre de mim e das minhas próprias castrações, e
das que são impostas.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Que dias muito loucos estes, como hoje quando fiquei cerca
de dez minutos completamente sozinho no ponto de ônibus de uma rua deserta
encarando uma pomba perneta, ela me olhava, se coçava e dava um pulo, como um
Saci, eu a olhava, dava um trago, olhava de novo, dava mais um trago, tentava
desviar o olhar, mas não dava, a porra da pomba perneta ficou me encarando até
o ônibus chegar. Entrei no ônibus ouvindo Oasis e fiquei pensando no porque de
a pomba ficar me encarando... Alguém tem alguma ideia?</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Preciso urgentemente de uma praia, preciso ver o mar, na
verdade preciso sair dessa cidade, não importa muito pra onde ir, mas a
preferência é sempre uma praia, de preferência uma bem calma, bem vazia, bem
quieta, um daqueles lugares pra você se sentar na areia e ouve apenas o barulho
de uma onda, depois outra, depois outra, e outra. </div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Dirigir a vida sem carta, sem recomendações, viajar sem
chinelos, sob a névoa que esconde a rua, e o céu que anda cinza de sono, ou
chumbo depois das seis.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Amém!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ouvindo:</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Body Count
– Winners loses.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Pearl Jam –
Once, Oceans, Better Man.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Pixies –
Where is my mind, Wave of Mutilation, Hey, Letter to <st1:place w:st="on"><st1:city w:st="on">Memphis</st1:city></st1:place>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Deftones –
Root, Linus, Simple Man (Lynird Skynird cover), Digital Bath, Change (In the
house of files)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Slipknot –
Vermilion, pt. 2, Wait and bleed<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<st1:place w:st="on"><st1:placename w:st="on"><span lang="EN-US">Stone</span></st1:placename><span lang="EN-US"> <st1:placetype w:st="on">Temple</st1:placetype></span></st1:place><span lang="EN-US"> Pilots – Creep, Big Empty, Trippin’
On a hole in the paper<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">The Cure –
Lullaby, A Forest, Close to me, A night like This, Charlotte Sometimes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Wolfmother
– The white unicorn, Love train<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Tool –
Spasm, Merkaba, Vicarious, Cold and Ugly, Vacant, Push it<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Oasis – Be
here now, My big mouth, Magic Pie, The girl in the dirty shirt, D’You know what
I mean?, Champagne Supernova.<o:p></o:p></span></div>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dominatrix – 14<sup>th</sup> July </span>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-64829943226287869732012-01-13T17:21:00.003-02:002012-01-13T17:54:47.318-02:002012<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> 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Eu passei por tempos muito verbais ultimamente, o que não é ruim, e passei também por um momento de quase estafa mental, para conseguir o que muitos, inclusive eu, por volta de umas quatro vezes por dia achávamos que eu não finalizaria, meu TCC, que foi enfim defendido e em breve estará on-line, aqui inclusive. (não que seja um primor, mas as horas gastas serviram de alguma coisa)</p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Tantas coisas para contar que eu nem conto mais, porque chegou 2012 e vai ser como eu esperava, meu slogan pra 2012 é “<span style="font-weight: bold;">O último será o melhor</span>”.<br /></p><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Acho que descobri o ponto fraco em ser aquariano. No começo do ano, quando todos estão recomeçando, revendo as metas, pensando no futuro, você também está, mas pros outros isso dura até o feriado, ou até o dia 5, mas pra você que está em inferno astral bombando (sim, eu continuo acreditando em horóscopo, não adianta me zuar) esse pensar no futuro tem tempo de se transformar em qualquer coisa, desde uma fuga pro Araguaia com uma L200 roubada, alguns suicídios (certamente existe uma estatística sobre suicídios de aquarianos em janeiro, com certeza). Por hora só mandei uns e-mails desagradáveis, os quais lamento e dublei um pouco de At The Drive-in pendurado num pedestal sem microfone como um hepilético, grande banda, podia passar por aqui antes de acabar de novo. Ou ganhar na quina o suficiente pra ir pro Coachella. O Black Sabath voltou também, e já veio canceroso.<br /></p><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Acho que o câncer é como um código, uma senha pra quem vai sobreviver ao holocausto do fim do ano. Se tirarmos pelos políticos latino americanos parece uma situação bem vermelha, e sem a locona da Kichner.<br /></p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Como é bom ter um blog e poder falar merda alto. Tinha esquecido como é bom isso. Hoje eu passei o dia na casa dos meus pais, e aqui as coisas continuam as mesmas, como na Xanadu do Cidadão Kane, a casa nunca fica pronta, é uma obra simplesmente sem fim, e geralmente é nas férias, no desemprego ou entre uma mudança e outra que sobra pra mim de tocar alguma empreita, a da vez é um serralheiro.<br /></p><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Meu pai continua igual, há mais de 20 anos ele escreve um esqueminha num papel e explica, rápido, eficaz e simples. Mas se tem algo que eu aprendi com ele é que não existe simples em contrução civil, por isso eu sou bibliotecário. Começa sempre do mesmo jeito, o empreiteiro não está rendendo, daí eu vou passar umas instruções, ajudar o cara a se encontrar no caminho do bem, mas mesmo estando tudo nos conformes eles simplesmente não fazem. Se você paga por dia eles vão e não trabalham, se paga por empreita eles nem vão, e é ai que eu entro. Já dei a sorte de apenas ficam olhando e orientando... é, já, mas ficou uma merda. O serralheiro, Osmar, segundo casamento, evangélico, diabético, cinqüenta e poucos anos, teve um AVC dois meses atrás. Se tivesse dinheiro estava em observação com dieta controlada, mas é zona sul e tá soldando telhado e fazendo trilha pelo meio do mato de 40 minutos para ir trampar e para voltar pra casa, mas por causa do AVC ele pangua, e corta tudo errado, não consegue organizar os números, sabe aquela coisa bem AVC? </p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Lemas de caras Zona Sul pra caralho: Quem tem grana vai ao médico, quem é da Sul se acostuma com a dor. (Fino)<br /></p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Que fique bem claro, eu não estou reclamando, por causa dessas experiências com empreiteiros de diversas áreas hoje eu posso dizer que eu não passo fome em lugar nenhum do mundo porque sempre vai ter uma empreitada pra fazer em algum lugar, seja elétrica, hidráulica, carpintaria, e agora, o que já não era sem tempo.. Metaaaalllllllllll!!!!!!COmo eu queria aprender a mexer com Mettttaaaaaaalllllllllllllllllllllllllll!!!!!!!!!!!<br /></p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Tem gente que vem para o mundo pra falar, não consegue fazer nada sem falar, o Osmar é desses, foi colar junto que a coisa começou a desenvolver, tem gente que narra a vida, é como estar numa opera, é “se expressar” pra caralho, gatilho cognitivo, sei lá.</p><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><br /></p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">2012 vai ser da hora!<br /></p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Tô afim de andar grampeado, James Bond mesmo, câmera, um mic bom, tudo na encolha, pra contar a história ao vivo das pessoas que eu conheço por ai, ultimamente eu tô messias, as pessoas olham para mim e começam a despejar a vida, se eu fosse terapeuta teria que andar com taxímetro no ombro.</p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Lembro que o Debord (não canso de dar essa referencia mesmo nem concordando tanto mais com ele) falava que o tempo é gerundico, que não existe mais passado, que com a sociedade midiatica e bla bla bla tudo estava acontecendo agora, a todo o momento na verdade, já que temos contato com tudo instantaneamente (isso porque nem tinha internet na época dele), o que me lembra também da Cauda longa e dos nichos quase infinitos. É como se tudo que já teve algum fã em algum momento da história sustentasse nem que seja um cara que ainda goste disso até hoje. Eu acho isso bom, porque agora eu posso falar sobre o EMF aqui e não ficar parecendo que eu passei trinta anos numa comunidade funkeira da zona leste de Detroit, ou de Archers of Loaf sem parecer que eu moro num trailler em Minessotta. Algumas coisas realmente parecem sempre estar acontecendo de alguma forma, como o Pixies que sempre tem um show novo para se baixar ou o At The Drive In que voltou... já deve ter uns 40% a mais de fãs desde que saiu no tuiter que eles tocarão no Coachella, eles sempre foram subvenerados. E eu não me empolguei com o Lollapallooza, Foo Fighters é foda, Janes Addiction nosssaaaa, mas e ai, MGMT <i style="mso-bidi-font-style:normal">boreia</i>, Racionais é bom, mas não gostam de tocar pra roqueiro que paga essas grana toda pra ver gringo, e eu nem tiro a razão deles se eles fizerem isso (tocar de má vontade) mesmo, é algo de se esperar. Nesse gerundismo cognitivo eu fico com os anos 90, pelo menos pra musica, nos 2000 ficou tudo muito deprê enquanto o Bush esfregava merda na cara de todo mundo, a música ficou deprê, a Kilie Minoge virou a Shakira, a Madonna virou a Lady Gaga e Zezé de Camargo e Luciano virou Michel Teló e vesgo que eu já nem lembro mais o nome depois que esse ultimo apareceu. Só esses rock sambinha ai, uns rapper da vila madalena e as machoninhas da MPB de sempre. Esse ano pelo menos tem turnê do Chico, Caetano ainda nada, o João Gilberto foi um fracasso, o Faith no More arrebentou de novo assistimos ao último show do Sonic Youth, um puta show pra falar o minimo e ser bem comedido.</p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Eu nunca tinha trabalhado com metaaaalllllll assim, como esses dias. O metal é a prova derradeira da maleabilidade de tudo na vida, e da teoria do movimento perpetuo continuo prolongado, que eu reconheci enquanto jogava booble shooter e que basicamente diz que quanto mais movimento houver, mais vai haver e quanto mais movimento melhor. Estamos na era nuclear né, e depois desse século vinte aí é bom que as coisas comecem a entrar em movimento cada vez maior mesmo.</p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Parte da estratégia de finalização da cobertura de mettaallll, sobretudo depois de saber das condições físicas do Osmar, era buscar ele em casa e levar, pra tentar aumentar a quantidade de horas dele trabalhando. E então outra prova da teoria da maleabilidade, o caveirão, o carro da Melina, teve que se adaptar à sua própria realidade e como o caminho de Xanadu parece uma montanha russa, ele balança e serpenteia todo o tempo, os eixos parecem estar sambando como se dançasse uma eterna rumba, inaudível aos ouvidos humanos. Ao contrario do carro que ganhou malemolência, meu tênis de ir no hangar (nos tempos em que Emo era o Hateen e eu adorava) ficou tanto tempo parado que está fazendo mais barulho que o carro, é um nhec por pisada. Uma lógica que desenvolvi através dos anos é a de nunca jogar um tênis fora até que ele esteja impossível de usar, porque o que você comprou para substituir este, um dia pode estar ainda pior do que o velho antes de você ter a chance de substitui-lo, até lá o tênis mais velho vai parecer estar mais macio e confortável do que nunca, pelo menos em alguns casos. Tive um Traxx que eu reciclei uns 6 vezes, o Branco de ir pro Hangar de hoje já tá indo para a 4 reciclagem. Usei também a primeira calça que eu comprei na vida, com a grana que eu ganhei na època da locadora... Eu queria ter largado a escola mas minha mãe nunca concordaria com isso... Dá até pra entender porque o Tarantino faz os filmes que faz, uma mãe dessas é quase como não ter.<a style="mso-footnote-id:ftn1" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=18592336&postID=6482994322628786973#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height:115%;font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language: EN-US;mso-bidi-language:AR-SAfont-family:";font-size:11.0pt;" >[1]</span></span></span></span></a></p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"> Como é bom ter um blog, eu não canso de pensar nisso. Uma das coisas que eu mais gosto em ter um blog é que você não precisa terminar nada, é tudo um going on, você fala do que quiser, e quando se cansa pode simplesmente parar de escrever e vai dorm</p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"> </p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"> <span style="mso-ansi-language:EN-US" lang="EN-US">Ouvindo:</span></p> <p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="mso-ansi-language:EN-US" lang="EN-US">At The Drive-in – Incetardis, Invalid litter dept., cosmonaut, Ursa Minor, Initiation, Give it a name</span></p> <div style="text-align: justify;"><br /> <hr style="margin-left: 0px; margin-right: 0px;" size="1" width="33%"> <div id="ftn1"> <p class="MsoFootnoteText"><a style="mso-footnote-id:ftn1" href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=18592336&postID=6482994322628786973#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height:115%;font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language: EN-US;mso-bidi-language:AR-SAfont-family:";font-size:10.0pt;" >[1]</span></span></span></span></a> Cansado de ser <i style="mso-bidi-font-style:normal">bullinado</i> na escola, ao final das férias o jovem Tarantino, então um colegial, simplesmente não voltou pra escola. Depois de algumas semanas trancado no quarto sua mãe abriu a porta e lançou “se você não quer voltar pra escola OK, mas pelo menos arruma um emprego”, foi ai que ele começou a trabalhar numa locadora de vídeo e conheceu as principais influencias que o levariam a se tornar aquele sádico doente que todos adoramos (Lenda urbana que como manda a lei das lendas está aqui descrita com os detalhes que vieram a cabeça na hora e sem preocupação alguma com qualquer verdade existente ou possível)</p> </div> </div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-21896928370320504892010-10-21T02:22:00.002-02:002010-10-21T03:16:22.545-02:00<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 12px;"><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-family: 'Engravers MT'; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">As busca incessante por noites bem dormidas, por sonhos sem fim, por acordar cedo tendo dormido muito e por curtir a noite toda sem ressaca de manhã. A busca de hoje que já é a de ontem que sempre foi a mesma e nem se percebeu. A percepção de tantas coisas em tantos prismas e dimensões e espectros e quantidades e em todos os sentidos sentida firme no peito afundado de fome apertado encurralado sombrio e raivoso e explodente, estourante, magnífico e dolorido angustiado machucado massacrando e doendo e pulsando enfezado de água suja e poeira e frio e calafrio do calor da febre e do desajeito das costelas apertadas da cabeça inchada do cérebro balançado bagunçado monotrilhico enrugado parafusado de baixo pra cima com uma chave Phillips.</span></span><o:p></o:p></span></p></span></span>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-32958177324515979592010-10-04T14:37:00.002-03:002010-10-04T14:41:04.901-03:00Elevador<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">São Paulo sempre foi uma cidade de pessoas esquisitas, eu como adoro bater perna dificilmente passo um dia todo sem encontrar alguém que fale aos quatro ventos sobre o fim do mundo, ou que escolha um estranho na multidão, geralmente alguém que não esteja ligando, como eu, para falar sobre suas armas que foram roubadas do castelo, o frango que comeu inteiro, as injustiças da vida de ladrão, sobre quando encheu a cara e fugiu do aniversário do filho descalça, sobre como lidar (ou como não lidar com a morte de alguém próximo), sobre as naves, as energias, os militares, as epidemias, os castelos, os covardes, as agruras, essas coisas que acontecem diariamente na vida de um maluco. Caminhar por São Paulo é como uma fábula, uma analogia viva do que é possível na cabeça de alguém. Tomo tudo por verdade, afinal, quem sou eu pra dizer que alguém está delirando, logo eu!? Acho que aí que mora a graça da cidade, só duvido se for realmente importante, se alguém te diz que tem um castelo com vários equipamentos sociais porque eu vou duvidar? No máximo vou pedir pra ir junto.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p>Segunda-feira, oitavas de final da copa, Brasil e Chile. Vou comprar o almoço, entro no elevador no 13. Não sei se é por causa do Zagallo mas o elevador chega cheio ao último andar... deve ser pra dar sorte.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p>Entro, um aperto, aperto o botão, 6 pessoas, nenhum “boa tarde”.. geralmente eu já ficaria na nóia “será que eu to fedendo”, “causei ontem? Será!” “Marofei?” “óculos escuros no elevador às 14 da tarde pode né?” Incomodo, o elevador é lento, as pessoas nem se olham, no máximo uma bufada, uma conferida no bolso, uma coçada na barba, parece tudo muito esquisito, se fosse no Japão e esperaria por um ataque ninja ou químico, mas é São Paulo e é copa do mundo, todo mundo fica estranho na copa... Desço, os outros também, sem tchau, nada, só a respiração funda e os olhares concentrados em algo entre as pontas dos pés e o chão. Na rua mais gente nervosa, no mercado a caixa suava de pingar, no açougue o Josué com os braços cruzados já não queria atender mais ninguém. Corre-corre, filas, ruas pintadas de verde e amarelo, o time está mais ou menos, de novo, a primeira fase foi difícil... deve ser isso.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">De volta ao prédio encontro no hall do térreo um senhor, cabelos brancos e olhos bem azuis. Um aceno de cabeça, tímido, mas já bastante efusivo perto da saída. Não me contive.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- O povo na rua ta nervoso hoje né? – Soltei, só pra descontrair.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Ele me olha sério, por sorte ainda estou de óculos, senão teria definhado, sério, em um segundo a idéia de contato humano parecer a maior burrice do mundo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Esse país pára! É ridículo, o cumulo! – Engoli seco, ele me olhava com os olhos arregalados.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- É né, as coisas vão mal. – O que mais poderia ser dito? Não me ocorreu nada, juro.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Esse mundo devia acabar! – Exclamou sem pestanejar.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- É né, 2012 tá aí já né! – Que idéia genial falar sobre uma lenda com um cara desses. Ele franziu a testa ainda mais... agora eu tava com medo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Quando o mundo acabar não vai ter 10 pra salvar, vai morrer todo mundo. – Falou olhando pro meu hipotálamo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Glup. – </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O elevador pára, ele vai indo pra porta ainda me olhando, acena com a cabeça novamente... ufa! Sobreviv..</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Boa tarde! – Falei quase comemorando.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Do lado de fora ele se vira e com aquele olho azul gigante me olhando:</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Põe a cabeça aqui! – Decreta.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Co-coco... coméquié? – No susto eu tinha encostado na parede do fundo do elevador..</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Põe a cabeça aqui, to falando?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Ma-ma-mas porque? – Fui me adiantando vagarosamente tentando entender do que se tratava.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Põe a cara aqui que eu to te falando rapaz! – Repete ríspido.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Procurei uma câmera escondida.. nada... como bom frouxo acatei, com uma mão segurando a parece do elevador e a outra segurando a porta coloquei a cara pra fora do elevador.</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Ta sentindo? – cri-cri-cri.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Ta sentindo ou não? – Pela cara e pela distância só podia ser cheiro, e tinha sim um cheiro estranho no ar.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Tô... – Será que eu to? – É... carne com abóbora? Parece bom! – Falei com aquele sorriso amarelo de quem não quer mais fazer amigos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- NÃO! É o cheiro desse cachorro!! É todo dia assim, eu não agüento mais.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- ahhh... – “Que cheiro?” pensei – É ruim né...</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>- Isso tem que acabar, eu vou... – Deu uma bufada<span style="mso-spacerun:yes"> </span>e – terei que tomar uma providência... – Falou enquanto a porta se fechava lentamente.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; ">– É fogo né? Boa tarde! – Falei só pra não entrar na lista, afinal, caras assim devem ter listas.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Só tem maluco nessa cidade...</p>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-71123544496537638802010-09-17T20:23:00.002-03:002010-09-17T20:48:19.088-03:00What ever happened in new york?<div style="text-align: justify;">Nova Iorque sempre esteve nos meus objetivos, ok, talvez nem sempre em objetivos específicos ou realmente em planos dos mais concretos e factíveis, mas mesmo depois de descobrir que o "Curtindo a vida adoidado" foi rodado em Chicago, depois da paranóia pós onze de setembro e de saber que a Scarlett Johanson tá casada, mesmo assim, NY é o lugar, pra mim. Claro que meus desejos relativos à big apple são todos imaginários e baseados em filmes, discos, quadros, fotos, seriados e personagens, mas considerando minha última visita a uma cidade mítica, o Rio, tenho certeza de que seria praticamente impossível me decepcionar com a terra da Carrie Bradshaw, do Woody Allen, do Sonic Youth, dos Beastie Boys, do Robert de niro, dos Friends, do Duke Ellington, do Frank Sinatra, do Harvey Keitel, do Lou Reed, isso sem falar no Spike Lee, na Yoko Ono entre tantos outros que vivem lá... e essa lista não acaba nunca, a terra da liberdade (humpf) está cheia de gente produzindo coisas, criando, vivendo numa muvuca que eu adoraria participar.<br /><br />Gosto de cidades grandes, casa cheia, multidões, gosto de ver as coisas pegando fogo, acho que é por isso que gosto de NY, muita gente, muita coisa acontecendo. Nas últimas semanas venho assistindo a uma overdose de Sex and the City, que confesso, é uma das minhas séries favoritas, o que não seria dificil de se imaginar pois a personagem principal é uma escritora, o grosso da ação rola à noite, o mote da parada são relacionamentos, dos mais profundos até os meramente sexuais, a produção é de um bom gosto invejável para locações, roupas e tudo o mais, os roteiros são bem amarrados e as histórias tão bem contadas que as personagens acabam por parecer pessoas reais, e o melhor de tudo, a série mostra NY em ângulos maravilhosos, bares incríveis, galerias de arte fodas, baladas lendárias, cafés charmosos, ruas charmosas e claro, mulheres maravilhosas, belas, maníacas, com bom gosto e mente aberta, o que por mais ficcional que seja a série não vejo como ser um exagero assim tão grande. E aínda com o agravante que lá não existem esses bloquinhos portugueses nas calçadas, o que viabiliza os saltos agulha pela cidade toda, o que espetacular.<br /><br />Estamos sempre buscando algo além de nossos limites ou a vida numa cidade realmente tem limites emocionais? #carrieon<br /><br />Moro em São Paulo faz 22 anos, desde garoto sempre tive uma ansia enorme por conhecer tudo por aqui, os melhores e os piores bares, as principais ruas e avenidas, as lojas, os shoppings, os cinemas, os teatros, as galerias, os tipos, os mendigos, as putas, as estações de metro, os atalhos, as bocas, as vistas, as janelas, os museus, as mulheres, os parques, os problemas, os lugares onde não ir, eu queria tudo e depois de explorar como um kamikase eu estou ficando farto. Claro que não dá pra dizer que não tem o que se ver, o que fazer nem nada assim, sempre há, se você pega o metrô todo dia no mesmo horário a possibilidade de você reconhecer mais de duas ou três pessoas no seu vagão depois de um ano é remota, eu diria que é quase impossível, mas já trabalhei na Paulista, tanto no Paraíso quanto na Consolação, no centro, na Berrini, no Itaim, na Vila Madalena, na Vila Mariana, no Brooklin, no Butantã, na Lapa, agora estou em Pinheiros, de novo, depois de uns sete anos desde a última vez. Também já morei na zona sul quase toda, de Parelheiros ao Brooklin foram pelo menos cinco ou seis lugares, na oeste mais uns cinco, namorei mulheres dos dois lados da Paulista, de todos os lados da zona sul, da leste, norte, Osasco, ABC. As vezes, em dias de azar, tenho certeza de que posso ser atropelado ou receber uma garrafada de qualquer uma delas, em qualquer lugar.<br /><br />Ai que entra NY, lá é o lugar perfeito pra começar uma vida nova, ninguém mais quer ir para os EUA e lá os poucos que eu conheço sabem muito pouco sobre quem eu fui e quem eu sou, seria um começar do zero, ganhando em dollar e numa cidade onde cada um veio de um lugar.<br /><br />"Admita, seu problema é com a sua vida e não com São Paulo" diria um filho da puta qualquer. Mas esse é o lance, longe daqui eu não preciso admitir porra nenhuma! E eu adoro a minha vida, mas aqui e agora tem pouco que eu possa fazer aqui, tô muito manjado já, eu preciso de ar novo, ninguém aguenta mais olhar pra minha cara aqui, quando mais de três pessoas querem ver sua caveira num lugar é porque você não tá agradando, e eu acho que falo muita merda ou fiz muita merda ou fui feliz demais pras pessoas me admitirem aqui, então o negócio é pegar minha nega, minha mochila e sair loco, cutucar calçadas novas.<br /><br />Mas proque NY? você me pergunta, e a resposta é simples, porque lá é o topo do mundo, o centro, aínda hoje e mesmo depois de perder algo do charme dos anos 30 com o jazz fervendo ou dos anos 80 com o hip-hop atravessando a ponte, mas é lá que as coisas acontecem, e como bom megalomaníaco que sou eu sei que preciso ver o mundo do topo, do centro, pra a partir daí começar realmente meu caminho, seja pra plantar bicho da seda em minas ou pra escrever romances sobre São Paulo ou sobre Atibaia, não importa, o lance é que eu preciso ver as coisas de lá, viver a vida no limite, podendo ser explodido a qualquer momento, ganhando boas gorjetas e esperar pela chance que pode surgir numa fila de cinema atrás do Woody Allen ou numa conversa de bar onde o editor da New Yorker vai estar na mesa do lado e vai querer uma coluna minha lá, posso descarregar peixes congelados no cais do porto ou ser garçon no Queens, mas quero ver qual é a do pico, porque São Paulo tá começando a ficar pequena e isso é entristecedor por um lado, mas por outro me mostra que preciso buscar meu caminho, e meu caminho é o caminho e não um lugar, meu lugar é a estrada e não adianta lutar contra isso, e nessa estrada a próxima parada é New York.<br /><br />Ouvindo: http://listen.grooveshark.com/#/playlist/NY1/35777527<br /></div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-51751120706754976072010-09-15T18:28:00.005-03:002010-09-15T20:14:00.922-03:00Live in Rio<div style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0);font-family:georgia;"><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" id="internal-source-marker_0.8933332225398142" >Já era uma da manhã quando resolvi “vou tomar um banho e vou”. Devia ter ido 28 horas antes ao menos, não dava pra adiar mais, precisava chegar ao Rio.</span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" > </span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >Uma ducha rápida e é hora de contar as baixas, o calcanhar inchado, um pêlo encravado que prometia delírios inimagináveis de dor, a dor nas costas de sempre e o torpor de quase dois dias de cativeiro. Mas essa era uma missão de exploração urbana, já que a meteorologia prometia um final de semana paulistano úmido na terra do Sol, era claro o que me esperava, e eu estava ansioso a conhecer as noites escuras da cidade mãe do pecado, da samba, do Nelson, do Tom, das curvas, da malandragem e de introduções intermináveis que nunca serão suficientes para descrever a cidade mais linda do mundo, pelo que o pessoal de lá fala.</span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" > </span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >Largo do Glicério, avenida do Estado, Tietê. Um “até já” com gosto de “não vai!”, as unhas rasgam a pele e as bocas se fundem, os corpos vibram até o bater da porta “P’la!” ... corre, passagem, mensagem, corrida... na rodoviária vazia e fria cada passo é um grito... “já volto caralho!”.. São Paulo é uma garota temperamental, o negócio e virar-se e correr antes que ela te passe uma rasteira.</span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" > </span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >Antes de entrar na Dutra eu já dormia, minhas pernas estavam fracas, meu peito queria pular pra fora... essa era uma missão das mais esperadas dos últimos tempos, dar uma revista no Rio e tentar entender porque é lá que o as coisas acontecem.</span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" > </span><br /><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >Chego na rodoviária as 10h07, atordoado, tinha dormido a viagem toda e não esperava uma manhã tão clara e quente à minha frente, fazia 34° C e eu estava numa ressaca de tudo, um gosto de guarda-chuva impossível ignorar, saí na rua e uma horda de taxistas me encurralaram, era hora de ficar atento, escolhi um e fui, o cara parecia sobrio e tinha um Santana, mais velho que eu, mas parecia confortável, combinamos quinze reais, ele tentou ligar e nada, sem gasolina. Saí e antes que pudesse ver se encontrava um ônibus já fui pego por outro taxista, esse sim sóbrio, com um palito de dente na boca... “puta merrrda, vamu lá” pensei, perguntei “quinze reais?” ele “isso aí”, pouca conversa no caminho, o botafogo era perto, caminho tranqüilo, fomos por dentro então nada de ver mar, chegamos no Botafogo, ele vira e manda, sem nem disfarçar “então, são quinze por quilômetro, foram 8 então isso dá 120 paus!” ... “cheguei” pensei alto, saquei vinte, sai do carro, peguei minha mala enquanto ele falava sem parar, ainda estava bem sonolento mas não dava pra começar o dia assim, ele continuava gritando “tu ta na zona sul cumpadi, aqui é assim”! Peguei os vinte da mão dele, joguei cinco de volta chutei a porta e falei “zona sul é assim cuzão!” me virei e fui andando, pensando numa rota de fuga no caso de ouvir um gatilho, mas nada, antes de eu cruzar a esquina ele já tinha sumido... talvez o Rio tenha perdido um pouco da malandragem, ou meu treinamento pelas ruas do Socorro foram bem sucedidos, mas aquilo estava muito estranho aínda. </span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" > </span><br /><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >Chegando na casa da Jane entendi o porque de ter saído tão fácil daquela, tava com a cara toda retorcida, como se tivesse dormido numa caixa de abridor de latas. Lavei o rosto e fui buscar uma cerveja gelada, um céu, um mar, uma vida.</span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" > </span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >A cerveja nem tão gelada desceu boa, mas ainda não era aquilo, tinha que encontrar as irmãs metralha em Copa, para uma missão no centro. Encontrei com elas no posto 5, elas estavam junto com o Márcio e o Marciano, mas isso tudo duraria uma semana inteira pra contar, o que valeria a pena mesmo, mas acho que peguei o vírus, vírus do sossego, do arredondamento, da voltas, das curvas, as coisas no Rio não são exatas, tudo é Jammiado, o funk e o samba estão nas pessoas, nas ruas, o café tá na cabeça e o chope nos quadris o dia todo.</span><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" > </span><br /><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >Logo chega a noite, a lua cheia ilumina a marina da Glória, o aterro, lá longe vejo os aviões descendo no Tom Jobim e as luzes brilham na Lapa e em Niterói, era hora de cutucar as calçadas com meu sapato bicolor, calça de linho e sem flagrante no bolso... Logo chego em Copa, Tip Top, samba de roda e cerveja barata, tô em casa já, vou encontrar o nego veio, ele tava todo preocupado com sei lá o que, pra variar, mas estava numa boa, cerveja e tempo ameno em Copa eram como antídotos para qualquer problema, mesmo pra ele, pelo menos até a madrugada se aproximar e trazer o Marcelo, um típico carioca, bermuda, tênis sem meias, um sorriso enorme e simpatia pra gastar sem miséria. Logo a conversa anima e escorregamos pra praia pra uma vida, na Lapa a multidão é inclassificável, hippies, flamenguistas magrelos, vascaínos jiujiteiros, funkeiras e gringos se misturam numa numa dança de tipos, cheiros e sotaques que só seriam possíveis ali, naquele calor. Encontramos um pessoal, uma loura grandona que chegou de Israel e não sabia bem o que fazer com as viabilidades disponíveis naquela noite, ele estava uma pilha, assim como os caras da Gávea que vieram com ela e não paravam de mamar cervejas, uma atrás da outra. Alguém falou do bar Bukowski, de volta ao ponto de partida, no Botafogo. Chegando lá uma fila impossível, casa cheia, como eu já ouvira falar antes, no Rio quando um lugar cai na boca do povo é isso. Imaginava um </span><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >pub às moscas com meia dúzia de fracassados mas no Rio o que não falta são vagabundos, o negócio era aproveitar as cervejas baratas da rua e a noite quente, quando entrei já não tinha mais o que fazer além de arranjar uma briga ou descolar um canto quieto onde eu pudesse fumar um cigarro antes de cair no sono ao som de Bela Lugosi’s dead. Não foi exatamente uma decepção, claro que não seria um pub amaldiçoado de beira de estrada, e até que o lugar tinha algum estilo, peguei uma cerveja e fui farejar o lugar. O Rio tem essa coisa estranha de as pessoas todas parecerem as maiores malas sem alça do mundo até você conhecê-las e elas te abrirem os braços, a casa, as pernas e o que mais você quiser, mas minha cabeça estava querendo explodir e eu não tinha muita coisa pra dizer por ali, no Rio eu não sou ninguém e o jeito era aproveitar o lado bom nisso, peguei uma cadeira e coloquei no meio do quintal, acendi um pigas e fiquei vendo as pessoas passarem e falarem feito carros na Rebouças. Talvez eu não seja mais o mesmo...</span><span style="font-size:100%;"><br /></span><br /><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><a href="http://3.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/TJFSo8G8yBI/AAAAAAAAAuM/ttPy2BouMBM/s1600/IMG_1677.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 150px; height: 200px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/TJFSo8G8yBI/AAAAAAAAAuM/ttPy2BouMBM/s200/IMG_1677.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5517281881789089810" border="0" /></a><span style="font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;font-size:100%;" >“Caralho merrrmão!!! Já vai se entregarr!!” berrou o nego véio na minha orelha antes de chutar minha cadeira e me trazer um refil da holandesa verde. Pois é, com o Mano na seleção eu não podia mais fazer corpo mole e depois de um gorfo na calçada ainda cheia de saltos e papetes voamos pra Ipanema, já com algumas baixas, como a lorona que tava se atracando com um jacaré bem em cima do meu vômito. No caminho pro Empório passamos na praia onde perguntei pra Jah “porque não levo outra vida?”, ele me respondeu com o melhor mato da cidade entrando pelos meus pulmões e lubrificando minhas juntas pra que eu pudesse voltar pras cervejas baratas na rua, fazer o que o destino me impingiu, pelo menos até aparecer coisa melhor. É Hank, você não mudou nada.<br /></span></div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-79407944584440004882010-09-05T05:07:00.002-03:002010-09-05T05:37:33.191-03:00depois de umas cervejas na Liberdade...Quando você está bêbado, de leve que seja e se senta em frente ao computador às cinco da manhã é pra escrever merda, com certeza...<div><br /></div><div>Eu tenho um monte, um MOnte de coisa pra colocar aqui, minhas impressões sobre o Rio de Janeiro, sobre Bauru, sobre o ócio e as férias que eu tanto queria, sobre estar namorando, sobre o TCC, sobre o job na HBO, sobre um monte de coisas, mas agora eu estou bebado e realmente não sei sobre o que escrever, mas o lance é que estou sem sono, acho que gente demais que eu conheço lê esse blog, daí não dá pra escrever o monte de merda que eu gostaria, porque isso causaria um monte de julgamentos e cretinices que teriam um grande potencial de cagar tudo o que está acontecendo atualmente... eu sou o rei de fazer isso, arruma uma namorada e fala da ex no blog, arruma um emprego e fala mal do antigo no blog, tromba um camarada azul na rua e fala mal do Avatar... a vida é assim, as coincidencias são feitas pra te fuder, pessoas legais tem uma grande possibilidade de te achar um cretino, gases surgem quando você está está mais do que suficientemente desconfortável, reuniões não pré-agendadas são feitas quando tu está de saída, as coisas mais maravilhosas do mundo acontecem quando você não está di$ponível pra elas, mas no fim das contas você só é feliz quando você está aberto a isso, e andar com gente negativa te torna negativo e assim você não vê graça em nada nessa vida...</div><div><br /></div><div><br /></div><div>não sei o que está acontecendo exatamente agora, na verdade isso tá mais parecendo um surto que um post, mas e daí, são 5 da manhã, eu só queria estar com sono como eu estava uma hora atrás, e eu não fiz nada de realemtne estimulante... só me sentei na frente do computador pra saber se tinha acontecido algo relevante nas ultimas horas e não, nada mudou, na minha vida também, nada mudou, algumas coisas mudam, algumas até ficam com cara de resolvidas, o que pode parecer inconcebível, mas sim, tem coisas que acontecem e é como um grito "mano, te preocupa com o resto, isso aqui já foi." ... mas como um cara como eu, que escreve sobre as agruras da vida, como eu vou poder olhar em volta e falar "tô feliz, tô satisfeito"... aí é que se mostra o escritor de verdade, o cara que das duas uma, ou arruma uma criaca na própria vida e transforma num problema terceirizável num personagem, ou assume que vai ter que viver de ficção pura, toma vergonha na cara e desencana do blog e vai escrever sobre a vida de seres imaginários, mesmo achando que estes nunca terão a profundidade dos antigos, baseados nas próprias experiências, ou nas de amigos, ou de bêbados do centro da cidade... claro, sempre haverão os bebados do centrão, hoje mesmo conheci um, Antonio Carlos, morador das marquises da região central, 57 anos e uma ligereza invejável... no fim das contas é isso, o negócio comigo é gente, conhecer gente, as pessoas que fazem os meus dedos trepidarem sobre o teclado, meus calcanhares deslizarem sobre as calçadas, se você está aqui agora, amanhã você está lá, morando no Arouche, dormindo num albergue... isso é o que eu sentia falta em SP, saber onde eu vou parar se tudo-tudo-exatamente-tudo der errado... eu vou acabar no anhangabaú!</div><div><br /></div><div>Tô perdendo alguma coisa, acho que tô muito sem assunto hoje, resolvi escrever só pra curar insônia e estou aqui, colocando isso logo aqui, no meu blog de quatro leitores... amanhã descubro o que escrevi sobre o Rio e posto... foi certamente mais incrivel viver do que será escrito, verborrado, devo estar borando geral, então tá.</div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-12985200866291288162010-06-07T20:47:00.004-03:002010-06-07T21:24:23.037-03:00Pecas totasQuando você decide ir embora tem que ser pra valer, se você decide que não quer mais tem que ser de verdade, pensou antes de mais um gole. Sentou no bar, bebeu muito, pensou muito, depois de umas horas sozinho você acaba achando a vida uma merda mesmo, você mesmo, um merda. <div><br /></div><div>Entre as horas e os devaneios não cabe mais nada aqui, meu travesseiro é a grama, meu chão, lama. Ouço aínda Big Life e vejo as coisas que o Koala fala no tuiter, "puta merda" eu penso, "caguei no pau de vez dessa vez". Só os românticos dizem que nunca mais vão amar, só os loucos acreditam nesses gordos velhos. Mas parece até que gosta porque faz de novo, se perde na floresta da mente e fica vagando sem rumo por ai. Sexta à noite, no meu caso, sábado à noite, é quando você tem 48 horas para ir até onde puder e voltar, esse sempre foi meu lema, idéia meio besta, juvenil a qual compartilhei dezenas de vezes de centenas de formas, mesmo que só.</div><div><br /></div><div>"Cadê seu Deus agora seu punk de merda" é o que eu ouço na minha cabeça faz uns dias, daqui a pouco melhora, um dia se pá até passa, mas e ai? É só isso mesmo né, o que importa é a dor passar e continuar adiante searching for subject, searching for love.</div><div><br /></div><div>Você pode sempre procurar por mais assunto, pais pessoas, mas coisas, mais conhecimento, as coisas acumulam, sedimentam, esquentam e viram rubis, diamantes. Mulheres têm o que fazer com diamantes mas eu não sou vidraceiro, acho dourado brega e não uso jóias, o que eu poderia fazer com um diamante e descrevê-lo, escrevê-lo, aqui ou n'algum aqui desses, as vezes falta um porque até pra isso, como se a parada de escrever tivesse sido um sonho idiota de moleque e eu teria que achar bom que pelo menos tenho uma carreirinha safada como bibliotecário. </div><div><br /></div><div>Venho tendo muita raiva, de muitas pessoas, muitas situações, compro até a raiva dos outros que não sabem usa-la direito, mas tá foda de canalizar, fico rangendo os dentes, com dor de estômago, perco o humor mãs não ô conseguindo colocar pra fora de forma útil, transformar em adrenalina, em inspiração, em ânimo... vou ver se eu lembro como é, senão vou só seguir o instinto.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-45591977388538402542010-04-08T02:37:00.004-03:002010-04-08T02:48:38.789-03:00Mente doente ou Umas doses a mais.<div><br /></div><div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sE5NP6ZI/AAAAAAAAACQ/umid3Uu0lEU/s1600/0+(9).jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 290px; height: 400px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sE5NP6ZI/AAAAAAAAACQ/umid3Uu0lEU/s400/0+(9).jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457637154774575506" /></a></div><div><br /></div><div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sFTtz7LI/AAAAAAAAACY/dkeLyWB3ok4/s1600/0+(10).jpg"></a></div><div><br /></div><div><br /></div><div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sFTtz7LI/AAAAAAAAACY/dkeLyWB3ok4/s1600/0+(10).jpg"><img style="text-align: left;display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; cursor: pointer; width: 300px; height: 400px; " src="http://4.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sFTtz7LI/AAAAAAAAACY/dkeLyWB3ok4/s400/0+(10).jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457637161890475186" /></a><br /></div><div><br /></div><div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sFsqMRXI/AAAAAAAAACg/LMuDdhkcJBY/s1600/0+(11).jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 339px; height: 400px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sFsqMRXI/AAAAAAAAACg/LMuDdhkcJBY/s400/0+(11).jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457637168586179954" /></a><br /></div><div><br /></div><div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sGF27lHI/AAAAAAAAACo/IBYY9xpzsZU/s1600/0+(12).jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 295px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sGF27lHI/AAAAAAAAACo/IBYY9xpzsZU/s400/0+(12).jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457637175350498418" /></a><br /></div><div><br /></div><div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sGVTrTUI/AAAAAAAAACw/Z4NZFu-e_90/s1600/0+(13).jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/S71sGVTrTUI/AAAAAAAAACw/Z4NZFu-e_90/s400/0+(13).jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457637179497598274" /></a><br /><div><br /></div><div>Dizem que eu sou muito transparente, que é fácil saber se algo me incomoda ou coisa assim só de olhar pra minha cara... acho que isso não se aplica tão bem aos meus textos... não chega a estar encriptado, mas dá pra perder umas boas horas de terapia tentando descobrir como cheguei a esse ponto.</div><div><br /></div><div>ok ok, parte foi escrita no ônibus...</div><div><br /></div><div>Merece transcrição?</div><div><br /></div><div>c ya.</div><div><br /></div><div>(sono)</div><div></div></div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-60101823047757554712010-03-29T22:47:00.006-03:002010-03-29T23:43:24.108-03:00Canetada<p class="MsoNormal" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">“caralho, eu vou ficar aqui fritando e a<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>essas horas ela pode estar<span class="Apple-style-span" style="white-space: pre;"> </span>conhecendo<span class="Apple-style-span" style="white-space: pre;"> </span>alguém decente que queira<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>assumir esse<span class="Apple-style-span" style="white-space: pre;"> </span>B.O., e eu aqui canetando, merda de<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>vida.”</span></p><p class="MsoNormal" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Canetada</span></p><p class="MsoNormal" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">- Já não sei o que fazer, gosto dessa nega, ela é honesta, é boa, é inteligente pra caralho, mas não sei, depois da Judite não sei se consigo embarcar de novo numa dessas.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Fuuoooooooommmmmmmmmmmm!!! </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">- Filho da puta, esse não vai ter perdão! LGU715... 7, acho, filho da puta! – Reclama enquanto anota uma multa de excesso de velocidade.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> Já estava assim a semanas, acordava às 4h, tomava banho, se vestia, comia um pão e subia a rua pra pegar o primeiro Largo São Francisco, tudo no automático, não escolhia mais roupa, pegava a que estivesse mais perto da mão, o pão era seco mesmo, com água, pra não perder tempo fazendo café, não queria acordar, nesse dia tinha sonhado com Teresa de novo, hoje, pesadelo, pegava ela na cama com um negão descomunal numa casa que não era nem a dele nem a dela, tinha um barulho de mar de fundo e ele não sabe bem porque estava lá. Estranhou, queria saber que lugar era aquele, que cara era aquele. Será que aquilo era uma visão? O que será que Teresa estaria fazendo a essa hora em Ilhéus? Esperava que dormindo, não queria acreditar em outra possibilidade além dessa, afinal, não eram nem cinco da manhã e ele já suava em bicas, de nervoso, de calor mesmo, de raiva do negão que ele nunca conseguiria derrubar no soco, nem na paulada nem no tiro, nunca. Teresa estava visitando a irmã, disse que era coisa rápida, até ter a resposta de um trabalho legal lá na Berrini, num consltório de um vovozinho, endocricodolistalgumacoisa, lembrava do dia da entrevista, que levou ela, tava de folga, ela tava feliz, acordaram cedo, ele preparou o café com tudo que ela gosta, até mamão tinha, tava verde porque não sabia escolher mamão, mas ela achou bonitinho mesmo assim, agradeceu, transaram até quase o atraso. Foi um dia bom, Teresa estava feliz, Joel estava feliz.</span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> Acorda já no centro, dá um tapa na cara e corre pra descer do ônibus antes dele sair de volta sentido zona sul. Corre até o trampo, bate cartão, dá um salve pros manos, mete o uniforme e corre até sua viatura. A alguns dias estava canetando na Bandeirantes com a Berrini, debaixo do viaduto ali, o Zuccollo ou coisa assim, ali era firmeza porque era fácil cumprir a meta, um monte de filho da puta, era velocidade, rodízio, faixa, era delícia, queria ganhar comissão quando pegava umas mamatas dessas. O foda era que logo cedo não tinha sombra do viaduto, só depois das 10h, e esse verão tava de foder, o uniforme pesava uns quarenta quilos e a lembrança de Teresa tornava seus dias intermináveis. Chegou cedo e já podia começar a pegar as primeiras multas de rodízio. Mas pensava no negão em cima de Teresa, suando como se tivesse de uniforme marrom, mas não tava, tava nu em pêlo pegando Teresa no pêlo e ela gritando como se tivesse sendo atacada por... – Não pensa felá, trabalha, não pensa! – Falava como se fosse adiantar, falava alto, o som da rua era alto, certamente não incomodaria ninguém com seus lamentos, com sua dor.</span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> Foi até o carro beber água e tinha uma mensagem no celular. Ficou doido, derrubou o telefone, pingava suor, não achava o maldito debaixo do banco, revirava, revirava, achou, leu, era de Teresa.</span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> “queria saber se sente minha falta. Queria saber que está me esperando. Comotá? Bjo!”</span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> “Essa mulé é uma poeta, caraio!! Quiquieu falo pra ela? Fudeu!” pensou sabendo que tinha que falar a coisa certa, porque depois de três semanas sem ela dar sinal de vida ele precisa impressionar. A essa altura já não tinha mais cérebro suficiente pra nada, depois de uma manhã inteira no Sol, no CO, no barulho infernal de uma artéria entupida. Estava louco. Não era pânico, não era medo, mas tinha que ser rápido e certeiro ou o seu sonho se materializaria.</span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;text-indent: 35.4pt; "><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> Voltou pra esquina, pegou o bloco começou a esboçar o que seria sua obra prima, o calor aumentava e suas mãos suavam e as buzinas não cessavam e a fumaça e as idéias embaralhadas e a fumaça de mil caminhões e mil buzinas do inferno trombetando e o sonho e Teresa e o uniforme grudando e a luz do Sol rebatida de todos os lados na direção de seus olhos e queria pensar e não conseguia escrever e não tinha palavras e as que vinham não tinham sentido ou pareciam buzinas ou derrapadas e já se passavam duas horas e tinha que escrever algo e sua cabeça fervia e delirava e pegou o bloco, olhou-o por alguns instantes, olhou pra frente e vou uma Belina enorme, azul como o mar da Bahia, vindo em sua direção e na direção um negrão, seu coração parou e o ar fugiu dos pulmões, apertou o bloco com força e escreveu rápido, antes que ele passasse “ti amo teresa, seje minha que já so teu!” escreveu e caiu em calma, acabara com a maldição, olhou bem pra barca que vinha e encheu a boca com um enorme “féladaputa!”. A barca passou e ele ainda lhe mostrou o dedo na passagem, mostrou e ficou com ele pra cima e ria como se vencera o próprio Exu. Pegou o telefone para completar a missão e eufórico derrubou-o no meio fio, ajoelhou-se e começou a digitar ali mesmo, de quatro. Enviand... sem crédito, a Belina deu a volta e... pára-choque... olha pro bloco jogado no chão, pensa em Teresa... Exu venceu.</span></o:p></p>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-41946670465762059362010-03-27T17:42:00.001-03:002010-03-27T17:44:10.653-03:00Aprendendo com a Nigéria.<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Já não sei mais o que deveria ser. Quer dizer, até sei, mas acho pretensioso, “o que deveria ser” pela visão de um cara que pouco leu, pouco sabe... raso. Apesar de saber disso ligo pouco, dou minha opinião por aí e irrito, insulto, atrapalho o status quo dos mothingmakers de plantão. Gosto de reclamar da minha insignificância e me deprimo facilmente com a minha incapacidade de mudar as coisas do mundo que acho erradas, com as coisas da minha vida que acho erradas, com o ambiente urbano, as relações de trabalho, com os serviços recebidos e prestados, com a relação que tenho com os mestres, os aprendizes, os colegas, os desconhecidos. Só não me desespero com o desconhecido porque sei que ainda poderei conhece-lo, ou não. Estou numa fase de urgências, de trocas intensas, de embates violentos. Não sou violento, sou intenso em mim e penso tão cíclico que não sobra muito pra por pra fora. Um eterno incompleto, um eterno se conhecer, conhecer o mundo e se saber incompleto.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Sei-me incompleto desde cedo, não quero perder tempo e troco raivoso, frustrado, imaginando que não chegarei a ponto de saber o suficiente para transmitir, para ensinar. Sou um bibliotecário de referencia, tento sê-lo. Estou aprendendo todos os dias sobre novas fontes, novos conceitos, novas abordagens, todos os dias estou mais próximo do cinema, de sua busca incessante por criar um metamundo fantástico, onde as emoções são mais intensas, as idéias factíveis, onde o impossível se materializa à sua frente e onde por cerca de duas horas você estará imerso num outro mundo.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Outro dia um professor disse que nós (alunos da USP) somos todos elitistas, que não olhamos para a periferia, não vemos as massas. Eu entendo o lado dele, a visão dele, e eu sei que ele tá mesmo certo. O que eu faço no meu trabalho? Faço o meu melhor, sim, para quem chegar aqui e me perguntar, sim, mas quem vem é a bourgeoisie, salvo alguns poucos guerreiros aqui e ali. E o cinema da periferia? E a voz da periferia? Estava lendo agora sobre o cinema nigeriano e o seu quase </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">do it yourself, </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">eles fazem um cinema original, com histórias baseadas nas histórias deles próprios, do povo, contadas com produções gambiarradas e distribuídas em DVD para todo o continente a um preço/custo baixo, de uma forma sustentável. O cinema nacional da nigéria é um sucesso em toda a África, sucesso econômico e cultural, sucesso de público. Mas a qualidade técnica é ruim? Ninguém lá ta atrás de Oscares e Leões de Prata, eles querem contar histórias. Mas os roteiros são fracos e as histórias vulgares? Foda-se, é o cinema que as pessoas querem ver, finais felizes e seus cenários do dia-a-dia retratados na tela, sua realidade fantasiada e mistificada passando na tela, é isso que eles têm e que nós aqui não temos, um cinema que se pague, que fale às pessoas, que as toque, que as represente no mundo fantástico, que filme brasileiro representa o povão, o vida-loca, o evangélico trabalhador, o bóia-fria putanheiro, a doméstica com quatro filhos? Não é à toa que o maior sucesso da história do cinema nacional é “A dama da lotação”, isso faz mais de 30 anos e ninguém percebeu ainda que deixar na mão dos riquinhos da ECA e da FAAP a missão de contar pro mundo quem somos nós e o que é ser brasileiro, quem é o brasileiro e como a gente mata um Leão de sete cabeças por dia, nem sempre rindo e sambando como acreditam nossos queridos diretores do Leblon e dos Jardins.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>A gente tem mania de achar que tudo no Brasil é difícil, que não é pra nós, que não temos capacidade, possibilidade, que vamos passar vergonha se mesmo tentarmos... a Nigéria está aí mostrando que esse problema de auto-estima pode ser superado, e eles estão contando sua história e estão vivendo disso. Quando vamos fazer o mesmo?</span></p>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-44964333403296966872010-01-23T16:08:00.002-02:002010-01-23T16:42:18.868-02:00sabado de chuva<div><br /></div><div><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/d-MftSipC3k&hl=pt_BR&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/d-MftSipC3k&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /></div>Acordado pela luz opaca da janela da sala da cazona, dia nublado, chovendo insistentemente desde a noite, que foi longa. Os dedos dos pés estão rachados, ardem, mas é quase agradável, banho frio, pente, guaraná, busão, ouvindo Cat Power subindo a Rebouças, a Paulista, depois Foo Fighters, Deftones, tentando lembrar mais sobre a noite anterior, pensando nas coisas a fazer no trabalho, sobre o que escrever aqui, depois caminhando pela Vila Mariana na chuva, ressecado por dentro e molhado por fora, muito LIFE.<div><br /></div><div>Pode ser gostoso trabalhar de sábado, tô me acostumando bem com isso.</div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-39724139762708638632010-01-11T10:41:00.002-02:002010-01-11T10:54:42.993-02:00Por que sempre tem que acontecer alguma coisa Falu?<div style="text-align: justify;">Este é um post de 2005, não é só pra encher lingüiça, é mais como um retrato antigo, uma lembrança terna de um tempo bom. É bom quando o passado é bom, um dia a saudade, os arrependimentos, as dores viram só coisas boas, pelo menos comigo tem sido assim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tem gente que diz "e aí, o que tem feito de novo?", escrevendo que não é, isso vcs percebem pelo estado do blog, que está às moscas. Eu faço o de sempre: trabalho, estudo, vejo a Paula, vejo o Limão e o André de vez em quando, vou pra faculdade de vez em quando, é isso, e só. De vez em quando surge uma história inteira na minha cabeça, do nada, parece que eu sou uma antena para contos malucos... mas na hora de escrever elas me cançam, tenho preguiça de desenvolver, de achar palavras, eixo paradigmático e eixo sintático, um saco, escrever tem me cansado, não tanto quanto o meu emprego, ou a faculdade, mas o que eu sempre quis para mim como ganha pão para toda a vida tem me cansado a ponto de eu não fazê-lo mais; é, eu não estou escrevendo mais, tenho ótimas desculpas, tempo, branco, stress, tendinite, mas isso eu invento para os outros, para mim a desculpa única e insubstituivel é: Não estou com saco de traduzir pensamentos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Muitas vezes me cansa traduzir pensamentos mesmo em palavras, consigo ficar horas sem pronunciar uma única palavra, no trabalho falo apenas o necessário normalmente -- normalmente leia-se sempre -- e quando quero conversar apenas reclamo e faço trocadilhos infames para me livrar de ter que falar algo pensado -- herdei do meu pai o dom dos trocadilhos infames a tal ponto que nem preciso mais pensar para difundí-los.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Acontecem coisas comigo, não posso dizer que não, quando se passa duas horas por dia dentro de um ônibus, se convive com centenas de advogados e algumas poucas bibliotecárias para atender a todos e um ogro do Capão Redondo, se estuda numa faculdade de riquinhos num curso de pobrinhos e mora-se com um cafajeste de 25 anos, um vendedor da Amway tentando dar uma de engenheiro e uma mulher que ouve Triguinho o final de semana todo e que fica doente quando é separada dos seus milhares de cristais, é evidente que muita coisa acontece, porém a minha sensibilidade em achar graça ou drama em cada situação está se esvaindo dia a dia, minha paciência comigo mesmo e com o "tempo da bola" dessa cidade já era, não quero ser um catalogador-estagiário, não quero ser um estorvo pra minha madrinha e muito menos quero passar o resto dos meus dias respirando esse ar e tendo que passar horas a caminho de qualquer lugar, sinceramente isso não é vida pra mim, mas o que é?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na noite passada, depois de tentar decorar um manual de MaRC 21 para uma prova do professor mais tosco que a USP já teve e não fazer a prova em sinal de protesto (naquela faculdade só se consegue alguma coisa assim, fazendo baderna) fui tomar umas, sozinho, como tenho gostado de ficar ultimamente, pelo menos quando vou beber. Depois de 2 copos de cerveja um mendigo começa a conversar, ele parecia ter por volta de 50 anos, tinha cara de ser uma boa companhia então o convidei para sentar-se, já que havia estado sozinho já por longas horas, e imagino que ele também. Ele se sentou e falou, falou e falou por um longo tempo, eu apenas acenava com a cabeça como se estivesse entendendo. Mesmo antes dele chegar uma forte dor de cabeça me pegou em cheio, e mesmo com o falatório insólito e desencontrado do velho Falu (este é o nome dele, pelo menos acho que é) sua presença me era benvinda, gostava de observá-lo gesticulando, rindo, parecia se sentir acompanhado pela primeira vez depois de um longo tempo, assim como eu. E assim ficamos por cerca de 2 horas, ele falando e eu observando e acenando positivamente,</div><div style="text-align: justify;">sentia nele uma cumplicidade, era como se já fossemos amigos, vez ou outra ele me perguntava algo, eu respondia e ele fazia alguma graça a respeito, queria poder saber sobre o que se tratava o discurso que ouvi naquela noite, certamente era algo maravilhosamente insano e interessante, e ele demonstrava uma qüerencia absurda quando falava, o que me assustava pois como profissional da informação (odeio essa lorota cretina, mas gosto do título) queria saber o que era regurgitado na minha orelha, haveria de ser algo importante, ou ao menos de alguma relevância, o que sabia era que gostava de estar alí, sentado num bar bebendo com o velho Falu, ele comentou que trabalhava com cinema, não com muito gosto porque era um "artista das palavras, um escritor", como ele mesmo disse, que havia morado no Rio por algum tempo e que tinha uma chacara na Reserva Florestal de Resende no Espirito Santo, disse também que morava nos alojamentos da USP, me deu inclusive o endereço, o qual pretendo investigar um dia (sei que não o farei, mas gostaria). A alguns instantes ele me parecia assustadoramente familiar, mas logo essa sensação sumia tão subitamente quanto vinha.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim como sempre que estou um pouco mais alegre logo deu a minha hora de partir, quando fui me despedir do velho Falu ele me pediu para aguarda-lo uns instantes, acatei, ele foi de mesa em mesa arrecadando dinheiro e ao voltar para a nossa mesa largou algo em torno de 4 reais, achei admirirável que ele quisesse pagar a parte dele na cerveja, vejo pessoas muito mais providas de finanças se esquivarem quase como se fossem artistas circences de pagar uma conta. Não aceitei e o sugeri que comesse algo com aquele dinheiro, então foi a vez dele acatar. Na hora de nos despedirmos me deu de um súbito vontade de abraçá-lo, mas ele me pareceu meio defensivo, e eu recuei, e logo me deu um aperto na garganta, como aquele que dá em eliminação de copa de mundo, passei meu e-mail e peguei o dele (esses bebados boêmios de rua andam tão modernos ultimamente), então civilizadamente ele me puxou -- quase rasgando a minha camisa -- pra perto de si dizendo que me ensinaria algo infalível para conseguir sexo a qualquer hora com a minha mulher, isso muito me interesou e ele me falou com um jeito bem explicativo "um amante nunca deve dormir, enquanto o outro dorme, para sentir e ver o outro acordar", estava com a noite ganha, o velho Falu me mostrou que sabia das coisas, depois aínda deu referências bibliográficas sobre a frase e me fez repetir até aprender cada sílaba, achei o máximo.</div><div style="text-align: justify;">Quando achei que a noite estava ganha e que meu encontro com o velho Falu tinha findado ele me puxou novamente e me disse "quem você é?", fiquei intrigado, decepcionado, pensei que talves ele tivesse alguma espécie de lapso de memória, então ele disse novamente "quem você é de verdade, o que você quer, do que você gosta?", minha garganta fechou aínda mais, pensei no que diria para o velho Falu, me vieram milhares de pensamentos e ele disse, dessa vez com um ar incrivelmente didático "você não deve responder isso pra mim, responda pra você mesmo, mas pensa bem, pensa bastante pra se responder, essa é uma pergunta importante". Fiquei abismado, embasbacado, chame como queira mas fiquei também envergonhado, com o fato de menospresar a inteligência daquele homem que estava sentado à minha frente, e envergonhado também com o fato de não me fazer essa pergunta a tanto tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ouvindo:</div><div style="text-align: justify;">Higway Blues - Ernie Watts</div><div style="text-align: justify;">Ella Fitzgerald</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-58600575786451207192010-01-06T20:15:00.001-02:002012-12-21T19:08:22.009-02:00Suporte o que vê, banque o que sente.<title></title><style> <!-- @page { margin: 2cm } P { margin-bottom: 0.21cm } </style>--><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/ZdJlkxMnvyo&hl=pt_BR&fs=1&"></param>
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Não conseguia terminar a pintura, estava quente e a tinta pedacenta não parava quieta no rolo e caia toda no chão, não tinha com o que forrar e estava cansado demais pra tomar maiores cuidados, escorregava descalço no chão cheio de tinta, suava em bicas mesmo estando apenas de cueca e tinha fome, fome insolúvel pois os os oito reais que tinha já haviam virado um maço de cigarros, duas coxinhas e uma coca de seiscentos umas quinze horas atrás. Já tinha ouvido todas as músicas que tinha no celular, duas vezes, fora as que deixara no repeat por pelo menos umas 6 ou 8 vezes, “coisa de psicopata” pensava, apesar de nunca ter se esforçado em provar pra si que não o era, agora então tinha mesmo era que provar que não tinha razão, não tinha vontades, era só uma meta e pra lá rumaria, já não podia mais adiar muitas providências, não podia sonhar e nem ficar viajando, achando que tudo se resolveria, nada se resolveu, agora tinha que acabar definitivamente com isso. </div>
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Deitou-se no chão achando que não levantaria mais, suas costas se espalharam na tinta, seus músculos esfriaram, o sangue quis coagular inteiro, fechou os olhos ouvindo Garage Fuzz, ficou pirando nos tempos de moleque quando não tinha esses perrengues pra resolver, respirou fundo e quando a mesmo música começou de novo abriu os olhos, viu o teto todo manchado pela água podre que escorria dos vazamentos no telhado, fechou os olhos de novo e lembrou de quando lixava o forro de madeira da casa dos pais, nessa época ouvia Pixies, Sonic Youth, dez anos depois e estava preso a um teto de novo, com os músculos prontos para arrebentar, com os olhos querendo fechar. </div>
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<span style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19.200000762939453px;">—</span><span style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19.200000762939453px;"> </span>Pára! Vamos logo com isso caralho! <span style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19.200000762939453px; text-align: left;">— </span>Ralhou como se fosse o próprio patrão, se jogou para fora do chão e pegou um cabo de vassoura pra mexer a tinta, não podia parar, nunca pôde, mas hoje é que não pode mesmo. </div>
<div style="font-family: trebuchet ms; text-align: justify;">
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<div class="western" style="font-family: trebuchet ms; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
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<span style="font-family: trebuchet ms;">Mais umas horas e terminou a pintura do teto, olhou pra baixo e o chão estava mais branco que o teto, olhou pra si e estava também mais branco que o teto, mas não conseguiria mais nada naquela noite, partiu pra a lavagem do chão. Tentou raspar com uma espátula as partes mais secas, o que a cada movimento lhe parecia uma burrice maior, então lembro-se que comprara um limpa pedra que diziam surreal, e era mesmo, passou no chão e não conseguiu mais respirar, em volta dele o apartamento aumentava e diminuía de tamanho como se fosse uma sanfona, era soda cáustica e ácido sulfúrico suficientes pra refinar uma tonelada de coca, olhava para as paredes e elas não paravam de se mexer, as formas geométricas negras pintadas nelas tentavam falar algo, parecia um cover ruim dos últimos minutos de Diamond Sea, o rolo ficou mais pesado que a lata de tinta e só deu tempo de procurar um lugar seco pra cair.</span></div>
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<div class="western" style="font-family: trebuchet ms; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Acordou no meio da madrugada ainda tonto, sem saber onde estava, se arrastou até a rua, sentou-se na calçada e olhou pra rua escura e deserta, respirou alguns minutos e entrou pra pegar um cigarro e uma bermuda. Voltou, fumou, acendeu outro na bituca e entrou de volta, pegou uma camisa e voltou pra rua, não pensava direito, estava caindo como se estivesse bêbado, e estava, era estafa, já não adiantava mais continuar, aquilo teria que ser suficiente, chegou no bar ainda tonto, pediu um copo d'água, engoliu sem nem ver e pediu outro, deitou a cabeça no balcão observando os vagabundos que lhe fizeram companhia por tantos anos, taxistas, prostitutas, insanos, traficantes, vagabundos de toda a espécie, olhava-os quase que com carinho, como que satisfeito por esta ser sua última noite ali com eles. Saiu do bar e foi fumar na calçada, sentou-se no chão e olhou pro céu que já tentava amanhecer, olhou para as mãos trêmulas sujas de tinta e queria entender como tinha chegado até ali. Sabia. Tinha aproveitado o que podia, mas agora não daria mais, agora era a hora de alcançar os líderes, um pique para não perder a esperança, olhou para o céu e ele ficava violeta, olhou para as mãos de novo e viu os calos, os machucados, os cortes, a tinta, as verrugas, viu que é velho e novo ao mesmo tempo, viu que merece o que tem porque é teimoso, viu que não tem nada porque gasta as coisas como gasta a si mesmo, todos os dias de cada vez, sabe que seus ossos não quebram com facilidade e sabe que no fundo não precisa sofrer, que cria as próprias dores pra ter sobre o que escrever depois, que chora as perdas pelos outros e não por si, sabe-se objetivo e sabe perder, e como sabe.</div>
João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-5423104356348146282009-12-24T02:27:00.001-02:002009-12-24T02:27:42.132-02:00<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; color: rgb(51, 51, 51); ">hoje lembrei de quem eu sou, lembrei do que eu acredito, que eu sou sonhador e que eu não desisto, que eu não posso porque tem muita gente na sul que acredita, que se espelha, que torce, e não importa o que eu estiver fazendo porque se eu tô lá é porque é de coração e se eu acreditar mesmo eu vou lutar, vou até o fim, por mim, pela família, pelos parceiros, pela nação, e eu sei que eu posso tudo porque eu tenho o amor dentro de mim, eu tenho a teimosia de alguém que não cansa, senhor do próprio destino, senhor da vida, invencível, guerreiro de fé, acreditando que um mundo melhor é possível e agindo todos os dias pra que ele aconteça, com um "bom dia" ou com uma verdade, uma informação, e é com ela que eu vou lutar, ela é minha espada, é com ela que eu vou fazer do mundo um lugar melhor dia após dia, trazendo luz onde há escuridão, trazendo esperança onde houver desespero, por isso eu olho para as minhas cicatrizes e vejo que esse moleque fodido não tá aqui à toa, tá pra escrever a história única de uma vida que não vai acabar quando meu sangue secar, porque eu só vou morrer quando não tiver mais esperança no mundo porque eu sou a própria esperança. </span>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-54122925605187338602009-11-24T15:47:00.001-02:002009-11-24T15:49:37.528-02:00Despedida<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/SwwclPgtXuI/AAAAAAAAACE/qtn36qyWStg/s1600/convite.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 390px; height: 400px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/SwwclPgtXuI/AAAAAAAAACE/qtn36qyWStg/s400/convite.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5407728678709583586" /></a>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-33967108921704143162009-10-13T15:31:00.002-03:002009-10-13T15:39:51.679-03:00Brand new clothes - Parte III<p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Acordei amarrado numa parede igual aquele desenho do Da Vinci, as pernas eram as mais juntas mas os braços eram os pra cima. Tava grogue ainda, numa ressaca que tiraria até o Bukowski do sério, eu tava rodo ralado, da queda na escada ou da noite da qual eu quase não lembro nada. O maluco tinha tirado as minhas roupas e eu tava limpo, peladão e limpo, com cheiro de álcool e com as feridas ardendo e querendo me coçar mas eu já disse, eu tava amarrado porra! O cara aparece sei lá de onde trazendo um quadradão branco arrastado por umas rodinhas, o cara é todo estranhão, só olha pro chão e não fala nada, eu quis dar uma de sensato e fiquei quieto esperando ele começar a falar, na esperança de que ele começasse antes de me meter uma facada ou coisa assim. Ele olha pro quadradão e volta pro breu, depois volta de volta com uma mesinha de rodinhas, tipo aqueles bares de rodinhas mas com um monte de tesouras e facas e um serrot</span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Caralho mano!! Eu só caí dentro da sua loja, você é o Haniball Caralho!?!? – Não agüentei e berrei e o cara só me olhava com o serrote na mão. Ele olha pro serrote, uma pra mim, olha pro serrote </span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Eu quero um cigarro antes pelo menos, tem como?</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ele olha pra mim e lança: </span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Um e oitenta né? – Com a maior calma.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Pode ser mano, Marlboro, umeoitenta, qualquer um, ou então me solta logo daqui.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Se você não colaborar vamos demorar o dia todo pra fazer seu terno.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Que terno mano, só quero ir pra casa valeu!</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Eu já perdi muito tempo com você, agora vou ter que terminar o terno.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Firmeza cara, já to entendendo – Eu não tava entendendo. – Agora me explica uma coisa, não quero um paletó de madeira, então pra que esse serrote?</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Você é muito agitado, vou precisar fazer um manequim pra você.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Legal cara, muito profissa, mas será que não dá pra usar um daqueles zoiudos lá de cima não?</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Cada pessoa tem um corpo único, não posso usar um modelo qualquer, ou você quer ficar com a alma de outra pessoa? – Falou ainda sem expressar o mínimo nada de nada.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Não mano, ta bom, já ente...</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Um e oitenta?</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Eu? Oitenta e dois.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Perfeito.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ai ele pega o serrote e começa a dichavar o blocão branco que é de cera, resina ou sei lá o que. Ele quase se diverte cortando a parada e olhando pra mim, está todo concentrado, eu só consigo pensar em como esse cara é doidão, parece que ele não pensa em mais nada, só em fazer uns panos, o cara parece um boneco, parece que nunca viu ninguém, pelo jeito que ele me olha parece que nunca viu mesmo. Nessas o cara pega um facão e continua lascando o blocão e começa a deixar ele com formato de gente, nisso uma lasca do bonecão cai no braço do cara e ele tem a genial idéia de tirar com o facão e se corta nas costas da mão, o corte é fundo e sangra pra caralho, o cara nem reage, como de costume, só pega um pano e cobre a mão, ele olha pro bonecão, depois de um pouco ele cai sentado no chão .</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Puta mano! Que vacilo! Você ta bem? </span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p>– Perguntei pensando "agora fudeu".</o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Vacilo – Ele diz olhando pra mão.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Não é melhor ir num hospital ver isso cara? Depois a gente continua? – Não custava tentar né.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Vacilo... – Ele repetia atônito olhando pra mão.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– É mano, vacilo, acontece, eu fiz um corte desses não faz muito tempo, essas coisas inflamam, é melhor você ir prum hospital!</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Vacilo... hospital...</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– É cara, vamo ai! – Eu já tava esquecendo a compaixão e ficando irritado com o cara, mas ele parecia mesmo não saber o que fazer.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– É sangue? Eu nunca sangrei. – Falou ele com a mesma cara de tacho de sempre.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– É mano, é sangue mesmo, e bastante. Você ta bem?</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">E ele sai andando e volta pro escuro. Nisso eu já não to entendendo mais nada, o cara sai e me deixa ali plantado, amarrado, eu tava fodido ali, e se o cara não voltasse, e se ele desmaia ou morre e me deixa ali pra morrer também, minhas mãos estavam ficando roxas por causa das cordas apesar de eu estar razoavelmente confortável ali, comecei a pensar se esse cara tinha saúde o suficiente pra se cortar daquele jeito, já que ele era tão branco quanto o bonecão de cera. Eu estava confuso, tava ficando com dó daquele corno que me amarrou pra me fazer um terno, eu tinha que pensar em algo, mas não coseguia ver nada que eu pudesse alcançar, as ferramentas estava muito longe, estava quente e eu estava tão bem amarrado que não me soltaria antes de morrer de fome, quando comecei a pensar em ficar desesperado o cara volta co outro carrinho de instrumentos. Ele tira o pano de cima do braço e o sangramento já estancou, ele vem na minha direção e olha minha mão que tem uma cicatriz de facão nas costas, de um vacilo que eu dei uns tempos atrás, ele observa por alguns instantes e se senta num banco que ele pega do meio da escuridão. Então ele olha pra nova mesinha e pega e uma agulha grande e curva, já com linha, quando eu penso “ele não vai...” ele já foi, o cara começa a costurar a própria mão.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Mano, você ta louco! Você tem que ir pra um hospital! Eu te levo!</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><span style="color: rgb(51, 51, 51); "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">– Se for pra costurar eu costuro, isso é tudo o que eu sei fazer. – Ele responde sem fazer um mínima expressão de dor e começa, manda ver mesmo, costura o talho todo sem nem uma caretinha. Agora eu to ficando realmente com medo desse cara.</span><o:p></o:p></span></p>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-26938624183461055982009-06-25T15:20:00.002-03:002009-06-25T15:32:10.949-03:00Discotecar (ou 29 e um dia)<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 13px; "><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Discotecar.:</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Isso tudo é uma grande tolice, todas as vezes – Diria satisfeito o tio Carlos.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Não acordou exatamente diferente. Não acordou com um humor especial, tinha pressa, só isso. Abriu as cortinas enormes que comprou uns dias antes, brancas e transparentes, quase um véu. Tomou banho pensando em mil coisas, que deveriam acontecer naquele dia, mais ou menos como sempre. Outras exatamente como sempre. No metrô leu o último do Nooteboom, se coçando por dentro, mal notando o mundo lotado e barulhento em volta. Encontra um conhecido e já solta “notou alguma coisa diferente em mim?”, ele engole seco e procura com os olhos um em cada direção, até ameaça esticar o braço para sentir a diferença mas logo desiste. Abre a boca mesmo sem nada dentro ainda e ela o interrompe com um riso largo e satisfeito “tô brincando, eu não faria uma perguntar dessas a essa hora” e sai mandando beijo e rindo da cara dele.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">O dia passa voando, a noite entra, o telefone dá uma trégua sem antes marcar uma balada com as amigas de sempre. Volta pra casa, banho, música, comida rápida, algumas providências, uma olhada no relógio, uma no espelho e tchau.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">Quase meia noite e nada se transformou ainda, ouve Killers meio bored até que ouve uma voz familiar num intervalo riscado do disco. Era com ela, ri de nervoso, de ansiedade, de um monte de cócegas estranhas vindas dos olhos dos outros mas também da barriga. Pega na bolsa um Ipod, arregala o olho pra amiga como quem diz “tu podia ter me avisado”, as pessoas de pé na pista quase reclamam, se não fosse hoje reclamariam, ela olha o computador, as pickups e manda ver, não sabe se precisa soltar a mão do Klimt pra pegar a do Pollock, deixar p Chash pelo Interpol ou o Kerouak pelo Rubens Paiva, ou pelo Kundera, o Smiths, o Deftones, o Depeche Mode pelo Radiohead, pelo cara do blog vermelho ou pela Spalding tocando Hancock, ela passeia livre tocando as mãos de até ali e vendo a dança continuar e as referências tendo filhos ou morrendo, vendo as chances e areias correndo ao largo duma avenida alegre e agora mais leve, a cada riff, a cada refrão, contralto, solo solta um pesar, um medo, uma insegurança, um pesar que vira suor na testa dos outros, da sua. Olha pro relógio e já é hora de descer, “How soon is now” pergunta e sai com um riso largo e satisfeito.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">O que deveria ser discotecar? <a href="http://oquedeveriaser.blogspot.com">Veja aqui, fale aqui</a></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; "><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; ">P.s.: isso não é uma referência a ninguém, não é inspirado em ninguém e não tem nada de pessoal com ninguém.</p></span>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-28925090787256760782009-06-25T01:12:00.002-03:002009-06-25T02:00:00.987-03:00Em vão<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'Times New Roman';"><div style="border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 3px; padding-right: 3px; padding-bottom: 3px; padding-left: 3px; width: auto; font: normal normal normal 100%/normal Georgia, serif; text-align: left; "><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Não sei mais o que aprender, ou se acredito, ou se gosto, recebo e gozo. Essa Buenos Aires negra e úmida, fria, que tenho dentro do meu peito, recheada de cicatrizes amareladas às vésperas de um nove de julho, daqui. As palavras normalmente jogadas e desajeitadas, não cuspidas, mas incautas mesmo assim, a essas horas me voltam como pedras fatais às quais o arremesso se torna arrependimento antes mesmo de desgrudar completamente da mão.</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">O Klimt, gosto do Klimt, deve ser alguma coincidência muito boa, ele não é assim um Chico dos pincéis? É quente, é poético.</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Você sabe porque eu estou assim hoje? Para relembrar os velhos tempos... eu ouviria isso às taquicardias, certamente com um sorriso idiota na cara, ouvindo o Piazzolla ao som de litros de mate e cognac nesse frio isopor de São Paulo. Tô todo desconjuntado hoje, da cabeça.</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">É tão estranho aqui dentro, eu só queria ter certeza de que não tem outro jeito, eu assumo que tenho feito quase tudo errado, mas estou só procurando o caminho certo. “Mas o caminho certo é o seu” algo me dirá, “meu coração é pequeno pra você, querida” algo me dirá, “é realmente doloroso saber, que isso soe tão cafona pra você” algo me dirá, “eu não consigo evitar” algo me dirá, "tenho sorte de te conhecer" algo me dirá, "não tente correr porquê eu sou uma espécie de louco" algo me dirá, e eu não saberei o que responder.</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><o:p><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"></span></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ouvindo: Ludovic - Album "Servil"</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><o:p><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"></span></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><b><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Sessão diário, como a muito tempo não o faço.</span></span></b><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><o:p><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"></span></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Hoje chegou meu DVD duplo "Antes do Amanhecer" "Antes do pôr-do-Sol", fiquei surpreso já que a encomenda já tinha sido dada como morta. Boa surpresa... para as férias. Ótimos filmes, baixem... isso mesmo, baixem, pirateiem, sou a favor do acesso irrestrito, se o grande mercado não se adaptar os artistas acabarão dando seu jeito e a troca se dará localmente, no mundo todo, já que o mundo é cada vez mais "local". Vide uma conversa de fila de self-service de uns dias atrás, "aquela menina que disse que dormiu fazendo a tatuagem, ou ela é drogada ou mentirosa", e com a colher de PVT a resposta "é mentirosa, eu ví num blog." Muito a prima-da-vizinha-do-Jorge-Henrique-da-academia, muito vila.</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Acho que hoje não termino mais o trabalho da Brasa. O último e então férias. Esses semestres estão cada vez mais desiguais, greve, tumulto, sorte que logo voltarei a contar o tempo em anos... espero que isso seja uma vantagem, mas à primeira vista não parece assim uma boa idéia #produtividade #procastinação</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>agora é assim que se escreve né, com hashtags ou seja lá como se escreve isso. Achei uma novidade interessante, apesar de não ter me atido a um uso mais aplicado do Twitter, usando todos os apps possíveis e imagináveis, como estou fazendo com meu e-mail, que está ótimo com alguns guériguédes. Está pegando, mas não sei se pega antes de chegar outro, Facebook, Android e IPhone Apps na fila, mas sem palpites antes da hora. N97 corre por fora, a meu ver! (escapou!)</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span style="color:black;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">E as colegas sexta na VIP. Um monte de gente fazendo quorum prumonte de gente que não tem nada em comum, é quase um mundo da moda digital. #odiabovesteprada #luxoeriquesa #reallife #odeteroitman #Arevoltada #inveja</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">É, não acho que esteja viciado.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Minha casa está com os dias contados, talvez qualquer minha casa. Tudo bem que eu passei pouco mais de dois meses só em casa desde... novembro, até por isso tá valendo pouco a pena manter um lar, comida da mamãe pode ser bom por um tempo, ainda mais se for perto do Vila Lobos... As festas foram várias e boas, isso vai dar saudade... as noites aqui escrevendo, quando realmente escrevi, também ficarão na memória... quem sabe não rola uma reviravolta até o fim do ano. #esporte #voltaracorrer #parardefumar #vidasaudavel #life #lealdadesempre #coronária #saudade #banheirão #festaemcasa #juliafilme #esperança #bagunça </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Preciso de umas ultimas festas pra aceitar melhor a idéia.</span></p></div></span>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-14751840643786394082009-06-09T15:32:00.006-03:002009-10-13T15:42:33.661-03:00Brand new clothes - Parte II<p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Duas vodkas depois e ela chegou, parecia bem disposta, bem cuidada, usava um vestido florido e uma sandália, sem maquiagem como de costume. Chegou meio pulando, se grudou no meu pescoço e me beijou o rosto, parecia uma menina.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Acho que não preciso perguntar se você está bem né?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Não precisa mesmo queridão, estou ótima!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– O que que houve, ta apaixonada?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Essa é a notícia velha, a nova é que eu me casei! – Disse ela com o mesmo sorrisão na cara.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Que beleza hein Jessy! – Falei sem nem pensar, ainda meio em choque. – Mas como foi isso? Quando foi isso?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>E ela contou sobre o marido incrível que ela arrumou, um cara um pouco mais velho, trabalha com aviação mas ela não soube bem explicar no que, estavam casados a três semanas e ele tinha viajado a negócios, primeira viagem. Ela estava realmente radiante, falava das coisas que eles faziam juntos como rapel e aula de tango, tudo ótimo. Eu fiquei feliz por ela, de verdade, gosto de saber que ainda tem caras legais por aí e não só os cafas como eu. Ela perguntou como as coisas iam pra mim, falei do lance do bicha da fábrica de roupas e tudo mais, falei meio não querendo falar, me senti meio nada ali, ela cheia das novidades e eu afundado na lama, parecia que tudo que eu fizesse seria meio besta perto daquele conto de fadas que ela estava vivendo. Antes de começar a ficar amargo encerrei a conversa, ela não entendeu muito o que estava acontecendo mas também não se abalou por isso. Nos despedimos, fui embora.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>No caminho pra casa fiquei pensando no tempo perdido, nas coisas perdidas, nas paradas que eu já aprontei por ai, a Jessica era uma gata bacana, merecia alguma coisa bem boa depois do que aconteceu entre a gente, mesmo que ela sempre diga que foi tudo legal e que eu não devia me preocupar tanto. Eu não devia me preocupar tanto... <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Voltei pela Ibirapuera e toquei o interfone da Jessica.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Gata! Tem como eu fazer uma ligação aí?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Claro Jota, sobre aí.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Tá aí um negócio engraçado sobre as mulheres, a gente nunca sabe bem o que elas querem dizer, por mais descritivas e didáticas e detalhistas que elas sejam é impossível saber o que elas realmente querem. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– É rapidinho gata, mas é internacional, outra hora te pago!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Relaxa Jota, eu sei que não paga! Hahaha! O telefone fica ali.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>(...)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Tá chorando porque gata?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Não me chama de gata seu filho da puta! – Grunhia enquanto me batia<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Ok, mas porque isso agora?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Você disse que só queria telefonar seu merda! – Disse ainda me socando!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– É, eu sei, mas vai dizer que não foi bom?<span style="mso-tab-count:1"> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Você quer mais alguma coisa de mim? Se quer fala logo e some daqui! Não quero te ver nunca mais na minha vida! – Esbravejava Jessica nua na cama, se derretendo em lágrimas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Calma Jessy, ele nunca vai saber.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– O problema não é ele saber, eu sei! Eu sei! Eu sei o que você me fez fazer!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Posso tomar um banho, é que eu to sem água em casa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Some da minha frente agora!!!! – E jogou um sapato na porta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Me restava sumir, fui para o elevador fechando a camisa, como nos velhos tempos. “Espero que eles não conheçam o marido dela” pensei ao ver o casal que estava no elevador. “Prédio bacana esse né?” falei tentando descontrair, mas eles não gostaram muito da minha imagem, acho que foi por conta do cheiro de sexo, do cheiro de sujo ou das roupas meio abertas ainda, não entendi direito aquelas bacanas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:9.0pt;text-align:justify;line-height: 15.6pt"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family: "Times New Roman";mso-bidi-Times New Roman"; mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Cheguei na rua e começou a chover de novo, fui caminhando pra casa na chuva pensando no que tinha acontecido agora. Não entendo nenhuma mulher. Uma hora ou outra elas te pedem opiniões, te pedem afeto, te oferecem carinho, uma olhada daquelas que dá até vergonha porque parece que ela ta vendo que no fundo do seu cérebro que você a deseja e sabendo disso ela vai até o fim. É tudo translucido, mas depois aquilo de uma hora pra outra vira pecado, algo de que se ter vergonha, pudor. Vai entender né.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Fui o caminho todo até em casa pensando nisso, em como eu conseguia o que eu queria mas como isso nunca era o que os outros queriam, era estranho ter essas tretas depois do sexo, ou depois de um jantar em família. Na escola diziam que eu tinha uma abordagem muito dura, que eu era muito impulsivo e que não controlava os meus ímpetos. Achei que era baboseira do diretor depois de eu ter jogado uma lâmpada flourescente num gordão que roubou meu lanche, ou talvez isso seja mesmo eu, um cara que não sabe parar... o jeito é continuar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Cheguei em casa finalmente. A chuva veio a calhar, agora eu podia me lavar com a roupa molhada e ir comprar uma roupa pela manhã. Seria bom ter um terno, os que eu escambei por ai não devem estar mais usáveis, se é que não viraram mistura de padê. Era madrugada já e as moscas não me deixavam dormir, além do mais, a conversa com o Hector no telefone foi bastante animadora agora que ele e o Pedro abriram uma firma e vendem bagulho em latas de milho pros gringos. Era como um milagre aqueles cabrones estarem se profissionalizando, e eu tinha que entrar naquele barco. Ficava pensando no que diria pro bixa, em como faria a parada toda, mas aquele cheiro de merda velha não me deixava pensar direito e eu me taquei num bar pra esperar os ônibus começarem a rodar de novo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>O único bar 24/7 da região era também o pior, o pior pra mim já que era cheio de filhos da puta que eu detestava. Tinha o Toninho da Mineira, um taxista que rodava com uma 22mm no bolso, uma vez venci ele no truco na limpeza e o filho da puta puxou o berro pra mim, não me pagou e fica me olhando torto toda vez que eu chego, detesto hombridade, acho o termo e o procedimento cretinos, ainda mais quando no lugar de bolas o cretino vem montado. O Julio era o imbecil do filho do dono do bar, se achava o tal com aquela toalhinha podre no ombro e quando veio dar de macho pro meu lado foi com uma barra de ferro, tudo por causa de dois copos quebrados em sequencia às sete da manhã, e eu tava pagando direitinho no dia, cuzão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Arrumei um banco no canto do balcão, na hora tanto fazia o lugar, eu só queria tomar algo gelado logo, pra dar a ignição nas idéias e começar a volta por cima com um plano mais ou menos traçado. Chegou uma cerveja e eu matei o primeiro copo de prima, eu tinha primeiro que tirar aquela inhaca de merda das papilas. Fiz um bochecho e tava novo, fui no banheiro lavar o rosto... acho que aquela imundice de casa estava me deixando com toque, me lavava o rosto a cada oportunidade, como se dependesse daquilo pra viver tanto quanto respirar. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>No caminho pro banheiro avistei o Imperador, com uma capa e um louro atrás da orelha, tão típico dele, um cara lírico, que tinha sempre uma meia dúzia em volta esperando por um proclame dele. Genial.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Voltei do banheiro com a camisa aberta, secando o rosto e fui reverenciar o Imperador, antes de chegar à mesa ele me olha com as pupilas do tamanho de olhos e os olhos do tamanho de bochechas, porém aquilo nem soava estranho, ele olha em volta e num lance de sombrancelhas nota que está na minha área e com um sorriso fala satisfeito “e aí vida boa, tava te procurando e não te encontrei... hahahahaa!!!”... era bom encontrar alguém para compartilhar aquela noite ansiosa e desgraçada. Me sentei na companhia de generais, pensadores, lideres, balzaquianas, modernistas e talves alguns Jedi’s, bebi do cálice dourado, traguei a fumaça sagrada, e compartilhei com alguns pensadores o meu plano, a minha jornada rumo a uma exportadora de muamba, ou uma vida muito melhor abastecida, quando notei já estava no Ceasa, seguindo o Imperador da Babilônia e seus súditos em busca do próximo riff, acorde ou distorção, do mais verde, da mais gelada, em busca de qualquer eu satisfeito que se possa ter por ai, com pouca grana e com uma gana de tudo, até acabar muito louco e virado perto do Brás. De repente fui acordado, na estação de trem do Brás, num banco de concreto, pelo vento de um trem chegando, a boca estava seca e os olhos ardiam como se o Sol fosse de limão e sal. Meu estomago estava insatisfeito e sai correndo da estação, não via mais as pessoas em volta, só corria em direção à rua suando o resto de líquido que ainda tinha no corpo e depois de entrar num bar derrubando cadeiras e alguns copos cheios me ajoelhei no confessionário e despejei toda a verdade amarga fétida e sombria que eu tinha nos meus intestinos, e com isso os espíritos vão embora, as vozes desaparecem e eu estou abraçado a um vazo sanitário às sete da manhã, vasculho os bolsos e não encontro os euros que a Sarah tinha me descolado, na verdade não achei porra de dinheiro nenhum. Saí do banheiro do bar de cabeça baixa, tentando fingir que não era notado mesmo com os encontrões e resmungos. Cheguei na rua e vi o Sol surgindo entre os galpões, entre as fábricas do Brás, já perto da Mooca, o céu ficou vermelho por alguns instantes e foi ficando alaranjado bem na minha cara.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Me sentei na soleira de um portão de madeira e fiquei tentando descobrir como eu tinha chegado ali. Achei uma nota fiscal de uma loja de conveniência da Lapa, mas nem de lá eu me lembrava mais. Procurei mais uma vez pelo dinheiro e achei boa parte dentro da meia, mas não era nem a metade, o que explicava o fato de eu não me lembrar de nada e estar com uma ressaca filhadaputa. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;">A rua estava com uma névoa esquisita, parecia de mentira, meio azul lilás verde abacate seilá. Eu tava colocando a grana na meia e a meia no pé encostado naquela porta quando a filadaputa abriu e eu rolei pra trás loja adentro. Eu fiquei todo desnorteado e quando levantei mal conseguir supor pra onde poderia ter ido o sapato a meia e menos ainda a grana. Tentei ficar de pé ainda meio torto e no que firmei os pés no chão fui atacado por uma caralhada de pombos e um cara com uma vasoura que veio feito uma vaca louca mas que me acertou em cheio no estômago me nocauteando de uma vez por várias. Fiquei com a cara grudada num piso de madeira gosmento e não conseguia mais levantar nem se o próprio JC me convocasse, daí lembrei da grana e expliquei pro meu ressecado cérebro que aquelas coisas finas e compridas que ficavam pra baixo do meu pau tinham que ficar firmes, talvez até firmes o suficiente pra socar o cara que me bateu se ele não quisesse cooperar, expliquei mas ele tava de greve, consegui ficar de joelhos tempo o suficiente só pra ver que aquilo era um pico bizarro, tinham uns manequins com uns olhos enormes pintados e umas estantes altas pra cacete cheias de livros e com umas milhares de gavetinhas de madeira escura, o lugar era comprido e lá no fundo tinha ainda mais fundo até não dar pra ver mais porra nenhuma e a névoa esquisita da rua entrava e a luz da manhã deixava o lugar parecendo a coisa mais velha do mundo com toda aquela madeira escura empoeirada e todos aqueles bonecos com alfinetes por todo lado e pilhas de livros e de panos e de partes de bonecos e toda a sorte de quinquilharia que um filhodumaputa com um braço vindo na minha direção poderia ter quando eu gritei “pára caralho!” e ele parou, baixou o braço, me olhou com uma cara de “o que que você quer aqui caralho?”. Ele falou com tanta calma que nem parecia o maníaco que me atacou com a vasoura um minuto atrás, eu me vi ajoelhado na loja do cara e senti meu cheiro, eu tava todo mijado ainda por cima, além de sujo e bêbado e descalço de um pé “cára, seguinte, meu sapato e a minha meia voaram aqui pra dentro quando eu caí, cadê?”, ele não entendeu porra nenhuma, me olhou de cima abaixo, o cara era magro, com cara de caipira, devia ter uns trinta e vários e pouquíssimos amigos, usava uma camisa bem larga e um colete verde como a calça, era sem dúvida um terno e ele usava uns sapatos daqueles de operário com a ponta bem gorda e pesada. Tá, o cara era chique e tal mas já tava me irritando me olhando daquele jeito sem falar nada, daí eu lancei <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>–Seguinte mano, você é alfaiate ou coisa parecida? <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;">O cara meu piscou, continuou me olhando com cara de analista de madame, o que tava me infezando pra caralho, pensei “só me resta dar um salve nesse cretino e ir procurar minha grana” quando ele pega e solta um “você quer que eu te faça uma roupa?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– É isso aí sabichão, mas pra isso eu preciso achar minha grana, você viu ela por aí?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>– Se você quer que eu te faça a roupa fica quietinho e vem comigo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><span style="mso-tab-count:1"> </span>E saiu andando pro fundo da loja, perguntei “e o meu sapato? E a grana?” mas ele nem tchum, continuou andando pro fundo da loja sem dar a mínima pro que eu dizia. Fui atrás dele, já que eu não tinha muita opção àquela hora da manhã. A cada passo que eu dava atrás do cara ai ficando tudo cada vez mais escuro, eu ficava procurando a minha grana pelo chão mas nada, meu sinal de porra nenhuma e quando olhei pra frente o cara tinha sumido e eu pensava “filho da puta, pegou minha grana e agora sumiu na neblina, vô botá fogo nessa porr...” aí à direita do corredor tinha uma portinha que dava prum porão ou sei lá o que, não tinha outro lugar pra onde o cara pudesse ter ido daí fui atrás. O lugar era um breu só e eu ficava me tropeçando o pé calçado no descalço e ia descendo me escorando nas paredes e querendo achar uma lógica pra eu sempre me meter nessas enrascadas escrotas...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span lang="PT-BR" style="font-family:"Verdana","sans-serif";mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-Times New Roman";mso-fareast-language:PT-BRfont-family:";color:#333333;"><o:p> </o:p></span></p>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-76492792651073757922009-06-09T15:30:00.000-03:002009-06-09T15:32:14.566-03:00Uma noite no bar.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/Si6qcCFt8eI/AAAAAAAAABc/pA7GY8_u2w0/s1600-h/scan0001.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 384px; height: 400px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_9bZZWEQE-GU/Si6qcCFt8eI/AAAAAAAAABc/pA7GY8_u2w0/s400/scan0001.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5345397206309269986" /></a><br /><div><br /></div><div>Ouvindo: Roberto Carlos - As curvas da estrada de Santos</div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-74738881408267542912009-04-15T17:42:00.001-03:002009-04-15T17:44:22.359-03:00Eu guardo minhas armas no meu quarto e me mato sempre que posso...<div align="justify">“12/06 – 17h30.<br />Faltam umas poucas horas pra tudo acontecer meu querido diário, 50, 60 horas, acho que não deve passar disso. Acho que não deveria estar aqui, mas não sei mais pra onde ir, e aqui tem sido mesmo meu refúgio desde que saí daquele lugar maldito. Não que aqui seja um lugar muito melhor. Quero ver minha mãe antes de acabar com isso, só preciso vê-la mais uma vez, depois posso até acabar com tudo e acabar com essa espera logo de uma vez.<br /></div><div align="justify">Não sei se te encontro de novo, obrigado diário, sem você não sei se daria conta de tudo isso.”<br /></div><div align="justify">Fechou o diário e se sentou na cama virada pro espelho, um espelho comprido e esguio, como Lucila. Levantou-se, olhou para trás e conferiu que a janela se seu quarto estava fechada, se olhou sincera, tristemente sincera e deixou a camisola cair por sobre os braços, se olhou longamente no espelho, procurava em seu corpo a feminilidade que nascia a cada dia, ficou mais triste notando que seus seios de menina continuavam tomando forma e seu quadril alargava, era quase uma mulher para o espelho, era um espectro pra si, pensava que não adiantava mais se se olhar, que aquela que era agora se esvaia, sabia que seu destino estava chegando a um fim, pensava que sua história se apagaria em um ou dois dias e não haveria ninguém pra chorá-la, ninguém desejando nem que vivesse nem que morresse... Talvez já estivesse morta ali, diante do espelho. Viu-se fraca, magra de as costelas arranharem a pele, se olhava e se via longe do espelho, parecia longe daquela nascente de sensações e responsabilidades de mulher quando buscava sua própria imagem mental, a imagem da menina sonhadora e amada que fora, via aquelas bochechas magras e brilhantes como se tivessem escamas e era conciente de que aquela não era ela, era sim o resultado de duras escolhas que fora obrigada a tomar para preservar essa menina intocada como se vê ali, flattened à mulher que estava se tornando. <br /></div><div align="justify"> subitamente vê aquele corpo nu no espelho e resolve que aquela mulher de flanges vermelhas, gastas, dedos grossos, cheiros agridoces e sombrancelha levemente arqueada, pretendendo sarcasmo, decide que ela precisa ter suas memórias também, algumas das boas, e não apenas as chagas da vida sozinha, o gang-bang da uruca. era hora de descolar uma grana e viajar pra valer pelo menos uma vez na vida. Se olhou novamente e a molecota tava toda blured, quase sumindo e a outra, a que tirou a camisola estava pronta para marcar outras partes de seu espírito.<br /></div><div align="justify"> Lembrou de Marcela, a Céu, uma das únicas moças mais jovens da pensão. A pensão era num portão lateral de uma mercearia no Bexiga, entrando nesse portão enferrujado e torto é como se você entrasse em outra dimensão do Stargate Atlantis, logo fica mais escuro, quando você dá o primeiro passo depois de fechar o portão fica quatro graus mais frio, ou mais quente no verão, úmido como um sonho e pestilento como num pesadelo. As luzes ficam mais duras e as cores mais contrastantes, logo o corredor vira uma escada sinuosa e irregular para baixo tendo de um lado as portas dos quartos, dos banheiros coletivos e as escadas de aço que levavam a um dos dois andares acima e do outro lado uma centena de varais coloridos cheios de roupas entrelaçados, confusos, que ficavam na frente de uma parede de chapisco pichadas e mofadas de preto e verde. A oitava porta era a de Lucila e duas portas depois, numa das maiores suítes era o quarto de Céu, uma garota negra pouco mais velha que Lucila, uns 4 anos no máximo, porém notadamente muito mais mulher, em todos os sentidos. Trabalhou em alguns inferninhos logo que chegou, ouvia-se a dona Gerusa revoltada com a idéia de ter uma “piranha profissional” dividindo corredor com ela e seu marido, que não parecia também ser flor que se cheirasse. Céu era bonita e alegre, sempre sorria, mesmo com a família toda de carpinteiros do ultimo quarto olhando pra sua bunda da mercearia enquanto ela se enrola pra abrir o portão com as mãos cheias de compras. Decidiu que queria ter aquela força ainda, pensou no pouco tempo que tinha e decidiu que faria como ela pra entender toda aquela força. </div><div align="justify"><br /> – Oi Céu! – Exclamou sorridente, falsa como uma criança.<br /> – Oi menina Lu... – Pensou – Lucila! Entra aqui menina, ta vento ai! – Puxou Lucila e fechou a porta num movimento que não durou um segundo. Olhou para Lucila de baixo a cima, a menina vestia a mesma camisola de antes. Sorriu. – Fala aí Lu, o que é que há. – Disse com um sorriso interessado...</div>João Pedrohttp://www.blogger.com/profile/15643099663118451524noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18592336.post-27174811806136284292009-03-26T01:47:00.004-03:002009-03-26T01:59:24.734-03:00Sentindo dor.<div align="justify">Você tem os sentidos, olfato, paladar, tato, etc. E você tem também um cérebro, pra processar e trabalhar toda essa gama de sensações recebidas pelos sentidos. No cérebro existem várias partes e vários comandos, em um lugar ficam os cálculos matemáticos, noutro a noção de espaço e equilíbrio, mas não podemos confundir com o equilíbrio emocional, esse fica em outra parte totalmente diferente, junto com todas as emoções e coisas que não controlamos ou entendemos. Nos últimos dias eu venho tendo dores de cabeça terríveis, como se o meu cérebro estivesse inchado e quisesse romper meu crânio e ocupar uma sala inteira. Obviamente esse aumento de tamanho não deve ter nada a ver com um aumento de capacidade de trabalho, apesar de que isso seria muito benvindo. Estou trabalhando em dois lugares muito distintos entre sí, com funções muito diferentes mas com um problema comum, na verdade dois. O primeiro é o ar condicionado, geladíssimo, que me deixa doente só de pensar, aínda mais de passar horas nele. O outro é a natureza mecânica dos trabalhos, e isso sim é um grande incômodo. Tenho idéias o tempo todo, com algum dinheiro para começar e coragem de execução tenho certeza de que já estaria bem rico agora, mas também acho que treinaria a seleção melhor que o Dunga, então não é difícil prever que o meu ego não é muito confiável. Descobri ontem que as dores de cabeça não eram causadas por nada cerebral, nenhuma preocupação maior ou problema insoluvel, é apenas sinusite, uma doença da qual pouco conheço e que até por isso demorei a entender seu funcionamento e suas demandas. Achei que precisava de água, e sim, preciso de muita, apesar as dores aumentarem quando a bebo. Precisava também fazer inalação, de agua com sal se fosse o caso, mas precisava derreter o muco inflamado que está se expandindo dentro do meu crânio.<br /><br />Não posso dizer que a sinusite me fez rever os conceitos e querer viver uma vida nova. Continuo fumando, bem menos, mas continuo. Não posso largar nenhum dos empregos, mesmo sabendo que a minha saúde não vai lá muito bem um pouco por essa correria diária e dessas mudanças bruscas de temperatura entre escritórios gelados e uma cidade quente como poucas vezes se vê, mesmo no verão.<br /><br />Ouvi no elevador outro dia um cara falando “você vive pra trabalhar ou trabalha pra viver?”, e é dessas pequenas frases, desses pequenos encontros diários com cretinos estranhos que podemos tirar algumas lições. Detesto pensar em lições, acho realmente cretino pensar que exista uma ou duas formas certas de se viver e que devemos ser sempre confiantes, felizes, esperançosos, que devemos querer cada vez mais e ter cada vez mais para uma vida plena de grana e de diversões eletrônicas diversas. Não acredito que eu seja um cara desses, que vai dar certo na vida. Sou preguiçoso, e por mais que eu saiba que isso me tira várias oportunidades de viver coisas e de experimentar experiencias, não sei, gosto de deitar num gramado e queimar um mato sem ter que me preocupar se eu vou ter grana para jantar. Isso sim tem me incomodado, não ter grana pra comer, ou pra comprar um lampada pro meu quarto e ter que procurar meu chinelo com uma lanterna, mas acho que tudo faz parte de ser meio vagabundo, ter dois sub-empregos, uma faculdade, uma namorada, uma família, alguns amigos e não conseguir me dedicar a nada direito porque eu prefiro ficar deitado num gramado queimando mato. Tenho cada vez menos tempo pra isso, cada vez menos mato e menos gramados livres pra deitar, os trabalhos me consomem o tempo e ocupam as minhas mãos, me deixando longe de produzir algo de que eu realmente me orgulhe, e é esquisito como exatamente o tipo de trabalho do qual as pessoas se orgulham são os que pagam melhor, mas são os mais difíceis de conseguir. Eu queria fazer algo relevante pela sociedade, pelas pessoas que precisam, queria passar uma mensagem que fosse mudar a vida de um menino e fazer ele querer ser um cara melhor. Mas acho que estou preso numa roda, onde eu só dou dinheiro pras grandes corporações fazendo um trabalho de macaquinho, ou jogo alguma terra nos meus próprios sonhos enquanto tiro cópias de uns DVDs para uns caras mais no fim da tarde. Na universidade produzo pouco, por preguiça sim, mas também porque o que eu teria a dizer não é algo que eles queiram ouvir. Às vezes acho que eu não tenho nada a dizer que alguém, que qualquer um queira realmente ouvir, ler, ver. Eu queria acordar um dia e ver que o mundo mudou, que as pessoas tem esperança real de que as coisas serão melhores e que elas trabalhem juntas por esse mundo melhor pra todos, mas já não sei se o mundo seria melhor sem a Unilever, sem lucros, dividendos e subprimes. Acho que o mundo seria melhor se as pessoas não precisassem dormir na rua, mas acho que as pessoas devem ter o direito de escolherem seus caminhos, e os caminhos que escolhemos são tantos e podem nos levar a lugares tão diferentes, e às vezes, num vacilo podemos parar debaixo dum viaduto ou enlouquecermos. Tenho medo de ser esquecido, acordo no domingo e olho pro meu celular procurando por ligações não atendidas, ou alguma mensagem de “vamos pro parque, to passando ai”. Acho que devo acabar louco, não comendo merda mas um louco daqueles que não dá pra conviver, que não consegue conviver com as pessoas. Acho que já estou um pouco nesse caminho, falo cada vez menos, me expresso cada vez menos. Não consigo me lembrar da ultima vez que gritei, ou que xinguei alguém com vontade mesmo. Acho que depois de trabalhar a questão da solidão e criar meu bunker agora estou trabalhando a comunicação, a cognição, estudando uma forma de diminuir a área de troca cognitiva com o mundo externo, resumindo o texto, minimizando a linguagem visual, não olhando nos olhos, comendo por comer, respirando pela boca e olhando para os lados só pra atravessar rua. Não era isso que eu queria quando comecei a escrever, não era isso que eu queria quando comecei o ano ou quando entrei na faculdade ou quando cheguei em Sâo Paulo, acho que estou saindo do prumo, indo prum lugar esquizofrenico sem as dificuldades da convivencia humana, mesmo estando cercado por ela todos os dias, ou de repente só estou escrevendo qualquer coisa aqui só pra fazer hora e não ter que fazer qualquer outra coisa porque a minha cabeça aínda dói, mas pelo menos agora eu sei o porque, é sinusite.</div>João Pedro Moraeshttp://www.blogger.com/profile/02486489822820208429noreply@blogger.com2