Não costumo colocar textos dos outros aqui, mas este é sensacional.
Mimosos e mimados
NELSON MOTTA
RIO DE JANEIRO - Quando se ouvem os diálogos gravados entre parlamentares, funcionários, assessores e lobistas com a turma da Gautama, tudo soa parecido com o pessoal do tráfico, do movimento, armando suas paradas e se defendendo dos X9 e dos "alemão".
A diferença é que a linguagem dos bandidos do morro, criada para enganar a polícia e o pessoal do asfalto, é muito mais rica e colorida que a da turma de gravata e crachá. Mas são todos droga malhada do mesmo sacolé.
Quando os traficantes perguntam "do preto ou do branco?", é como se fossem empreiteiros e políticos combinando "é estrada ou ponte?"; "é emenda ou aditivo?", "é carro ou caneta?".
Curiosamente, tanto uns como outros jamais falam em propina -não são otários, otários somos nós-, sempre usam o código "fazer um agrado". Além de "chefe", talvez seja a única expressão usada igualmente pelas duas tribos, tão diferentes nas linguagens e tão parecidas nos objetivos.
Outra diferença é que as vítimas dos bandidos do morro são indivíduos e estabelecimentos comerciais, enquanto as quadrilhas da Esplanada roubam o dinheiro suado de todos nós e deixam um rastro de impunidade que abala a fé na democracia e nas instituições.
Como os bandidos são mimosos, os que recebem os mimos vão ficando mimados, têm prisão especial, foro privilegiado e liminares, enquanto o pessoal do short e chinelo fica em cana. Mas quem comete um crime mais grave? Quem vende droga proibida a um adulto ou quem rouba toda a coletividade, geralmente em Estados miseráveis?
Ainda sonhamos com o dia em que o Supremo Tribunal Federal mandará um parlamentar para a cadeia, pela primeira vez em toda a sua história, enquanto sustentamos os mimosos, mimados e intocáveis.
Folha de São Paulo, 25.05.07.
sexta-feira, maio 25, 2007
quarta-feira, maio 23, 2007
Play dead
Os últimos dias têm passado com um gosto estranho, um gosto que me é bem familiar, algo parecido com tristeza, ou com saudade, mas com um toque de solidão. Talvez seja mesmo um pouco dessas coisas, mas tenho a nítida impressão de não ser nenhuma delas, é diferente, não é localizado, não são momentos, já que ainda sinto momentos de solidão, não com tanto pesar quanto em outros tempos, pois a solidão já não me parece tão problemática quanto em outros tempos, hoje pra mim ela é como um estado que só depende de mim modificar, mas mesmo sair dele, mudar este estado de solidão não tem sido pra mim uma busca constante, uma busca importante, acho que com o tempo aprendi a curtir minhas solidões, mesmo elas não sendo mais tão curtas quanto foram antes, pelo menos nos últimos anos.
A tristeza tem se feito presente em muitos momentos, não que eu tenha o costume de cortejá-la, mas ela vem mesmo assim, o que me resta é sentí-la de uma forma branda, pois apesar de não quere-la, ela é válida, porém não mais que isso. A tristeza vem sempre pra confundir, isso já aprendi, às vezes ela própria já chega confusa, misturada à raiva, revolta, vingança, vergonha, culpa, solidão. Mas quando ela é o prato principal ela se faz entender, e muito bem, ela dói como uma luxação muscular, é como se o seu tórax estivesse deslocado, e tudo que tem lá dentro tivesse saído do encaixe e estivesse se apertando contra as costelas, parece que a gordura do coração se transformou numa pasta pegajosa e cheia de grãos de sal grosso que ficam arranhando e grudando a cada lento e profundo espasmo desse coração que nessas horas mostra toda a sua fraqueza, te envergonhando ante a todo o seu sistema linfático, sem falar na fraqueza, no desânimo, na confusão de memórias umas se sobrepondo às outras em imagens que, quando fecho os olhos estão sempre lá, me espiando como as faixas da via Dutra, uma diante da outra, todas diante de mim, me desafiando a atravessá-las.
A saudade é um sentimento estranho, normalmente ela é pintada como coisa pontual, como um teorema, diz-se que se você sente saudade, há de ser de alguém ou algo, outros a desenham assim como pintaram os outros, condicionada, porém nem sempre saudade de pessoa ou coisa, mas também de tempo, espaço, condição. Para mim não é assim, de-de-definitivamente, pra mim a saudade é só ela, completa em si, um sentimento solo, por si só compreensível, independente. Acabamos por vezes atrelando-a como que instintivamente a alguém, ou algo, mas a meu ver, este não é o nascedouro da saudade, mas sim seu depósito, sua foz.
A saudade se diferencia da dor ou da solidão por não ser necessariamente um sentimento sofrível em si. Não a vejo nem mesmo como um sentimento negativo, já que pra mim nem sempre o é. A sensação de saudade me é muito particular em relação a outras, vejo a saudade como um incômodo, como se às minhas costas se acendessem centenas de luzes, como aquelas das árvores de Natal, e atrás da minha cabeça existisse uma grande e cintilante estrela, dourada talvez, e talvez porque nunca consigo velas, nem as luzes ou mesmo a estrela. No meu estômago fica um motorzinho com uma vibração e – Não posso dizer com certeza – mas um barulhinho, como o de um motor de geladeira, bem suave, porém inegavelmente perceptível. É essa coisa toda que me faz querer eleger alguém que me está distante -- tão distante que este pudesse ter dado a volta no mundo todo e pudesse estar bem atrás de mim – eleger este alguém e clamar para que este venha ao meu encontro para me dizer se as luzes e a estrela atrás de mim são tão cintilantes e belas quanto em minhas fantasias, para que enfim eu possa desligar este motorzinho que vibra na minha barriga e não me deixa dormir.
Mas tanto a vibração quanto a curiosidade com relação às luzes não são em todo sensações ruins, eu sempre os senti assim, angustiantes, mas isso num tempo em que eu era infinitamente mais ansioso, mais nervoso, mas não agora. Agora a saudade tem se feito como uma companheira, uma que mantém minha imaginação viva, buscando o desenho e o brilho para a estrela que eu sinto que está aqui, logo atrás de mim, mas que eu nunca pude ver.
Mas vejo o que sinto agora e que tenho sentido nos últimos tempos e isso é um pouco do que falei até agora, mas não é nada disso. É uma sensação maior que todas estas e que me toma de assalto em momentos de vacilo, ela está sempre lá esperando eu piscar, é uma sensação estranha, ativa, viva, interior, comunicativa, mas o que ela quer comunicar não depende dela ou de mim, e fico esperando por isso como um afogado nos segundos finais antes do pulmão se encher de água e o cérebro parar, segundos estes que pra mim estão durando já algumas longas semanas.
Esta sensação, esta espécie de adeus, de despedida, como se uma parte de mim maior do que qualquer mudança ou aprendizado, maior do que qualquer tarefa, uma parte maior que eu, estivesse se desprendendo, como a parede de uma falésia, se despedaçando e se desfazendo no mar.
É assim que me sinto agora, sinto um grande pesar, um vazio que eu desconhecia, sinto como que prestes a me ver partir, não sei se o que sinto é morte, mas esta espera vem preenchendo um segundo a mais de cada dia meu, cada dia que passa, vejo que a hora de encarar esta sombra chega, e não há nada que eu possa fazer a este respeito.
Ouvindo:
Björk - Play dead, The anchor song
Interpol - NYC, Obstacle 1, Stella Was A Diver And She's Was Always Down
Vendo:
Jean-Michel Basquiat Untitled (Black Tar and Feathers) 1982
A tristeza tem se feito presente em muitos momentos, não que eu tenha o costume de cortejá-la, mas ela vem mesmo assim, o que me resta é sentí-la de uma forma branda, pois apesar de não quere-la, ela é válida, porém não mais que isso. A tristeza vem sempre pra confundir, isso já aprendi, às vezes ela própria já chega confusa, misturada à raiva, revolta, vingança, vergonha, culpa, solidão. Mas quando ela é o prato principal ela se faz entender, e muito bem, ela dói como uma luxação muscular, é como se o seu tórax estivesse deslocado, e tudo que tem lá dentro tivesse saído do encaixe e estivesse se apertando contra as costelas, parece que a gordura do coração se transformou numa pasta pegajosa e cheia de grãos de sal grosso que ficam arranhando e grudando a cada lento e profundo espasmo desse coração que nessas horas mostra toda a sua fraqueza, te envergonhando ante a todo o seu sistema linfático, sem falar na fraqueza, no desânimo, na confusão de memórias umas se sobrepondo às outras em imagens que, quando fecho os olhos estão sempre lá, me espiando como as faixas da via Dutra, uma diante da outra, todas diante de mim, me desafiando a atravessá-las.
A saudade é um sentimento estranho, normalmente ela é pintada como coisa pontual, como um teorema, diz-se que se você sente saudade, há de ser de alguém ou algo, outros a desenham assim como pintaram os outros, condicionada, porém nem sempre saudade de pessoa ou coisa, mas também de tempo, espaço, condição. Para mim não é assim, de-de-definitivamente, pra mim a saudade é só ela, completa em si, um sentimento solo, por si só compreensível, independente. Acabamos por vezes atrelando-a como que instintivamente a alguém, ou algo, mas a meu ver, este não é o nascedouro da saudade, mas sim seu depósito, sua foz.
A saudade se diferencia da dor ou da solidão por não ser necessariamente um sentimento sofrível em si. Não a vejo nem mesmo como um sentimento negativo, já que pra mim nem sempre o é. A sensação de saudade me é muito particular em relação a outras, vejo a saudade como um incômodo, como se às minhas costas se acendessem centenas de luzes, como aquelas das árvores de Natal, e atrás da minha cabeça existisse uma grande e cintilante estrela, dourada talvez, e talvez porque nunca consigo velas, nem as luzes ou mesmo a estrela. No meu estômago fica um motorzinho com uma vibração e – Não posso dizer com certeza – mas um barulhinho, como o de um motor de geladeira, bem suave, porém inegavelmente perceptível. É essa coisa toda que me faz querer eleger alguém que me está distante -- tão distante que este pudesse ter dado a volta no mundo todo e pudesse estar bem atrás de mim – eleger este alguém e clamar para que este venha ao meu encontro para me dizer se as luzes e a estrela atrás de mim são tão cintilantes e belas quanto em minhas fantasias, para que enfim eu possa desligar este motorzinho que vibra na minha barriga e não me deixa dormir.
Mas tanto a vibração quanto a curiosidade com relação às luzes não são em todo sensações ruins, eu sempre os senti assim, angustiantes, mas isso num tempo em que eu era infinitamente mais ansioso, mais nervoso, mas não agora. Agora a saudade tem se feito como uma companheira, uma que mantém minha imaginação viva, buscando o desenho e o brilho para a estrela que eu sinto que está aqui, logo atrás de mim, mas que eu nunca pude ver.
Mas vejo o que sinto agora e que tenho sentido nos últimos tempos e isso é um pouco do que falei até agora, mas não é nada disso. É uma sensação maior que todas estas e que me toma de assalto em momentos de vacilo, ela está sempre lá esperando eu piscar, é uma sensação estranha, ativa, viva, interior, comunicativa, mas o que ela quer comunicar não depende dela ou de mim, e fico esperando por isso como um afogado nos segundos finais antes do pulmão se encher de água e o cérebro parar, segundos estes que pra mim estão durando já algumas longas semanas.
Esta sensação, esta espécie de adeus, de despedida, como se uma parte de mim maior do que qualquer mudança ou aprendizado, maior do que qualquer tarefa, uma parte maior que eu, estivesse se desprendendo, como a parede de uma falésia, se despedaçando e se desfazendo no mar.
É assim que me sinto agora, sinto um grande pesar, um vazio que eu desconhecia, sinto como que prestes a me ver partir, não sei se o que sinto é morte, mas esta espera vem preenchendo um segundo a mais de cada dia meu, cada dia que passa, vejo que a hora de encarar esta sombra chega, e não há nada que eu possa fazer a este respeito.
Ouvindo:
Björk - Play dead, The anchor song
Interpol - NYC, Obstacle 1, Stella Was A Diver And She's Was Always Down
Vendo:
Jean-Michel Basquiat Untitled (Black Tar and Feathers) 1982
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sexta-feira, maio 11, 2007
Os novos rumos da informação.
Não é de hoje que as grandes empresas dos principais setores econômicos, em todo o mundo, estão passando por um processo de fusões e aquisições sem precedente na história. Na área da informação, seja ela científica ou jornalística, a coisa não é diferente.
Existem rumores sobre a negociação entre a Thomson Corp. e a Reuters (ver post anterior), que se for realizada, criará a maior empresa mundial de informações financeiras do mundo, com cerca de 34% do mercado, desbancando assim a Bloomberg que detêm 33%. Além disso, a compra da Dow Jones, dona do Wall Street Journal pela News Corp., comandada pelo magnata das comunicações Rupert Murduch (FOX, SKY, DirecTV, My Space, New York Post, etc) já parece certa. Sem falar na compra da DoubleClick pelo Google ou a expeculação sobre a compra do Yahoo pela Mirosoft.
Muitos especialistas em jornalismo, ONG sobre a liberdade e transparência da imprensa além de empresários do setor vêem com apreensão este movimento que não parece ter hora pra parar, pois segundo eles, estando as grandes empresas de comunicação, informação e entretenimento todas em poucas mãos, a manipulação de informações pode se dar de forma muito mais abrangente e com muito mais eficácia. É só ver o caso da União Soviética ou de Cuba, onde a falta de fontes alternativas de informação criou uma população manipulável, que não tinha porque duvidar do que dizia-lhe a imprensa oficial.
Numa relação direta, a Fox e toda a News Corp., durante as últimas eleições presidenciais americanas foi largamente acusada de favorecer George Bush, não veiculando notícias negativas sobre a guerra do Iraque, fazendo vistas grossas quanto aos problemas econômicos americanos, entre outros. "A Fox News dá duas versões de cada informação: a do presidente e a do vice-presidente", ironizava o humorista Stephen Colbert em abril de 2006.
Porém do outro lado da moeda, porque sempre tem outro lado, surge a internet 2.0, também conhecida como Web Colaborativa e os blogs ganham força cada vez maior com ajuda de ferramentas da web 2.0 como Digg e Rec6 (no Brasil). Alguns anos atrás os blogs eram dados como o futuro do jornalismo, as empresas jornalísticas em todo o mundo começaram a encaixotar seus planos de crescimento e contar os dias para o esperado fim, então no início da década veio a bolha da internet e os grandes jornais viram que seu "papel" aínda era relevante.
Na semana passada um repositório de blogs, o Digg.com, foi impedido judicialmente de publicar posts de blogs que contivessem um código de programação que é a chave para quebrar a proteção contra cópias de filmes em alta definição dos HD DVDs. Porém, horas depois de cumprir a ação juducial e excluir posts de blogs que contivessem o tal código, uma legiao de bloggers invadiu o site com milhares de publicações contendo o mesmo código, ou então apenas protestando contra a decisão do site de tirar o conteúdo do ar, em poucos dias a informação havia se espalhado por toda a blogsfera mundial e ganhado sites e mais sites, foi uma verdadeira revolução proletária na internet, os usuários comuns lutando pelo seu "direito" de copiar filmes livremente. Isso dá uma noção do poder que a web 2.0 deu ao usuário comum, já que depois desse levante, o Digg desistiu de suprimir o tal código.
O futuro dessa batalha é difícil de prever, de um lado temos as grandes corporações ficando cada vez mais fortes, hegemônicas e abrangentes, e do outro, temos um usuário da informação com cada vez mais canais de comunicação, com ferramentas que dão a cada pessoa a chance de se expressar e ser ouvida por uma gama cada vez maior de pessoas, via web 2.0. Rupert Murduch é dono do MySpace, o Google dono do Blogger, a Microsoft quer comprar a Yahoo!, será que um dia eles vão tentar nos calar? Será que um dia eles vão ter esse poder, como o Grande Irmão do 1984? No dia em que os jornais, os provedores e portais de internet, os buscadores, fabricantes de hardware e desenvolvedores de software, os canais de televisão e rádio estiverem todos nas mesmas mãos, como parece que não vai demorar muito a acontecer, nesse dia vamos ter que voltar pras tochas e pras praças, pois vai ser tudo o que teremos em mãos.
Existem rumores sobre a negociação entre a Thomson Corp. e a Reuters (ver post anterior), que se for realizada, criará a maior empresa mundial de informações financeiras do mundo, com cerca de 34% do mercado, desbancando assim a Bloomberg que detêm 33%. Além disso, a compra da Dow Jones, dona do Wall Street Journal pela News Corp., comandada pelo magnata das comunicações Rupert Murduch (FOX, SKY, DirecTV, My Space, New York Post, etc) já parece certa. Sem falar na compra da DoubleClick pelo Google ou a expeculação sobre a compra do Yahoo pela Mirosoft.
Muitos especialistas em jornalismo, ONG sobre a liberdade e transparência da imprensa além de empresários do setor vêem com apreensão este movimento que não parece ter hora pra parar, pois segundo eles, estando as grandes empresas de comunicação, informação e entretenimento todas em poucas mãos, a manipulação de informações pode se dar de forma muito mais abrangente e com muito mais eficácia. É só ver o caso da União Soviética ou de Cuba, onde a falta de fontes alternativas de informação criou uma população manipulável, que não tinha porque duvidar do que dizia-lhe a imprensa oficial.
Numa relação direta, a Fox e toda a News Corp., durante as últimas eleições presidenciais americanas foi largamente acusada de favorecer George Bush, não veiculando notícias negativas sobre a guerra do Iraque, fazendo vistas grossas quanto aos problemas econômicos americanos, entre outros. "A Fox News dá duas versões de cada informação: a do presidente e a do vice-presidente", ironizava o humorista Stephen Colbert em abril de 2006.
Porém do outro lado da moeda, porque sempre tem outro lado, surge a internet 2.0, também conhecida como Web Colaborativa e os blogs ganham força cada vez maior com ajuda de ferramentas da web 2.0 como Digg e Rec6 (no Brasil). Alguns anos atrás os blogs eram dados como o futuro do jornalismo, as empresas jornalísticas em todo o mundo começaram a encaixotar seus planos de crescimento e contar os dias para o esperado fim, então no início da década veio a bolha da internet e os grandes jornais viram que seu "papel" aínda era relevante.
Na semana passada um repositório de blogs, o Digg.com, foi impedido judicialmente de publicar posts de blogs que contivessem um código de programação que é a chave para quebrar a proteção contra cópias de filmes em alta definição dos HD DVDs. Porém, horas depois de cumprir a ação juducial e excluir posts de blogs que contivessem o tal código, uma legiao de bloggers invadiu o site com milhares de publicações contendo o mesmo código, ou então apenas protestando contra a decisão do site de tirar o conteúdo do ar, em poucos dias a informação havia se espalhado por toda a blogsfera mundial e ganhado sites e mais sites, foi uma verdadeira revolução proletária na internet, os usuários comuns lutando pelo seu "direito" de copiar filmes livremente. Isso dá uma noção do poder que a web 2.0 deu ao usuário comum, já que depois desse levante, o Digg desistiu de suprimir o tal código.
O futuro dessa batalha é difícil de prever, de um lado temos as grandes corporações ficando cada vez mais fortes, hegemônicas e abrangentes, e do outro, temos um usuário da informação com cada vez mais canais de comunicação, com ferramentas que dão a cada pessoa a chance de se expressar e ser ouvida por uma gama cada vez maior de pessoas, via web 2.0. Rupert Murduch é dono do MySpace, o Google dono do Blogger, a Microsoft quer comprar a Yahoo!, será que um dia eles vão tentar nos calar? Será que um dia eles vão ter esse poder, como o Grande Irmão do 1984? No dia em que os jornais, os provedores e portais de internet, os buscadores, fabricantes de hardware e desenvolvedores de software, os canais de televisão e rádio estiverem todos nas mesmas mãos, como parece que não vai demorar muito a acontecer, nesse dia vamos ter que voltar pras tochas e pras praças, pois vai ser tudo o que teremos em mãos.
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