sábado, dezembro 23, 2006

Trouble sleeping, RECESSO e chuva de sempre.

Eu detesto quando acumula muita coisa pra escrever, e dessa vez tem viu... afff... muita coisa, espero que essa porra não engula meu post dessa vez.

Sobre o trampo: Tô começando a ver quem é quem já, conhecendo melhor as pessoas, não sei o nome da metade aínda, mas tô sacando que o pessoal é bem legal mesmo, apesar da cara de nerd da maioria... nunca imaginei que ficaria amigo de farmaceuticos!!! hahahahaaa... Sobre o trabalho mesmo, esse vai bem, estou me encontrando, das 24 estantes já consegui ordenar 20, e isso em 3 semanas, mesmo com todas as reuniões e confraternizações. Agora terminar isso só ano que vem, afinal, semana que vem estarei de recesso!!! Adoro essa palavra, RECESSO, em algumas oportunidades é uma palavra muito oportuna.

Blog novo na área, preciso perguntar se posso por o link aki, mas o que posso adiantar é que eu adorei, não tem firulas nem histórias mirabolantes, só uma vida, SÓ uma vida pode diminuir a coisa, mas não é o caso, já que é uma vida bastante intensa, de uma pessoa muito querida e interessante. Tem um outro que já não é tão novo, este é mais "minimal", bem sucinto, mas nem por isso menos interessante, esse eu vou colocar o link nas próximas horas, mas provavelmente ninguém notará! rsrss...

Esses dias peguei um e-mail muito bom, ele caiu na minha mão meio que por acaso, pois é um e-mail entre amigos, uma lenda da fotografia e uma lenda-amazônica-nacional, este último, procurado pela polícia federal a uns 25 anos. Este aí, um dos difusores do Santo Daime nos anos 70 conheceu uma chinesa pela internet, e quando completaram 3 meses de e-mails e msn's da vida, ele estava na China, na casa dela a 2 dias. O cara conta coisas maravilhosas sobre como é viver na China, com uma chinesa e seus filhos, fiquei embasbacado com diversas passagens, as quais pretendo usar nas minhas próximas escrevinhações ficcionais.

Agora sim, está decidido, vou passar o Reveillon em Floripa, devo ficar lá apenas por uns 3 ou 4 dias, mas já é melhor do que passar vendo tv em casa, bem melhor por sinal. Mal vejo a hora de ver o mar de novo, sabem como é né, mineiro não pode ficar muito tempo sem ver o mar! rsrss...

Ummm... sobre os filmes que eu deixei comments no post anterior, muito bons. O primeiro, "Como enlouquecer seu chefe", é um filme B, ví no FX, o cara percebe que a vida dele tá uma bosta, daí vai numa seção de hipnose, quando o psiquiatra manda ele relaxar e esquecer do problema, Páh, o cara tem um ataque cardiaco e não termina a seção, daquele dia em diante o cara fica sussegado, não se preocupa mais, não pilha mais com, trampo, com a mina dele, desencana de tudo e vai curtir uma vida de ócio, o problema é que tudo o que ele resolve fazer e nunca fez antes, diversões simples que parecem banais, todas acabam magoando ou fodendo alguém, e foi bem nessa parte do filme que eu mais me identifiquei!!! hahahahaaa... é foda, o cara dá um pelé no trampo e é promovido no lugar dos amigos que se matam de trabalhar, fala umas coisas desagradáveis pra mina que ele gosta e ela fica puta com ele, entre outras peripécias que só alguém desligado dos valores da frieza e do calculismo, isso sem falar em simancol e raciocínio pró-ativo pode fazer, adorei rir de alguém como eu!!! rsrss... No final das contas, como o baguio é um filme, acaba tudo bem... é, não estou com a Jennifer Aniston, mas fora isso tá tudo bem, eu acho... é... tá tudo bem agora... :D ... hahahahhaaa....

O outro filme, o "Garota interrompida", caraio, que filme é aquele. Acho engraçado o papel da Jolie, é bem parecido com o do Brad Pitt no "12 macacos", ela é a louquinha agitada do hospício, como ele, e agora eles estão casados... Hey!!!! Alguém me arruma um papel de louquinho!!!! Apesar de que a Winona Rider está ótima tbm, ela e todos os quarenta e poucos quilos que ela devia estar no filme, ela é realmente uma graça. Adorei uma hora que nos devaneios dela ela acaba falando "quem nunca teve vontade de roubar algo que poderia comprar"... rsrss... a arte imita a vida mesmo... rsrss... Mas eu saí do foco do que eu queria dizer sobre o filme, na verdade essa noite foi praticamente uma seção de terapia, no primeiro filme eu ví o cara cometendo os mesmos erros que eu e depois salvando o dia com algumas atitudes nas quais eu tenho me visto ultimamente, o que é bem tranquilizador, e nesse eu vejo Susanna Kaysen (WR) deprimida e obcecada com a morte, lutando contra as próprias convicções, lutando contra o que vê em sí, contra o que quer da vida, ou fora dela, querendo tantas coisas mas tendo a parcimônia de saber, mesmo se pergutando se não está sendo covarde, a hora certa de tomar certas decisões.

É muito louco ver como mudar de idéia às vezes pode ser bom, pode parecer um discurso moralista e um visão achatada da vida, mas a Suzy K queria ser escritora e o filme é baseado no livro dela, então ao meu ver, mudar de idéia e mudar acabou dando certo, ao menos pra ela... espero que funcione pra mim tbm. Não me lembro ao certo se tive impulsos suicidas na adolescência, agora, com sono, não consigo lembrar, tive sim, e por muitas vezes, dúvidas com relação à minha sanidade mental! Hahahahaaa... hoje rio disso, mas é a mais pura verdade, afinal, depois de quase uma década indo a neurologistas e tomando Gardenal 120mg (ele é vendido em comprimidos de 50, 100 e 120mg, e quando eu comecei a tomar o de 120mg eu tinha uns 40kg) não seria difícil criar algum tipo de paranóia. No caso da Susanna, eu quase posso ouvir alguém dizendo "é, ela escreveu a biografia dela e fizeram um filme depois que ela morreu, grande bosta, talvez se deixassem ela quieta, sem aqueles remédios todos e aquela terapia de merda, ela poderia ser uma lenda, afinal, a miaoria dos grandes escritores do século XX eram alcoolatras, depressivos ou drogados"... posso jurar também que eu mesmo poderia dizer isso num momento de embriaguês, pois de fato, pensei assim por muito tempo, porém vendo o filme, percebi que a Susanna pode não ser uma lenda hoje, mas certamente ela aproveitou a vida dela muito melhor, assim como eu, antes das tomografias e dos comprimidos eu era uma criança foda, era o primeiro a ser escolhido no futebol (por isso eu detesto o Rogério Ceni, é inveja mesmo, pq eu era goleiro e capitão do time), tirava as melhores notas na escola, era super ativo (depois fiquei sabendo que na verdade eu era hiperativo, o que é um problema), era popular, depois... ok, ok, não vamos mais falar disso, só pra concluir, é melhor viver bem e bastante do que ser um gênio até os 13 anos e depois virar um vegetal.

Aquela biblioteca é ótima, achei a bula do Gardenal lá, na verdade, uma descrição completa do negócio... fiquei com medo, eu poderia ter ficado esquizofrênico, demente (eu não fazia idéia de que "demente" era uma palavra usada clinicamente, imagina um fdp dum médico falando que vc é demente), podia (ou posso, não tenho certeza) ter desenvolvido coagulos no cérebro, entre outras dezenas de efeitos colaterais, alguns dos quais eu experimentei... toc, toc, toc... Sangue de Jesus tem poder, dessa eu me livrei!!!!

(...)... fui procurar o nome da Winona no filme e ví umas fotos dela... realmente, ela é linda.

Voltei a ler o "On the road", acho engraçado como pouquíssimas coisas hoje em dia conseguem me deixar ancioso, livros são pouquíssimos, este eu peguei, lí 40 páginas num dia, mas umas 40 no dia seguinte, depois arrastei mais umas 30 durante o resto da semana e parei, só fui pegá-lo de novo essa semana, uns 6 meses depois, e o pior é que o livro é ótimo, dá vontade de ler, mas eu não sei o que acontece, simplesmente não o abro. Foi diferente com o "100 escovadas antes de ir pra cama", quando peguei lí umas 40 páginas no caminho pra casa, viquei extasiado com a história, daí deixei o livro de lado por quase um mês e quando peguei de novo lí em duas noites, o que pro meu ritmo de leitura é uma marca incrível. Mas estou gostando do On the road, o clima do livro é maravilhoso, o ritmo, é frenético como um cara batendo o pé no chão, tocando violão e fazendo a percussão no corpo do instrumento com uma gaita presa no microfine e cantando um blues marginal, uau, marginal!! rsrss... Quero fazer uma viagem dessas qquer hora, pegar um troco e sair por aí pedindo carona e dormindo nas rodoviárias, 50 anos depois e uns 20.000km mais ao sul é mais complicado, mas acho que dá pra tentar... colher algodão no interior de goiás... arre égua!!!!

Outra lição do Garota Interrompida, algumas pessoas têm o dom de pegar os seus demônios e fazê-los desabrochar, fazer com que eles te engulam, te sufoquem, daí vc entra nessa roleta russa e se afunda nela, se corta, se machuca, como isso é louco... e a pessoa, e vc mesmo, ficam naquele negócio de "eu só fui honesto, não falei nada demais"... é foda como algumas palavras podem ser agressivas, e eu acho que este é o ponto, a agressividade, a dureza. Eu pessoalmente fico meio sem reação com essas coisas,às vezes tenho vontade de agredir de volta, às vezes tenho vontade de mostrar que as pessoas estão erradas, outras vezes quero só sumir, ou calar, as vezes quero bater, ou beijar, a reação vai muito do talento que a pessoa tem pra magoar, pra agredir, pra derrubar, e é incrivel como eu sempre trombo pessoas com esse talento, em dias de pouca sorte tenho a impressão de que vou trombar um desses logo na próxima esquina, já com um dircurso de oito minutos pronto, ou que vão me ligar pra vir me falar merda, e normalmente são merdas baseadas no meu silêncio, na minha resignação, daí eu penso "mas eu falo tanto"... mas não falo direito, não me abro, isso sempre me pareceu muito justo, o que eu sinto é meu, o que é factual eu posso falar, afinal, aconteceu pra todos, mas tem coisas que são minhas e que eu não acho que precise dividir, daí vem um e me fala um monte de bostas sobre "quem eu sou"... eu sou meu, sou pra mim, gosto de dividir, porém até um certo limite, quando eu precisar de um psicanalista eu vou procurar um.

Essa cidade é matadora, um ovo de codorna escorrendo emoções, vazando forças, transbordando de tenções, qualquer tipo de relação aqui é um inferno, um dia vc dá um ombro aqui e de repente está sendo atacado por quem ajudou na semana anterior, daí tem que ser simpático com outro safado pq não era pra vc saber que ele não gosta de vc, daí alguém que chegou agora vem e te xinga com algo e por algo que não lhe diz respeito, e vêm as questões morais, as pupilas dilatadas e as costas no portão, as lágrimas no ônibus, os olhos arregalados quando os segredos estão na ponta de uma lingua alheia, os lábios secos, joelhos juntos e pés separados, a dificuldade pra dormir, as paranóias, os flashes de tudo o que já não era mais nada, as ironias, as cervejas chocas, os pés cansados, viciados, tremendo na sanfona do onibus, as conversas, o msn, os comentários, os scraps, a sensação de não ser bem vindo, o vidro se estilhaçando, as perguntas que não devem ser feitas e as que não queremos responder, os cartões de natal, os brindes, as chuvas à tarde, a deseducação, a estupidez mesmo, essa cidade é uma boca de vulcão.

E eu tô pegando todas as chuvas, é eu colocar o pé na rua que chove, incrivel...

Ouvindo:

Deftones - Like Linus, Dai the flu, Lotion, Change, Elite, Knife prty, Boys republic
Corinne Bailey Rae - Like a star, trouble sleeping

3 comentários:

Kat Marques disse...

Que delícia ler vc.
às vezes eu sinto que deixei de ser eu por ver uma proposta mais feliz a minha frente, e troquei um pouco de profundidade por felicidade. Já dizia o poeta: Os ignorantes são mais felizes.
Felicidade? Às vezes questiono se esta é verdade.
Verdade?
É bem estranho pensar que vc pode ser qualquer coisa e até mesmo não ser nada. V C P O D E. Poder sobre si.
As vezes a gente esquece que tem o poder total sobre a nossa vida.
Estou tão filósofa hj. Alguém precisava me mandar calar a boca!

Anônimo disse...

na verdade ela não morreu, mas o livro foi escrito por ela antes do filme...

Anônimo disse...

ei! vamos criar um blog para os contos?