segunda-feira, fevereiro 27, 2006

FEVEREIRO

Pois é, passou o meu aniversário, passou fevereiro, ou quase, e agora posso voltar a escrever, não quis escerver durante esses dias conturbados de fevereiro porque fico muito inquieto, sem paz mesmo, e apesar de ter a sensibilidade de um Bisão no cio consigo perceber que não falo coisa com coisa nesse mês, mês este que prefiro não adjetivar pois as sensações são tantas nessa época que acabo por não saber o que sentir, e logo, o que falar sobre ele.

Muitas coisas aconteceram por esses tempos, no dia em que escrevi da última vez foi meu último dia de férias, de la pra cá meu estomago voltou ao seu trabalho mal feito de novo, há cerca de vinte dias que ele anda trabalhando porcamente, pressões diversas no trabalho, a volta da faculdade (por enquanto só das festas solitárias, mas voltou), idéias de fuga e desistência passam pela minha minha cabeça diariamente, a idéia de não ganhar o suficiente para terminar o mês vem me perseguindo faz algum tempo, e isso é muito perturbador quando se ganha mais do que nunca na vida e mesmo assim não posso me sentar e relaxar sem tremer quando o telefone toca, estou quase rifando o meu lugar no céu, a sorte é que não me aparece uma alma maculada para me propor um belo trambique, pois é bem verdade que facilmente eu aceitaria.

Agora nesta segunda de carnaval, em casa com a Paula ouvindo Robert Johnson e escrevendo um pouquinho só para não enferrujar, minha cabeça não para quieta, não consigo pensar em algo que em realmente queira para minha vida, este é um daqueles momentos na vida em que só sei que devo continuar, keep rolling and rolling, pois logo algo vai aparecer, afinal isso é esperança, ou não?

É estranho sentir a vida acabar no seu corpo, respirar anda difícil mas mesmo assim não consigo parar de fumar e nem mesmo consigo sair dessa porra de cidade poluída, planejo o contrário disso inclusive, pois venho me enfiando cada vez mais nela e talvez até definitivamente.

Confiança é algo que sempre tive em demasia, ultimamente a conciência desse meu exagero generoso em confiar nas pessoas tem me mostrado um lado da minha pensonalidade que das duas uma, ou não existia ou era ele quem me causava minhas interminaveis coceiras. Ando paranóico, de ciúmes, desconfiança, um inquietude que não sei de onde veio, e que espero sinceramente que seja uma fevereirice, mas isso vem me tomando com requintes de ira e descontrole agressivo que eu não havia nunca antes esperimentado, é como um se eu estivesse sob controle de demônios que se alojaram entre as minhas orelhas. Estas sensações não deveriam existir, pois elas criam fatos e desmentem tudo que é dito, são as mentiras do demônio atravessando todos os filtros de sanidade e bom censo, diariamente, pensar na última festa, na última viagem, no último scrap, na última ligação, o demônio te faz sentir-se como o último idiota, o último imbecil a saber sobre qualquer coisa, qualquer coisa, como o Cemil da novela, sob o domínio do mal você se torna fraco e mesmo as vitórias se tornam derrotas, tudo de bom nessa vida se torna como um golpe de sorte, não existe talento ou habilidade, só sorte... de vez em quando.

Só vejo motivos para não querer estar nesse mundo, porque o melhor que tenho é também o que me dá mais dor de cabeça, ter que estar alerta 24 horas por dia feito um cão de guarda não é pra mim, sou egoísta demais para saber que posso ser passado pra trás a qualquer momento, e nessa vida as coisas funcionam exatamente dessa maneira, o que não sognifica que eu preciso me acostumar com essa idéia.