segunda-feira, julho 30, 2007

Segunda-feira gelada da porra...

You are the only person who's completely

certain there's nothing here to be into

That is all that you can do

(...)

quarta-feira, julho 18, 2007

Crítica musical intertemporal

Artista: Killing Chainsaw
Álbum: Slim Fast Formula
Música: Passion
Ano: 1993

Hoje em dia a maioria das tribos urbanas paulistanas se acham o “creme de La creme”,desde os enfadonhos e úmidos emos, os indies e suas calças xadrez em meados dos anos 90 até os óculos de armação grossa em 2000 e as atualíssimas camisetas listradas, os fritos das raves e os ganguestá rapper; todos acham que são a tribo mais descolada. Se o tempo de sucesso fosse o critério eu acredito que os indies venceriam, pois conseguiram manter certa dignidade por mais de dez anos, mas existe uma tribo, esquecida no passado, que foi gloriosa em seu pouco tempo de vida.

Se você falar para um adolescente hoje em dia que você é “auternativo”, (a resposta padrão dessa tribo às indagações era “sou alternativo, curto... som auternativo...”), o moleque vai rir de você, ou coisa pior. “Já faz 20 anos que o alternativo morreu” é o que ele dirá, afinal é o que parece a esta nova geração. Na verdade o alternativo morreu a pouco, por volta do ano 2000, com o final dos Pin Ups sendo como uma última flor na lápide. Mas os alternativos eram um pessoal de visual meio largado e dark, algo entre o punk, o gótico, o grunge e o ainda nascente britpop. As preferências desse grupo de elementos, um grupo bem difuso, desde os pés de barro do Parelheiros que iam pro madame satã no fim dos anos 80, os andarilhos da “baixa” Bela Vista, Bexiga, Móoca, Armênia, até algumas figurinhas carimbadas das artes e da publicidade (*). Dentre estes, havia um grupo que se destacava por freqüentar as noites mais exclusivas e de melhor música ao vivo que São Paulo já teve, eram bandas como Garage fuzz (ainda hoje, vivos), Dominatrix (que criaram e difundiram o gênero riot girrrll no país), Pin Ups (alguns dos arranjos mais eficientes e maior presença de palco que São Paulo e o rock nacional já puderam presenciar), Dog School, Street Bulldugs, Okotô, Againe e finalmente, o Killing Chainsaw.

A banda durou pouco, cerca de 5 anos, lançou o discos independentes e excursionaram com passagens inclusive pela Europa, geralmente em festivais de verão. A música a seguir era uma das mais festejadas, ou devo dizer mais “de foder” do show. Uma das músicas mais puxadas para o grunge mais comercial que a banda fez, o que explica o fato de a música ter sido a escolhida para o clipe da banda na MTV. Diferente de hoje, o preço de produção de um vídeo semi-descente era estratosférico, basta pensar que uma câmera de mão caseira custava cerca de 25 salários mínimos (2000 reais pela menina e o s.m. a 79 conto, dados de 93), sem falar na dificuldade de editar aquelas fitinhas na própria câmera(ou o custo de passar tudo pra VHS); hoje uma câmera que grava em DVD custa uns 6 s.m., você pode editar no computador e difundir pela internet, você nem da MTV precisa mais. Os caras eram verdadeiros heróis da resistência, e da dedicação à causa auternativa, e faziam um som da porra.

Como estou tendo problemas em inserir o vídeo aqui, acessem pelo link aqui, vale a pena!


(*) Os primeiros indies surgiram em meados dos anos 90, eles surgiram dos alternativos, apesar de se dizerem apenas contemporâneos dos mesmos. Eles eram formados sobremaneira de estudantes e profissionais de jornalismo e publicidade, um pouco mais limpos e bem-reputacionados que os alternativos, eles acabaram de desligando do grupo como uma dissidência mais “sofisticada”, e esta busca por sofisticação posteriormente os dividiu em dezenas de castas. Muitos alternativos acabaram virando indies, dentre os mais influentes inclusive.

Ouvindo:

Alternativo, curto som alternativo... (dêmodê mas sucinto, como deve ser.)

P.s.: Desisto de editar esse texto, toda vez que eu tento ele se apaga todo.

terça-feira, julho 17, 2007

Paranóias!

Durante os primeiros dias na nova casa eu consegui manter certa arrumação, até por algumas semanas, sobretudo até que os malditos jovens do reggae decorassem o caminho, porém seria uma injustiça colocar a culpa apenas neles, das duas taças eles quebraram apenas uma, o travesseiro foi um vacilo causado, sobretudo pela minha morosidade em fornecer a infra necessária a uma reunião descente, mesmo eles sendo conhecedores dos gargalos estruturais e financeiros desta nova gestão, mas eu poderia ter pensado melhor e passado mais algumas vezes na caçamba dos brindes e certamente aquele acidente poderia ter sido evitado... mas esse é um problema latino-americano, afinal o Kichner deixou a Argentina ficar sem luz nem calefação no pior inverno dos últimos 80 anos, todos em São Paulo compram carros assim que sobra uma grana e contribuem assim para a crescente morosidade do trânsito da grande cruz (chega a ser poético o fato de São Paulo ter o formato de uma cruz, pelo menos eu acho, mas sobre isso eu falarei outra hora), sem falar no Rio e em Caracas que estão virando cenários de Counter Strike.

Voltando ao lar. Dia desses decidi dobrar minhas roupas que se acumulavam num canto do meu quarto e eis que descobri que elas estavam sobre um foco, não, uma colônia, pra falar a verdade era todo um continente de cupins. Os cupins em si não me pareceram um problema à primeira vista, afinal os montinhos de serragem pelos cantos da casa não eram novidade alguma, o problema maior eram os vermes, o certo seria chamar de larvas, mas a aparência e a quantidade eram tão negativamente impressionantes que o nome vermes me veio logo à cabeça (não, não existe paralelo lógico que justifique esta sentença). Tive nojo a princípio, depois fiquei revoltado pensando ter esquecido alguma comida por ali, mas logo essa versão foi refutada devido à quantidade de seres entre as roupas, mochilas, caixas e papéis que se misturavam no canto do quarto. Passei por volta de três horas removendo os vermes das roupas, papéis, etc. Depois disso, na falta de algo mais apropriado, joguei cândida nas criaturas e comecei a procurar outros focos pelo resto da casa, achei apenas alguns elementos perdidos vagando pelos cantos, colados em algum pano ou madeira. Depois de me livrar deles e da comida dos últimos dias eu pude ir pra rua tomar um ar e pensar no que fazer aos próximos dias. Posso dizer com certeza que desde aquele dia ando meio desassossegado em passar muito tempo em casa, quem dirá de dormir.

No sábado fui à forra, comprei três litros de querosene, passei o dia muito louco, me senti um pouco Stálin por algumas horas, e foi um pogrom daqueles, ao fim do dia eu estava chamando Jesus de Genésio, um pouco pelo genocídio, um pouco pelas outras refeições desperdiçadas, um pouco por inalar querosene horas a fio e principalmente por saber que eles estavam à minha volta esse tempo todo, em todos os lugares, e ainda devem estar... babando por vingança.

Entre outras dezenas de assuntos pendentes, outro que tem me tirado o sono por esses dias é a minha orfandade temporária. Hoje à noite eu estarei oficialmente sem pai nem mãe. No final de semana recebi a solidariedade de alguns parentes, dizendo o que era de se esperar, que eles estão aí pra qualquer bronca, o que em suma quer dizer: “se quiser filar uma bóia aqui de final de semana a gente te recebe.” A reunião de família foi daquelas inesquecíveis, famílias “finas” como a minha são divertidíssimas, você pode chegar à lombra e com a marofa que for que ninguém nunca vai te julgar/recriminar, pois estão todos (ok, até existem exceções... as crianças) devendo, pode ser algo de hoje, de ontem ou de 1999, mas nos demos sorte que estava nublado, afinal, merda no Sol fede. Gosto da minha família, quando estou com eles me sinto apenas mais um.

Toda essa finesse tinha um agravante, um noivo novo na área, um da igreja, boa família até que se prove o contrário, estudioso, boa gente, e depois de sábado posso dizer, um cara firme, pois a família adora uma piada em cima dos novos agregados e ele se saiu bem de todas.

Sábado com vermes, domingo com os Moraes, segunda-feira de volta à labuta, numa indústria farmacêutica (vide caso Vioxx, já dá pra se ter uma idéia)!!!! Hahahahaha!!! Qual vai ser a da terça-feira, o Senado?? Haja remédio pra enjôo...

Voltando aos problemas pra dormir. Minha relação com os meus pais sempre foi muito boa, sobretudo com a minha mãe, que pra mim parece uma encarnação viva do Sidarta. De uns tempos pra cá, progressivamente minha relação com o meu pai vem ficando meio distante, não sei exatamente se aconteceu algo prático que me tirou do seu “circulo de confiança” ou se ele simplesmente acha que eu me enchi dele, o que eu tento mostrar que não aconteceu, sem muito sucesso. O que sei é que ele está distante, insensível às minhas demandas, sejam elas quais forem. Um “você precisa de alguma coisa?” seria maravilhoso, mas um “como você está?” seria realmente divino, mas acho que essa pergunta não deve rolar pelo menos até eu conseguir pôr internet em casa pra falar com ele pelo Skype.

Ouvindo:

Killing Chainsaw – KC71R3, Payable Hole, Passion, To have colors, Chiken Legs, Did I step on your foot?, The woke of Jo.

Yeah Yeah Yeahs –Miles away, Gold lion, Graveyard, Hyperballad, Let me know, Machine, Our time, Shot down

Fiona Apple - Extraordinary machine (ninguém viu...)

P.s.: Quanto à família, exagerei um pouco, um pouco.

terça-feira, julho 03, 2007

Quem é você?

Algumas pessoas são realmente assustadoras, hoje tomei café com um cara muito, mas muito doido. Como parte do Coffee Project eu fui até o refeitório da empresa lá pelas três da tarde, eu havia terminado o post anterior e atendido uns maletas (sempre com um sorriso no rosto, como nos tempos de bartender) na biblioteca e estava precisando de um reanimador, desci pela escada pra dar um gás e fui pro refeitório, chegando lá eu dou de cara com o Nelson, um figuraça que trabalha na área de responsabilidade social da empresa.

Eu acho incrível como o trabalho do cara é marginalizado dentro da empresa, depois de participar como voluntário numa das empreitadas do Nelson eu fiquei louco por uma vaguinha na equipe dele, mas como a equipe é só ele e mais um cara tive que me contentar com uns voluntariados aqui e ali. Depois da minha última pisada de bola com o Nelson sempre que ele me encontra num corredor ou elevador vem logo me repreender, o que costuma ser um pouco constrangedor, mas algumas vezes é até divertido. Dessa vez não foi diferente, ele me fez uma careta e gritou pro refeitório todo ouvir “vem tomar um café mano!”. É, ele me chama de mano, mas não, ele não é um mano, o cara tem lá os seus 50 anos, mas fala e ri como se tivesse 16. Fui até as garrafas térmicas e pensei com carinho no cigarro que eu pretendia fumar enquanto saboreava o café, sentado sob o Sol, vendo as estagiárias pra lá e pra cá, depois pensei bem e como eu já faço isso pelo menos uma vez a cada dia, resolvi tomar o café com o Nelson, o mais perto do Hunter “Patch” Adams que eu já tive a chance de conhecer.


E foi aí que veio o susto, mal me sentei e ele já começou a me perguntar sobre a faculdade, porque eu escolhi ser bibliotecário, como eu descobri a profissão, porque eu era tão calado, mais um monte de coisas uma em cima da outra como um tornado. Não sei se pela posição dele na empresa, pela idade ou se pela qualidade e velocidade das perguntas eu comecei a gaguejar e a titubear nas respostas, fiquei nervoso, sem saber onde por as mãos, tomei o café fervendo só para ganhar tempo para a próxima resposta e depois dessa já não tinha mais café e eu comecei a vacilar mais e mais, foi um momento realmente muito tenso, a vontade que eu tinha era de me levantar e sair, quis que o meu telefone tocasse mas nada, as perguntas se sobrepunham e ele parecia cada vez mais ansioso por respostas e eu me vi sem elas, pela menos sem respostas que pudessem satisfazer a ele, ou a mim.


Depois das perguntas veio a psicanálise, então o Nelson começou a me descrever como eu era aos seus olhos, com a mesma empolgação com que ele me inquiria agora ele falava sobre quem eu era, na sua visão um livro fechado, alguém que se esconde sob uma pilha de livros para não ser visto, não ser julgado, confrontado, assim como ele estava fazendo e exatamente assim como eu estava me incomodando. Ele declamava a respeito da minha timidez como se me conhecesse a anos, sempre muito bem referenciado, “no dia que eu te conheci na biblioteca, você fez aquela cara...”, “quando voltamos do treinamento de informática você não abriu a boca...” e mais uma dezena de vezes em que eu fiquei quieto, ou falei baixo, ou fiz cara de que queria falar e não falei, em suma, todas as vezes que eu encontrei com ele, ou quase todas. Eu me senti despido, invadido mesmo, mas não pelo que ele dizia, pois disso eu já sabia, pelo menos em parte, mas pelo fato de ele ter me visto meia dúzia de vezes e ter me sacado tão facilmente, a forma como ele falava era intimidadora, intensa, sempre numa postura de ataque, ele falava de forma gentil, era como um abraço, mas extremamente ameaçador, como eu já havia ouvido de umas poucas pessoas na vida.


Depois ele se descreveu, assim como eu fiz agora, com mais palavras, muitas mais, sempre sorrindo presunçosamente, mas com razão. Por alguns minutos, talvez até por algumas horas, eu quis ser como ele, intenso como a laranja mecânica de 74, quis ter esse poder de confundir e clarear, um brainstorm 18 horas por dia, com ânimo e boas intenções vazando pelos poros, a energia de um garoto de 7 anos e a firmeza de um senhor como é sua atual apresentação. Não fico decepcionado porém em saber que este não sou eu, sei que tenho minha couraça, assim como ele tem sua própria, ou você acha que alguém fala tanto à toa? Falamos sobre isso também, eu sei que escolhi uma vida de sombras, resultados pouco palpáveis e pouca visibilidade, julguei isso quando escolhi ser quem sou, minha profissão, meu lar. Uma das grandes escolhas da vida é mesmo esta, como se proteger, se manter à salvo das perguntas que não se quer responder.

Ouvindo:
Sonic Youth: Shoot, Wish Fulfillment, On the strip, diamond sea, superstar
Radiohead: Planet telex, high and dry, fake plastic threes
Deftones: around the fur, the boys republic
Sergio Reis: Menino da porteira ;)
Chico Buarque: Meu menino, Construção, Com açúcar e com afeto

segunda-feira, julho 02, 2007

Um beijo de adeus.

Just because you're paranoid
Don't mean they're not after you...



Se conhecer, deixar o outro conhecer, se entregar, receber, dar valor, reconhecer, dar, esperar, perguntar, calar, pedir, aceitar, lutar, correr, fugir, ouvir, tentar, querer, ter, perder,estar, levar, se assustar, admirar. Olhar para si, com completude, distanciamento saudável; compreender o passado, olhar para frente, querer mais do futuro, do presente. Subjugar as derrotas, apreciar os passos pra diante, dar outros mais. Não é preciso ser discreto o tempo todo, nem mesmo recomendável esta tensão, esse nervosismo todo; a culpa já é mais difícil de deixar pra trás, mas seria sábio atentar mais ao próprio arbítrio. Não queixar-se das dores e solidões tão bem planejadas e a tanto aguardadas.


Muitas vezes é difícil dizer quem se é, do que se gosta? Querer tanta coisa ao mesmo tempo, afinal, as referências são muitas. Ser verdadeiro consigo, com os outros. Não dá pra ser tudo pensado, fica realmente ruim assim, todos os excessos são assim, depender aprisiona, mas algumas liberdades são solitárias, então a gente finge, sonha com um encontro casual, se faz desejável, ao lado seus CDs preferidos, a roupa que você gosta. Não acontece, pois somos reféns da cidade, é uma tortura cognitiva, a provação visual que te subtrai qualquer certeza, num café ou num atravessar de rua, a mesma rua que lembra você e que me põe a cantar aquela velha música, e então já sou outro, diferente do segundo anterior, e você já é aquela imagem sorridente de um domingo que já passou, você não é mais essa, e a certeza se esvai novamente. E repito a mesma piada tentando voltar lá, mas não é você quem está na minha frente, é só um vento frio de um inverno que já dura um ano, e pensar que em um ano eu reaprendi a andar, e tantas quedas se fizeram para isso, e as cores se alternam lá fora, e eu estou com aquele vento no rosto, ele nunca me fez gritar assim, como nos tempos em que eu conhecia aquela estrada tão bem.


Tenho essa distração naturalmente má, que me mantém alheio a toda a demanda, toda vontade externa, e também às internas, talvez por falar demais, ou talvez apenas por dar de ombros com tudo isso, preocupado com mais uma idéia idiota pra salvar as crianças do Afeganistão ou os filhos bastardos na China, eu seria muito mais útil na ONU do que na Zona Sul de São Paulo, ou mesmo na minha própria vida. Cuido dela muito pouco, talvez a idéia de um milhão de dólares seja mesmo esta, a consciência de si, da vida, seus ciclos.


Rajneesh já dizia que não se compreende a vida sem se compreender a morte, e se você teme a morte, vai acabar temendo também a vida. Cuidar da vida então não quer dizer a mesma coisa que “preservar a vida”, que é outro conceito, e eu não quero acabar dentro de uma lata de conserva, como o milho. Cuidar não é isso, cuidar é como trocar a roupa de cama, mesmo que não se tenha dormido nela. Cuidar é como elétron, não nêutron, cuidar para que não morra, com uma fissão, como uma bomba de elétrons, matando tudo em volta, pois essa energia existe em nós, ela só precisa de um vacilo, um ímpeto, um pouco de coca ou uma noite mal dormida.


Como me conhecer quando sou tantos, aqui, ali, com sono, com a Lua em Vênus, sem cigarro, devendo, querendo, bêbado, com frio, com medo, depois de um sorvete de chocolate, antes de uma luta, mentindo, com trabalho para fazer, com os amigos, de sapato, com cuidado, com medo, contigo. Cada segundo é um recorte, uma página, cada dia é uma história inteira, cada frase uma sentença, uma entrega, um protocolo entregue e não arquivado, os vôos e os ventos que sopram um monte de ficção pra lá e pra cá, uma história com muitos réus, poucas testemunhas e sem um roteiro definido.



Ouvindo:

Ray Charles: Alone in the city, If i give you my love, Don't Put All Your Dreams In One Basket
Interpol: PDA, Say hello to the angels
Hives: Die, all right!
Björk: Play dead