terça-feira, novembro 13, 2007

Amor é ódio.

Angustiado, é assim que eu tô hoje. Ando tendo umas alucinações, uns pressentimentos estranhos, acho que é de passar muito tempo sozinho, e muito tempo sem escrever. A bóia da caixa-d'agua estragou, daí eu peguei todo o equipamento necessário pra uma gambiarra e subi no telhado. Comecei a tremer quando entrei no apartamento abandonado ao lado, parece o sótão do Edward Scissorhands, até o teto quebrado era igual, depois subi por uma escada de madeira velha, ela balançava como se fosse pra isso que ela era feita, balançava muito.

Subi, depois subi na caixa d'água pra chegar do outro lado, de cima da caixa, quando olhei pra baixo e ví o espaço entre os prédios, com uns 8 metros de altura, tive certeza que iria morrer ali. Parece idiota, mas naquela hora eu queria ir embora da minha vida, de tudo que tem nela, as contas pra pagar, as pressões de quem quer que seja, no trabalho, na faculdade, dentro de casa, cercado de cupins e baratas, mas sobretudo de dentro da minha cabeça, por todas as escolhas que fiz e pelas que deixei que fizessem por mim, por tudo que eu não posso ver.

Passei por trás da Caixa, quase pendurado, com o corpo pra fora do telhado, por umas tábuas com limo, olhando no horizonte o céu cinza e pesado do qual vou me livrar em alguns dias, por alguns dias.

Ounvindo:

At the drive-in - Napoleon Solo
Archers of Loaf - Form and File, Slow Worm, Harnessed in Slums, Vocal Shrapnel

Um comentário:

Anônimo disse...

JP, você se esqueceu de que
"as contas pra pagar, as pressões de quem quer que seja, no trabalho, na faculdade" e até tua casa te fazem quem você é...
E fugir de tudo pra q?
Vc tem medo de quem vc é?