quarta-feira, janeiro 10, 2007

Smooth Operator

"But when she knew how to walk she knew
How to bring the house down
Can't blame her for her beauty
She wins with her hands down..."

(...)

"Try show her a better way
She'll say you don't know what you've been missing
And by the time she blinks you know she won't be listening
Reach for the top she said
And the sun is gonna shine
Every winter was a war she said
I want to get what's mine"



Algumas coisas costumam ir e vir na minha vida, o que pode ser bem interessante sob um ponto de vista antropológico/filosófico/espiritual mas que, aqui de dentro é um saco... Sentado no piso do ônibus lotado ontem, passando pela Paulista escura e cheia de gente eu pensava nisso, ouvindo essa música, e via o quanto é bom ter chaves para trancar certas portas.

Dia desses me pergutaram pela enésima vez porque eu não fui pra "Isla de Encanta" quando me surgiu uma chance, e talvez eu nunca tenha tido uma resposta que me satisfizesse, até porque dificilmente fico satisfeito com as decisões que tomo. Mas a vida ensina, todo dia ela ensina, e é aquilo né, ou você tropeça e levanta ou o cara de trás vai e te pisa. Não sei qual seria minha decisão hoje, mas sei que tem algumas cólicas que não quero sentir mais, dores que não são mais bienvenidas.

Tenho um carinho enorme por São Paulo, reclamo muito, me chateio muito com ela, mas gosto, o pouco que entendo sobre ela me faz querer o bem dela, tenho vontade de abraçar a cidade, tenho vontade de ser tão dela quanto as vezes acho que sou, que não sei se é muito ou pouco, mas sei que é sempre bom... São Paulo é especial pra mim, se é que dá pra colocar assim, especial... como deixar tudo isso pra trás, como simplesmente sair de um lugar que você conhece e gosta, conhece as "suas" principais ruas, afinal cada um de nós tem suas favoritas, como deixar o BH, o Frevo, o Funhouse, o Thenossauros, o HSBC Belas Artes, o Ibirapuera, o Bogas, o Benedito Calixto, o escadão da Gazeta, os amigos, os amores, a família, as bibliotecas, o Teatro Municipal, a Paulista, o bauru, a pizza, o nhoque, o yakisoba, as lojas de conveniência, a conveniência, as lembranças boas, os vacilos, as lojas de CD, as livrarias, o corinthians... sei que muito disso já não é como nas minhas lembranças (o corinthians que o diga), sei que tem coisas chatas pra caralho aqui também e sei aínda que o importante é guardar com carinho essas recordações, mas sair daqui vai doer, vai doer pra caralho porque a cidade é especial pra mim, muito, mas acho que meu tempo aqui está se acabando e que eu vou ter que começar do zero com outra, talvez não exatamente do zero, mas tenho a impressão de que nunca uma cidade vai ser pra mim como Sampa tem sido durante todos esses anos.

As coisas vem e vão, em ciclos que mesmo inconstantes são sempre cíclicos, um dia o corinthians vai voltar à velha forma, um dia minha coceira na cabeça vai voltar, um dia aquela música vai me tocar de novo, um dia as coisas darão certo novamente, como quando se pega onda, é preciso esperar a hora certa pra dropar, a água sob os seus pés não vai ser a mesma da onda anterior, mas nem por isso o mar não age de forma cíclica, e se você tiver paciência, virá uma onda como aquela, talvez até melhor.

Algumas coisas são especiais nessa vida, e o que torna elas especiais não é um valor estético ou monetário, mas sim o que elas deixam encrustado em nós, algo que é só delas...



Ouvindo:

Hateen - Danger drive
Husker Dü - Could you be the one, Don't wanna know if you are lonely

3 comentários:

Anônimo disse...

meine liebe...

Anônimo disse...

amore...ich liebe dich...sobretudo eu teamo

Anônimo disse...

tudo ciclico nessa vida, né minha gente. abs